sábado, 24 de fevereiro de 2018

EUA com os filhos

Lago congelado no Central Park
 New York
Um drama, sempre que vou viajar com a família é o medo de chegar de repente, em um lugar estranho, que fala outra língua, sem hotel, sem táxi que suporte as 5 pessoas além das bagagens e com receio de alguém ficar doente e precisar de socorro fora do país.
Por isso, desta vez, eu e Caroline tomamos algumas providências que recomendo.
Estátua das 3 mentiras
Harvard University
Íamos para os Estados Unidos curtir um pouco do frio de janeiro e aproveitar os resquícios do Natal nas luzes e enfeites que decoram a cidade de Nova York.
Contudo, uma nevasca bastante forte foi anunciada às vésperas de partirmos e logo em seguida, notícias sobre um suposto e fortíssimo surto de gripe a nos deixar sobressaltados.  Credo!
Desistir?  Uma hipótese.  Mas como dizer aos filhos tão elétricos com a proximidade da partida?  E como perder as passagens já adquiridas?  Uma vez tivemos que transferir a data de viagem para a Europa e perdemos muito dinheiro nesta brincadeira.
Melhor verificarmos mais de perto.
Estátua da Liberdade - New York
O primeiro passo foi contatar amigos que possuem parentes por lá.  Pronto.  "Exagero da imprensa", garantiu-nos uma indicada que, brasileira, mora e trabalha em NY como enfermeira.  "Gripe como em todo inverno, sem nenhuma surpresa ou susto." - asseverou ela.
Depois, para garantir ainda mais, fizemos uma visita ao médico dos meninos, não só para consultá-los e prevenir qualquer possibilidade, mas também para pegar uma receita antecipada para o caso de febre alta e ininterrupta, dores de ouvido e garganta etc.  Conseguimos então uma receita preventiva que incluía antitérmicos, vitamina C e até um antibiótico pré-receitado para eventuais infecções graves.  Compramos tudo pra levar daqui.  Um dos filhos, inclusive já bastante gripado e com febre há dois dias, iniciou o tratamento antes mesmo de pegarmos a estrada, que precedia o voo.
Agora então, quero recomendar uma atitude importante.  Um bom seguro viagem.  Trabalhamos com isso e temos em nossa empresa, várias marcas e coberturas à disposição.  Mas fomos logo numa proteção TOP.  Estar com filhos em outro país não é nada simples.  Melhor não arriscar com nada.  E a Omint nos foi providencial.  Pois, precisamos acioná-los por conta de bagagens extraviadas na ida e volta.
Preparamos poucas malas, roupas estritamente necessárias e quentes (específicas para uso na neve) e segundas peles, para garantir a proteção contra o frio de cerca de 14 graus negativos.
Rockefeller Center 
Minha mulher é especialista em passagens e hotéis.  As passagens de ida e volta, como eu disse, já estavam compradas, mas era preciso garantir o translado interno e quartos familiares, que embora existam, quase sempre são pra apenas 4 pessoas e não 5, que é nosso caso.
Com dois dias de antecedência, ela encontrou o hotel, confirmou que o quarto recebesse a nós 5 e observou, além de preço e fotos, os comentários de usuários para se prevenir de engôdos.  Isso é importantíssimo.  Anote aí.
Pronto.  No dia de sair, vesti minha meia especial, posto que já tive trombose e aumentei (com prescrição) a dose do anticoagulante diário que sou obrigado a tomar desde meu AVC em 2010.
Pronto.  Deixamos o carro em um estacionamento em Guarulhos, e fomos para o aeroporto.
Nas bagagens de mão, remédios para o dia.  Meu Xarelto e o antibiótico do meu filho para os horários que teria que tomar até a chegada em Boston.  O resto dos medicamentos com as respectivas receitas, nas malas a despachar.  Para o filho mais novo, enjoado para comer, a prescrição junto à companhia aérea para comida especial e mais simples.  Até cumpriram o pedido... Mas que comida! Jesus.
Zarpamos.
Museu de Cera - Nova York
A companhia judiou.  Apesar dos assentos confortáveis e espaçosos, se comparados a outros que já pegamos, a United Airlines não caprichou na comida.  A TV de meu acento estava quebrada e ao chegarmos no aeroporto de Chicago (onde tínhamos conexão para Boston), tivemos que pegar as bagagens e despachá-las novamente.
