segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013



Quero inaugurar hoje no blog, comentários a respeito de coisas curiosas.  Situações que ficaram sem solução ou mesmo que despertem interesse em pessoas que, como eu, às vezes ficam sem ter o que fazer ou pensar e por isso buscam no armário do tempo, situações que deviam ter sido melhor elucidadas.

Para abrir este ciclo, vou falar de Albino Luciani, nascido em Belluno, Itália, em 17 de outubro de 1912 e morto no Vaticano, aos 28 de setembro de 1978, apenas 30 dias após ter sido eleito papa, com o nome de João Paulo I, em homenagem aos seus antecessores João XXIII e Paulo VI.

Pela sua simpatia e carisma, ficou conhecido como “Papa Sorriso”.  Recusou uma coroação formal, comprovando que seu mandato seria bastante diferente.  Não aceitou, devida a sua humildade, ser carregado na liteira e foi o primeiro papa a adotar uma denominação dupla.

Albino, filho do socialista Giovanni, foi ordenado padre em 1935.  João XXIII o nomeou Bispo e Paulo VI, Cardeal.  Participou do famoso Concilio Vaticano II em 1962.

Foi eleito papa com 65 anos, em terceira votação do conclave, superando um cardeal considerado ultraconservador que era o favorito ao trono, por 99 a 11.

João Paulo I morreu na madrugada entre onze e meia da noite e quatro e meia da madrugada após um mês de pontificado.  E é sua morte, precoce e misteriosa, o motivo de eu ter escolhido este texto para reflexão.

Segundo alguns, o papa teria confessado ao Bispo John Magee, um dia antes de sua morte, que sabia sobre ela.  A amigos teria afirmado também que alguém sentado diante dele no conclave, viria em seu lugar e que seria breve o seu mandato.

Um irmão do papa confirmaria mais tarde que a Irmã Lúcia, uma das pastoras portuguesas de Fátima, ao receber uma visita do então Patriarca de Veneza, teria lhe predito que seria escolhido papa, mas seu mandato seria extremamente curto.

Quem encontrou o papa morto foi uma freira que trabalhava para ele há muitos anos.  O Vaticano, no entanto, divulgou uma versão de que quem o encontrou foi o padre Diego Lorenzi, um dos secretários papais.  A causa morte foi dada como “enfarte do miocárdio”.

A freira que encontrou o papa, após sua morte, fez voto de silêncio.

 

Debaixo de uma chuva fortíssima, a Praça de São Pedro esteva lotada no seu funeral. 

 

O papa polonês, eleito após sua morte, em sua homenagem adotou o nome papal de João Paulo II.

 

Pelo mandato curto, a possível “previsão” de sua própria morte e os fatos desencontrados nas alegações do Vaticano, surgiram diversas teorias sobre um possível assassinato.

 

Segundo um escritor Inglês, o papa João Paulo I morreu por estar quase por descobrir fortes escândalos financeiros envolvendo o Vaticano.  Um outro escritor (John Cornwell) viria depois a desmestificar esta teoria, colocando-a como absurda, fato que seria tranquilamente acatado, não fosse por ele ser extremamente relacionado com autoridades do Vaticano.

 

O Vaticano ainda insiste que João Paulo I morreu de ataque cardiaco e que a autópsia não foi realizada porque a família não autorizou.  Mas a família afirmou que uma autópsia foi realizada.

 

Desde choques com as idéias da Opus Dei, até que sua saída de cena daria mais espaço a setores da Cúria empenhados em combater as tendências socialistas emergentes no clero, especuladores afirmam que elegendo João Paulo II, um papa conservador em relação a diversas questões como contracepção e política, alguns itens da tradição da Igreja seriam mantidos, pois o “Papa Sorriso”, de fato, desejava uma revisão em algumas posições da Igreja Católica.

 

Há ainda discussões sobre escândalos financeiros envolvendo o Banco Ambrosiano e o Banco do Vaticano em cumplicidade com a máfia, que teriam sido a causa de um planejamento envolvendo a alta hierarquia da Igreja.

Esta suposição já encontrou respaldo em livros e filmes, como o Poderoso Chefão III, que de certa forma, recria o cenário da morte do papa.

 

Seja por um ou outro motivo, seja por desejar a consagração da Rússia, ou por lembrar as lutas do pai socialista, são inúmeras as versões sobre um envenenamento que inclui uma Loja Maçônia Italiana que funcionava a despeito da Grande Loja da Itália, obtendo entre seus membros, alguns sacerdotes e pessoas importantes.

 

Enfim, nada esclarecido e muita coisa sem sequer merecer a atenção de jornalistas ou mesmo de membros da Igreja que simplesmente aceitaram o silêncio.

 

Um de seus líderes pode ter sido morto, replicando equívocos e desmandos da Igreja de outros tempos e os católicos de todo o mundo merecem, de forma clara e respeitosa, um mínimo de informação e da busca sensata que culmine com a comprovação de fatos que rondam o episódio de sua morte.

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