Criei esse blog para desabafar, refletir e também para extravasar minhas opiniões. Registrar minha autocrítica acerca do que faço, penso ou sou.
Na verdade, acho que fiz isso porque sempre sonhei ser
jornalista, mas nunca tive coragem ou competência.
Comecei por duas vezes o curso de Direito. Na segunda vez
cursei até o início do quarto ano, mas não terminei. Minha formação acadêmica
só se deu muito tempo depois e no curso de Administração Pública, que concluí,
com minha mulher, pela Universidade Federal de Ouro Preto, de Minas Gerais.
Sou nascido em São José do Rio Preto, cidade do interior
paulista, em janeiro de 1968, precisamente às 20h30 do dia 18, uma
quinta-feira.
Embora brasileiro de nascimento, tenho dupla cidadania.
Neto de Antunes pelo lado materno e Gomes de Castro pelo
paterno, não me restou alternativas senão buscar a cidadania portuguesa.
Sabe de uma coisa? Não posso reclamar de minhas origens. Uma
miscelânea genética e de gênio muito forte herdados desses dois e das avós, uma
filha de italianos (Pontalti Pelozo) e outra espanhola legítima (Molina).
Assim, posso me dizer um "vira-latas" no bom
sentido, qual seja o de ter raça indefinida.
Sou apaixonado pelo Brasil e ser brasileiro é isso mesmo.
Ser fruto de uma grande mistura. E com certeza em meu sangue tem também a força
das raças negra e indígena, o que espero.
Reparti cada minuto dos melhores anos da infância com um
irmão super companheiro, o Marcelo. Hoje é um brilhante doutor em Ciências
Sociais pela UNICAMP.
Perdi uma irmãzinha ainda bebê, a Denise, mas Marcelo e sua
mulher Vanessa me deram uma sobrinha linda, a Annia Yeva.
Sou filho de um casal batalhador, o Carlos e a Darci. Minha
mãe já foi dona de escola de música em Mirassol, estilista em sua própria
confecção, professora do Estado e agora, aposentada é uma fantástica artesã. O
meu pai já foi vendedor de livros, corretor de seguros por muito tempo,
professor e diretor de escola municipal. Agora aposentado é escritor e poeta.
Baita responsabilidade ser filho dessa dupla.
Me casei com Caroline Prosdoskimys Gouvêa, depois também Gomes,
sobre quem vou falar em detalhes mais à frente. Desse enlace vieram três
filhos, que também vou citar adiante.
Ainda criança colecionei experiências diferentes das outras.
Com amigos preciosos de cabeça muito diferente das crianças
e adolescentes que conheço hoje, fundei um clubinho que tinha atas, eleições,
boletim informativo e tudo mais. Não sei de onde tiramos essas referências. E
funcionava muito bem. Havia uma parte
ritual com velas e oração e outra administrativa. Semelhante às irmandades que eu viria
participar bem mais tarde. Quem sabe
fruto de antigas memórias.
Quase todos tínhamos por volta de 12 a 13 anos. Isso tomava
o nosso tempo e preenchia com qualidade nossas tardes. O “clubinho” durou anos.
Seus antigos participantes são hoje grandes homens, seja no campo pessoal,
quanto profissional. Talvez essa saudável brincadeira nos tenha ajudado um
pouco, vai saber.
O fato é que sempre gostei de grupos, coletivos,
fraternidades.
Logo na sequência, já um pouco mais velho, me liguei a
jovens religiosos.
O mais importante dos grupos em que atuei foi o JUCA, da
Paróquia de São Judas Tadeu, comunidade católica na qual, com uma turma
incrível, revolucionamos a arte de participar de movimentos juvenis da Igreja. Ali
aprendemos, com os inesquecíveis Missionários Combonianos, a pensar de forma
avançada na política e mesmo em como conduzir nossa atuação cristã de maneira a
realmente fazer a diferença na sociedade.
Depois, levado por um interesse místico, radicalizei um
pouco. Estudar “bem de leve” ciências
ocultas, me encaminhou para movimentos diferentes.
Fui iniciado e me tornei Mestre Conselheiro e em seguida
Primeiro Secretário Estadual por São Paulo, da Ordem DeMolay para o Brasil, uma
instituição paramaçônica que me apresentou uma forma saudável de contribuir com
a coletividade. Acabou que me aprofundei
nos estudos esotéricos. Daí pra adiante minha carreira em fraternidades
herméticas foi bem produtiva. Aos 20 anos fui iniciado na Antiga e Mística
Ordem Rosacruz (AMORC) e na Tradicional Ordem Martinista, essa última fundada
pelo filósofo francês Saint Martin.
Aos 21 anos fui iniciado na Maçonaria, pela Loja Doze de
Novembro. Mais tarde, junto com valorosos companheiros, fundamos a Loja
Aprendizes do Terceiro Milênio.