Moral da história, ao chegar em Boston, nossa parada final, minha mala, com todos os medicamentos e prevenções, roupas minhas e parte do meu filho mais novo, extraviada.
Fomos para o hotel com um Uber especial que nos levou os 5 e todas as bagagens.  O hotel era excelente, por sinal.  Mas minha mala, só na madrugada do dia seguinte.  Acionei a seguradora que garantiu-me acompanhamento até encontrá-la, com no máximo 24 horas ou indenização em dinheiro.
Touro de Wall Street
Em Chicago vimos neve caindo, já em Boston, a neve só estava nas sacadas e alguns telhados.  E passeamos bem tranquilos por esta bela cidade de estilo inglês.  Adoramos caminhar e fizemos tudo a pé.
Recomendo estes passeios a pé.  Estando em Boston, aproveitar a paisagem principalmente no entorno à Back Bay Station, Boston Common, o Boston Public Garden e por fim a Harvard University.  Para isso, atravessar, ainda a pé, a ponte sobre o Charles River que leva a Cambridge.  O campus da Universidade é emocionante.
Lá mesmo em Boston, minha mulher comprou as passagens do trem que nos levaria a Nova York.  Uma viagem de pouco mais de 3 horas que comprova o quão as vias férreas são importantes e como fazem falta no Brasil.
Saímos do Estado de Massachusetts, onde fica Boston, passando por Rhode Islands, Connecticut e por fim Nova York.  Rápida, tranquila e confortavelmente.
Monumento aos mortos de
11 de Setembro
Já na Big Apple, fomos a pé da Penn Station (Madison Square Garden) até nosso hotel na 36 street.  Hotel agradável e bem localizado, há duas quadras da Broadway.
Eu e minha mulher já conhecíamos a cidade.  Mas prometemos voltar com a criançada para conhecerem lugares imperdíveis como a Sede das Nações Unidas, o Central Park, a Ponte do Brooklyn, o Rockefeller Center, a Igreja de São Patrício e a Times Square.
Não faltaram passeios a pé pelas avenidas e ruas de Manhattan incluindo a Park Avenue do famoso Waldorf Astoria, no qual havíamos ficado em nossa primeira viagem pra lá.  Também não deixamos de fora lugares obrigatórios como o Museu de História Natural e nem de assistir a peça Fantasma da Opera na Broadway.  Decepção reservada para o Zoológico.  Surpresa para a amistosidade dos esquilos do Central Park.
Em nenhum momento dos passeios tivemos problemas com comida, preços altos ou surpresas ruins.  Segurança pelas ruas nas quais passeamos tranquilos durante o dia e noite, inclusive em Boston que era menos movimentada a noite. Se você tem crianças e quer levá-los, não há com o que se preocupar.  Não vimos nada que provasse o contrário, pelo menos na ilha.
Times Square
Voltamos para Boston pelo mesmo trem.  De lá, partiríamos de volta ao Brasil.  Mais paisagens com neve, rios congelados e lugares parecidos com aqueles que vemos nos filmes do dia a dia na NetFlix.
A viagem de volta, pela mesma United Airlines, foi ainda mais cruel, pois a comida, incluindo o café da manhã, sem condições mínimas.  E olha que não sou enjoado.  Mas o "crime da mala" foi realmente o desaparecimento de nossas 5 malas ao chegarmos em Guarulhos.  Nós não fomos, mas nossa bagagem foi toda para Washington, quem sabe, visitar o presidente.  Só apareceriam em minha casa no dia seguinte.  Nas duas vezes, recebi ligações e e-mails constantes da seguradora dando-me conta do paradeiro das mesmas.
Devo confessar que tanto lá, como aqui, a equipe de solo da companhia aérea foi gentil e prestativa.  Mas era o mínimo.
Bem, sei que quando temos preocupações, nos tranquiliza ler algo que nos oriente.  Por isso decidi fazer este pequeno grande relato sobre nossa curta, mas gostosa viagem de férias com os filhos.
Viajar ao exterior não é um bicho de sete cabeças.  Não é absurdamente caro.  Nem impossível quando se planeja, pesquisa e sobretudo os viajantes entram em acordo como andar muito, apertar os cintos e segurar o consumismo.  Melhor mesmo é gastar com comida, visitas a museus e shows e sobretudo aproveitar a convivência.





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