Ontem, dia de Todos
os Santos, segundo a fé católica, se completaram 11 anos de falecimento de
minha querida avó, Lídia Peloso Antunes.
Ela nasceu no dia de
São José e também dia do aniversário de minha cidade São José do Rio Preto em
19 de março de 1916.
Geralmente após um
longo tempo do passamento de alguém, costumamos assimilar a perda e tocar
nossas vidas como aliás, convém.
No meu caso, não foi
diferente, com um senão.
Minha avó, mãe de
minha mãe, foi uma pessoa extremamente presente em minha vida. Desde minha tenra infância, eu sempre pude
contar com sua carinhosa companhia, pois morávamos perto e todos os dias,
trocávamos visitas e quando não, eu ficava em sua casa até meus pais voltarem do
trabalho ou da faculdade.
Com sua viuvez, penso que aos meus 15 anos, passei por quase um ano, a ficar todas as noites na sua casa para
onde ia jantar após o trabalho e dormir após a escola.
Tudo isso fez com
que eu sempre a tivesse como uma segunda mãe, uma amiga de verdade e grande
conselheira que com sabedoria sem igual, me ajudou, em muito, a ser quem sou.
Já bem idosa, foi morar por uns tempos em casa de meus pais, período em que eu poderia ter sido
mais carinhoso com ela, mas que foi, na verdade para mim, um tempo de vida profissional muito
difícil e no qual eu, já me preparando para casar, estava mais distante do que
nunca.
No final de sua
vida, ela havia voltado a morar sozinha e nas tardes de tristeza, preocupação, ou
mesmo cansaço, era para lá que me dirigia a fim de tomar um café (sempre
pronto), ou comer um pudim (feito especialmente para mim).
Junto com a culpa que carrego de
quantos almoços recusei, de quantas visitas deixei de fazer por nada, trago também a certeza de que sempre estive muito ligado.
Na ocasião de sua
morte tive o privilégio de, junto com minhas primas e mãe, segurar em sua mão
até seu último suspiro e assim ela partiu, levando consigo um grande pedaço de
mim.
Tanto é fato, que
sonhar com ela é rotineiro. Ouvir seus
conselhos e por vezes sentir um afago, ainda me é possível.
Por isso, nas minhas
preces de hoje ela estará presente e junto aos falecidos por quem farei orações,
ela sempre será minha porta-voz.
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