Importante destacar que no meio de tudo isso, quando ainda bastante
jovem, precisamente aos 15 anos, iniciei minha militância político partidária.
Nessa área, com certeza, cometi equívocos imperdoáveis, mas
foram muitos os acertos também.
Numa caminhada política que reputo como evolutiva, fui
simpatizante da juventude do MDB, ainda sem título de eleitor. Depois, ajudei
na fundação local do PSDB, que naquele momento se formava de uma dissidência do
já então PMDB.
O que me atraiu a essa nova legenda, foram nobres figuras
como Franco Montoro, Ciro Gomes e companheiros honrados da luta política na
minha cidade. Dentre eles destaco Carlos Feitosa (um de meus mentores
políticos) e Waldemar dos Santos.
Saí mais tarde do ninho tucano antes mesmo de vê-lo entregar
saudáveis empresas brasileiras no que pode ser considerada a maior devassa
privatista da história.
Mal informado e nada formado, fui para o PPS acreditando ser
ele o herdeiro do “partidão”. Ledo engano. Contudo, foi que ali encontrei
camaradas sérios e dedicados e conquistamos a Prefeitura Municipal de São José
do Rio Preto em coligação com o PT.
No Partido dos Trabalhadores estavam grandes companheiros
das antigas e justas batalhas comunitárias que abraçávamos.
Enquanto governo municipal mudamos inegavelmente os rumos da
Gestão Pública na cidade. Foi a fase em que me uni ainda mais aos velhos combatentes
da esquerda, campo do qual não me afastei mais.
Bastante inspirado pelo amigo, camarada e segundo mentor
político, Roberto Vasconcelos, o Vasco, atuei com Marcelo (meu irmão), Valter
De Lucca, Manoel Messias e outros guerreiros, na reorganização em Rio Preto do
PCB (Partido Comunista Brasileiro) quando fundamos, por meio de seu comitê
municipal, o Instituto Lúcia Galli para clarear e orientar a militância.
Minha presença e ação nos partidos políticos sempre se
caracterizou pelo cumprimento de tarefas.
Ajudei sempre que pude e sem me importar muito com bandeiras
em campanhas eleitorais do campo democrático, onde estão PT, PSOL, PCdoB, PCB e
caminhei com figuras importantes para nossas defesas.
Reorganizar, filiar e ajudar no crescimento de partidos da
esquerda eram e ainda é, para mim, obrigação.
Sempre defendi e comprei a ideia de que partido não é fim,
mas instrumento de luta. Tudo se faz para evitar que sua direção caia em mãos
erradas.
O interior de São Paulo, sobretudo, tem no ambiente político
peculiaridades que assustam os que se apegam a bótons. Mas eu prendi que aqui se pode ver muita gente
avançada em partidos de centro ou até de direita, enquanto há cidadãos atrasadinhos
e rançosos militando na esquerda. Mas claro, não dá pra usar isso como desculpa
pra “pular de galho em galho”, ou justificar possíveis deslizes ideológicos.
Mais recentemente fui filiado e membro da executiva
municipal do PT – Partido dos Trabalhadores, o maior partido de massas da
América Latina e cuja gestão federal deu a este país o melhor governo de sua
história até então. Com contradições, gente boa e gente ruim, tenho orgulho de
ter pertencido aos seus quadros.
Hoje, no entanto, estou no PCdoB para onde fui com a missão
de reestruturá-lo e ajuda-lo a ser salvaguarda da sua mensagem aqui nessa
cidade e região. E cumprirei, com meus camaradas, essa tarefa com grande
devoção.
Na atuação política coleciono algumas ações que me orgulham.
Após ser candidato a vereador por duas vezes, fui convidado
para contribuir com o Governo que ajudamos a eleger no início dos anos 2000.
Exerci na prefeitura as funções de Assessor Especial e Secretário Interino de
Governo por três anos. Foi-me possível deixar rastros dessa presença na vida
pública, com destaque, a fundação do Fórum de Associações de Moradores (o maior
caso de participação popular organizada na história desta cidade) ao lado de
Feitosa, Clayton Romano, João Paulo Rillo e outros companheiros.
Contribuí também na organização popular dos moradores dos
mais de 100 loteamentos irregulares que submetia cerca de 22 mil pessoas a um
quase abandono público. Iniciei projetos que vingaram e outros que não tiveram
sequência após minha saída voluntária, mas que representaram, enquanto ativos,
muito e a um bom número de cidadãos envolvidos.
Isso foi fundamental para minha decisão em cursar, mais
tarde, Administração Pública.
Se por um lado havia a militância político partidária, a
participação até contraditória na religião e sociedades místicas, em paralelo, me
ajudaram no engajamento a outras frentes importantes. Foi assim que tive a
honra de participar com gente extremamente avançada, do inesquecível GEAPOL
(Grupo de Estudos e Ação Política).
