sábado, 22 de maio de 2021

Seguro na Pandemia

O Mercado de Seguros é vivo e audacioso.  Não se curva às intempéries como crises e outras situações inesperadas. Pelo contrário, se adapta e se fortalece, cada vez mais.



Dinâmico há algum tempo, o ramo de seguros tem se reinventado com a modernidade e os avanços tecnológicos.  Mas agora com a pandemia e as necessidades indiscutíveis de isolamento social, foram necessárias a criação de novos produtos e a aplicação de novas maneiras para fazer chegar, aos clientes, aqueles produtos que já existiam.

Fazer negócios on line já parecia ser irreversível.  Agora, no entanto, esse formato ganha uma prioridade essencial em todos os ramos de atuação. E no seguro não é diferente, mas aí é preciso aliar agilidade, competência, assertividade e valor, tudo de uma vez, para agradar e satisfazer os segurados (usuários de seguros).

Não é por acaso que várias insurtechs tem surgido nos últimos anos.  O nome vem da junção das palavras "seguros" (insurance) com "tecnologia" e se refere a empresas que encontram na inteligência artificial, mundo digital e outras facilidades, uma forma de negociar seguros ou atender bem aqueles que precisam de informações ou assistência.

Sistemas de cálculos, acompanhamento de contratos, controle do financeiro, gestão de sinistros e outros itens, se unem num modelo único que facilita a vida das corretoras de seguros, deixam as companhias seguradoras com menos custo operacional e agradam clientes de seguros.

Produtos como seguros contra vazamento de dados, erros médicos (que atendem à distância), invasão de hackers e outros perigos que não existiam antes, foram criados ou aperfeiçoados, juntando-se ainda à modalidade do seguro intermitente, que é aquele praticado apenas durante a sua demanda.

Enfim, vasto, complexo mas ao mesmo tempo inovador e ágil, o ramo de seguros é excelente, sem descartar sua importância num cenário de riscos e cujas perdas poderiam causar às pessoas, danos irrecuperáveis sem o benefício de uma indenização.

Só que tem um enorme porém.  Nada disso tudo prescinde da participação ativa de um(a) corretor(a) de seguros.  O profissional que traduz as muitas regras ao cliente, intermedeia a relação entre esse e às companhias seguradoras e sobretudo encaixa necessidade com solução, sem gastos desnecessários ou desproteção.

Nesse Mercado há 25 anos, já vi e assisti muita mudança, mas cada vez maior é requisitada a participação desse "braço amigo" dos meus colegas de profissão a manter atados os dois agentes dessa relação (seguradora e segurado).

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Liberdade de expressão ou discurso de ódio?

 


Gabriel Gouvêa Gomes
Estudante de Filosofia




A liberdade de expressão é normalmente utilizada como validadora para o discurso de ódio.

“Liberdade de expressão é poder se manifestar sobre aquilo que não ofenda ou ataque os sentimentos íntimos pessoais.” – Marcelo Itagiba.

Esta citação comprova que existe, sim, um limite para a liberdade de expressão, ao fazer disso algo maléfico.

Ademais, as redes sociais são as grandes responsáveis pela propagação do discurso de ódio, velado como liberdade de expressão. Um dos efeitos negativos causados pela rede social é o sentimento de “era da grosseria”, polarização e pensamento individualista, ocasionando assim, o alastramento do ódio, raiva, impaciência etc.

Uma parcela dos usuários se beneficia do anonimato para expelir mensagens preconceituosas e usam a “liberdade” a seu favor. No entanto, racismo, homofobia, machismo ou qualquer tipo de preconceito, não são liberdade de expressão. Vale ressaltar que a liberdade esbarra integridade moral do próximo, no que difamar, diminuir e excluir um indivíduo ou grupo se torna crime.

É necessário empatia para que a integridade física e sentimental do individuo alheio seja mantida. Piadas, comentários, ilustrações etc. que ofendam e firam a plenitude individual, ultrapassa o limite da expressão, e se tornam discurso de ódio.

Além disso, é importantíssimo entender que qualquer ato que viole a integridade moral de um indivíduo não é um ato de liberdade.  Basta lembrar daquele ditado “a liberdade de cada um termina onde começa a do outro” que foi dito pelo filósofo inglês Herbert Spencer.