Criado com apoio incondicional dos padres Valdecir Dezidério
(Paróquia da Vila Maceno) e Jarbas Dutra (Paróquia da Redentora), o grupo
nasceu à luz da Campanha da Fraternidade Fé e Política. Como membro da Pastoral
Social Diocesana competia a mim participar de outras ações. E o GEAPOL era uma
delas. Foi com este grupo que tumultuamos a vida de uns espertinhos na cidade.
Foi de dentro do GEAPOL que fundamos a Amigos de Rio Preto, um
tipo de agremiação de cidadãos que acompanhavam a Câmara Municipal e
contribuíam também na fiscalização do Executivo local. Com este mesmo grupo,
fundamos a Universidade Aberta em parceria com a UNESP.
Já no campo pessoal, nunca deixei de correr atrás de minha
própria felicidade.
Conheci, namorei por dez anos e finalmente me casei em 1999 com
a valente e combativa Caroline Prosdoskimys Gouvêa.
Trabalhadora dedicada, desde tenra idade, me deu três filhos
maravilhosos: o Gabriel, o Rafael e o Daniel. Cada um deles com suas qualidades
e promessas são o orgulho de toda uma vida. O meu legado definitivo a esse
mundo e com certeza minha maior contribuição ao projeto “vida”.
Caroline foi fundamental para muitas de minhas
escolhas. Ficar em Rio Preto quando meus
pais estavam na Capital São Paulo.
Assumir a empresa de meu pai e mais tarde fundar a nossa própria
corretora. Estudar, primeiro direito e
anos mais tarde, Administração Pública.
Apoiou meus ideais políticos e suportou minhas doenças
(primeiro um tumor, vencido em 1999 e dois episódios de AVC). Enfrentou comigo crises financeiras e mesmo
existenciais que vivi ao longo de minha primeira etapa de vida adulta.
Eu havia sido office-boy, professor de cursos
profissionalizantes, inspetor de seguradora, consultor de franquias, dono de
escolas (informática, inglês e profissionalizantes) sempre contando com sua
força e incentivo. E foi também por sua forte sugestão que me habilitei em 1991
como Corretor de Seguros e finalmente fundamos, eu e ela, a San Martin
Corretora de Seguros.
Com o nome inicial de Confidence, a empresa operou como
corretora de seguros convencional por quase 20 anos até entrar (por insistência
de Carol) no Mercado de Franquias.
Em 1913, se tornava realidade esse sonho. Caroline então se desfez de sua parte no
contrato social em prol da entrada de sócios investidores, dentre eles o eterno
amigo de ambos, Edinilson Lopes, até hoje sócio nas empresas do grupo.
Com cerca de 300 unidades espalhadas por todo o território
nacional, se não nos deixou ricos, a marca transformou nossas vidas e a de
muitos outros à nossa volta.
No ano que vem completaremos 25 anos desde a fundação da San
Martin Corretora de Seguros.
Com processo já iniciado, de novo por insistência de
Caroline, a empresa estende suas asas e chegará a Portugal com operações
programadas para o início de 2020.
Pouco antes da San Martin se lançar no franchising, eu havia
criado, com Edinilson e outros parceiros, a Maria Brasileira, também uma
franquia, que conquistou muito sucesso e que ainda hoje, mesmo eu não sendo
mais sócio, me enche de orgulho.
Entre meus negócios atuais, além da San Martin, estão a
Seleta Negócios, formatadora de franquias e consultoria, o BANNEG, que com
representação de produtos financeiros já ocupa uma boa posição no Mercado de
Franquias e por fim a SAMBA, que ainda está em fase inicial, mas promete.
Com meio século de vida e agora divorciado, sigo motivado e
continuarei dividindo meus dias entre a família, o trabalho, minha
transcendência espiritual e a atuação política.
No fim dos anos 90s escrevi um livro. Pequeno, na verdade.
Apesar do nome, Saindo do Fundo do Poço não é um livro de autoajuda. Fala da
relação com a “depressão”. Fruto de minha própria vivência, que aliás me
acompanha até hoje.
A modesta obra chegou na sexta edição e foi publicada pela
Edições Paulinas. Participou da feira do livro em Frankfurt, na Alemanha.
Vaidoso, adoro falar de mim sem pudores. Por isso então segue uma última confissão.
Sou apaixonado por Ufologia, tendo na matéria um hobby que trago para as minhas
noites e horas vagas.
Só pra constar, esse hábito de escrevinhar ou propagar
minhas opiniões e feitos, embora seja sim fruto de uma grande vaidade, não
deixa de representar um convite a outras pessoas (dentro e fora de meu
convívio) para comigo abraçar a esperança em dias melhores.