Como resultado, a sociedade tem caminhado cada vez mais para o entendimento que, sim, existe limite, exemplos de comediantes, famosos etc. arcando com as consequências de seus atos ao praticar a injúria, discriminação e a difamação é a prova disso.

No entanto, um olhar mais crítico a prática desses atos deve continuar e se acentuar. As redes são as principais difusoras do discurso de ódio, mas ainda há outros. A difusão do discurso de ódio, velada como liberdade de expressão se mantém muito além das redes sociais.

Portanto, é necessário que se haja mais empatia entre os indivíduos, em virtude do entendimento do discurso de ódio propagado como liberdade de expressão. Há a necessidade de uma regulamentação mais rígida e severa em certos casos.

A liberdade é um dos conceitos mais importantes e lembrados da revolução francesa, todavia ela vem sendo difundida no mundo contemporâneo, utilizada como “bode expiatório” para a propagação do preconceito e ódio desenfreado. Obviamente, não condizendo com os ideais pensados e sugeridos antigamente.

Enquanto a liberdade de expressão for utilizada como legitimadora do discurso de ódio e raiva, há a necessidade de um limite para ela. 

Texto publicado no DLNEWS.COM.BR em 19.05.2021

terça-feira, 11 de maio de 2021

Empreender no Brasil – parte 1. Esperar condições objetivas?

 

É justamente nos momentos de crise que devemos dar um passo adiante.  Enquanto todos se recolhem por medo ou excesso de cautela, um passo á frente fará toda a diferença no mundo dos negócios.

Foi assim que muitas vezes dei grandes saltos na maneira como empreendi.  E se não poucas vezes tropecei, ter ido rápido e corajosamente na direção dos propósitos enquanto a concorrência reavaliava seus procedimentos, impediu que eu sofresse perdas maiores.

Ficar esperando o melhor momento, a oportunidade perfeita ou o capital necessário, só irá nos segurar.  Quantos amigos eu vejo falando: “Se eu fosse mais jovem” ou “se conseguir um sócio investidor, daí vou botar aquela ótima ideia em prática”.

Oras, devemos fazer oportunidades e só conquistaremos investidores quando esses olharem para algo que se destaca.

Me lembro de uma oportunidade em que tive uma ideia fantástica.  Também não havia capital, dentre outras coisas.  Mas convidei parceiros, criamos um layout, uma marca e saímos a captura de um investidor.

Quando chegamos a um nome que, com certeza, faria toda a diferença, ele disse: “A ideia é linda, inteligente.  Bote pra rodar.  Quando estiver na estrada, então me procure”.

Por mais que fosse compreensível sua decisão, sua negativa nos impulsionou. Moral da história, nunca mais precisamos dele.  O negócio avançou de tal feita que até hoje está consolidado no Mercado Brasileiro.

Já disse várias vezes que empreender não é para todo mundo. E também não é tão simples como fazem parecer.  Virou moda falar em empreendedorismo como se isso fosse apenas uma questão de decisão ou “dom” natural.

Esse tipo de conversa, impulsionada sobretudo em propagandas na internet, já fez gente deixar o emprego fixo por conta de uma aventura.

A pessoa pode empreender dentro de seu próprio emprego, contribuindo com ideias na função que desempenha, melhorando substancialmente os resultados ou melhorando a vida de seus colegas.

Quantos produtos e soluções em grandes marcas não foram criação de funcionários indispensáveis que pensaram “fora da caixinha”?

Em suma, não é preciso arriscar tudo para se botar um sonho em ação.  O segredo é aproveitar a segurança de que desfruta, para deixar fluir o pensamento e ao mesmo tempo observar tudo com grande atenção.

Mesmo assim, equilíbrio é preciso. Nem tanto ao céu, nem tanto á terra.  Há quem jamais sairá da zona de conforto, ainda que lhe esfreguem oportunidades na cara.  Quantos preferem a solidez de uma carteira assinada ou a estabilidade de um concurso público ao invés da loucura de uma vida instável economicamente, ainda que isso represente uma bela chance de crescimento?

Por isso prudência deve se misturar com coragem.  Mas é imprescindível viver à cata de informações, leituras as mais diversas e observação apurada.

O que é extremamente necessário no momento?  O que pode realmente oferecer o que a maioria das pessoas busca em um produto ou serviço? Isso mudará de fato a vida dos outros pra melhor?

Ao responder essas questões teremos a certeza se o negócio é promissor ou não.

Bem, a grande luta é muito maior do que apenas ter bons ou maus resultados.  Ela começa interiormente quando buscamos compensar pequenos traumas do passado. Criados em uma esfera competitiva desde a formação escolar, que impõem provas para avaliar se aprendemos ou não, quase sempre criamos a impressão, sempre que vamos mal, de que não somos capazes ou competentes.

Daí esse pensamento: “e se não der certo” nos acompanhará, de maneira perversa, sempre que tivermos que tomar uma decisão.

domingo, 2 de maio de 2021

As muitas razões do 1º de Maio

 




*Elder Vieira, 54 anos, é escritor, autor de Os Anos Verdes de Lindaura – crônicas e histórias curtas (Editora Serra Azul), gestor público, e Secretário de Formação e Propaganda do PCdoB-SP.




Dia do Trabalho, ou Dia do Trabalhador? A diferença, aparentemente sutil, é grande, e merece consideração.

A história começa em 1866: a Associação Internacional do Trabalhadores lança a campanha pelas 8 horas de trabalho. À época, um operário trabalhava de 12 a 16 horas por dia, sem descanso remunerado (algo muito parecido com o que acontece hoje com os trabalhadores de aplicativos – Uber, Ifood, etc. Há deles que pedalam 80 km por dia numa jornada extenuante).

Como parte da campanha, nos anos seguintes, greves e manifestações se multiplicam pelos centros urbanos de diferentes países. Em 1886, operários de Chicago decretam, a 1º de Maio, uma poderosa greve, que é reprimida com extrema violência pelo patronato dos Estados Unidos. Líderes são presos, julgados e condenados: cinco, à forca; dois, à prisão perpétua; um, a 15 anos de detenção.

Em 1891, a II Internacional dos Trabalhadores, ou Internacional Socialista, aprova em seu congresso o 1º de Maio como Dia dos Trabalhadores, a ser comemorado em todos os países. Daí, Dia do Trabalhador, ou dos Trabalhadores: dia de lutas e manifestações pelos direitos daqueles que geram as riquezas do mundo e que somente têm de seu a sua força de trabalho.

“Dia do Trabalho” é uma forma que o patronato encontrou para se apropriar da data e descaracterizá-la. Sendo “Dia do Trabalho”, e não do trabalhador, seria dia também do patrão, pois que seria de todos os que supostamente pertenceriam a uma imprecisa “classe produtiva”.

Ocorre que os trabalhadores conscientes de todo o mundo não são bobos: mantiveram, como até hoje mantém, o 1º de Maio como Dia Internacional de Luta do Trabalhadores, e rejeitam parentesco com aqueles que lhes arrancam o couro todos os dias, por saberem que, das horas de jornada que cumprem, trabalham muitas de graça para o patrão.

Por isso é que a principal bandeira do 1º de Maio continua a ser a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e direitos. “Trabalhar menos, para valorizar o trabalho e mais gente poder trabalhar” – eis o lema.

E, no Brasil de 2021, por que lutam os trabalhadores? Lutam pela vida e contra um presidente genocida. Querem o retorno de seus direitos roubados pela Reforma Trabalhista. Exigem respeito à democracia, à Constituição e à soberania nacional. Lutam pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde e por vacina para todos. Por isso, será incontornável que neste 1º de Maio proponham uma Frente Ampla pela Vida e pela Democracia, e gritem bem alto: Fora, Bolsonaro! – traidor da Pátria, inimigo da liberdade, carrasco do povo brasileiro.

Proletarier aller Länder, vereinigt Euch!

FOTO - BRASIL DE FATO Nilson Dalleldone nilsondalledone@gmail.com   Edição do riso A OTAN caiu numa armadilha... Divirta-se! A Rússia ridicu...