terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Renuncia


Eu jamais imaginaria, na madrugada de segunda-feira, dia 11, enquanto escrevia sobre as duvidosas circunstâncias da morte de João Paulo I, o Papa Sorriso, que no dia seguinte, leria nos jornais (on line) sobre a renúncia de Bento XVI.

Algo extremamente anormal, já que o último caso aconteceu há centenas de anos atrás (mais de 500 anos).

Também não fiquei muito convencido com os motivos “falta de forças físicas” do papa, pois já houve papas que levaram seus mandatos adiante com muito sacrifício, como o próprio João Paulo II que estava visivelmente abatido e cansado nos anos finais do seu papado ou Leão XIII que viveu até os 93 anos de idade.

Será que, a esta altura, não ocorrera nada diferente para provocar esta renúncia?  Não existe nenhuma especulação correndo solta por aí?

Meu respeito à Igreja na qual fui batizado e professo minha fé é imbatível.  Mas também clamo pelo direito de chamá-la santa e pecadora.

Lembro que alguns meses, o mordomo do papa Paolo Gabriele foi acusado de roubar (há um ano atrás) documentos secretos dos cofres do Vaticano, episódio que ficou humoristicamente conhecido como Vatileaks, em comparação ao escândalo WikiLeaks.

Não por coincidência, o jornalista Gian Nuzzi teria escrito um livro “Sua Santita” comentando estes documentos e revelando tramas da alta cúpula da Igreja.

Com a prisão do mordomo, ocorrida em seguida ao livro, o presidente do Banco do Vaticano (que não tem mais este nome) foi obrigado a renunciar ao cargo.

Enquanto tudo isso ocorria, o ex-secretário geral do Governo da Cidade do Vaticano, Carlo Vigano, Núncio nos Estados Unidos, fez ao papa Bento, denúncias de corrupção, má gestão e outros problemas na administração.  Entre estas denúncias, afirmava que os banqueiros do Comitê de Finanças se preocupavam mais com seus interesses pessoais que com os do Vaticano.

Estas pressões caíram fortes sobre o Papa que fora Chefe da Congregação para a Doutrina da Fé (nova versão do Tribunal da Inquisição) que lhe rendeu ao longo do tempo, muitos inimigos entre sacerdotes e bispos perseguidos e punidos.

O hoje simpático e carismático, Joseph Alois Ratzinger, carregava ainda uma marca ruím sobre si, a saber, a de ter sido membro, quando jovem, da Juventude Hitlerista na Alemanha.

Casos de pedofilia e relações homossexuais na Igreja, também minaram as energias do atual Sumo Pontífice e tudo isso somado, poderia sim aplacar seu ânimo e sua energia.  

Mas há algo grave acima de todos estes fatos.  A verdadeira causa da morte de João Paulo I, ocorrida em 1978.

Dentre as diversas versões é forte a que envolve um possível envenenamento do papa após o mesmo ter descoberto o envolvimento de membros do Banco Vaticano com a máfia.

Uma suposta quadrilha comandada por Roberto Calvi, do Banco Ambrosiano, estaria desviando dinheiro da Igreja.

Roberto Calvi foi encontrado morto em 1982 em Londres, na Inglaterra.

Raio atinge a cúpula da Basílica de Sâo Pedro
40 minutos após renúncia do Papa Bento XVI.
Além de Calvi, estariam envolvidos o Camerlengo Jean Villot, o mafioso Michele Sindona, Paul Marcinkus, então presidente do Banco do Vaticano, membros de uma Loja Maçônica italiana e a cúpula da Ópus Dei.

João Paulo I, ao contrário de seu antecessor Paulo VI que teve um relatório médico extremamente completo, teve seu corpo embalsamado imediatamente.

Como eu já disse na publicação anterior, o papa Albino Luciani teria dado mostras de um papado inovador, moderno e humilde desde a cerimônia de coroação quando recusou usar a coroa e ser carregado na liteira.

Estes fatos, ainda por serem esclarecidos, pesam até hoje sobre a alta cúpula da Igreja.

Bento XVI é claramente conservador.  Saber a extensão dos estragos que os documentos vazados no roubo do mordomo poderiam causar era uma questão muito importante.  Tanto que com a prisão do autor do crime, foi nomeada uma comissão com três cardeais para investigar tudo e a conclusão a que chegaram é que ainda restavam por serem reveladas muitas informações complicadas para este pontificado.

Ao renunciar em 28 de fevereiro próximo, o papa Bento irá para a clausura em Castelgandolfe e com seu isolamento, será blindado.

Os homens mais próximos do papa estão em situação bastante complicada, pois os documentos furtados pelo mordomo podem conter algumas questões que os envolvam.  Assim, as apostas para a sucessão de Ratzinger falam de algum cardeal diferenciado e que trará novos e modernos rumos à Igreja de Pedro.

Seja lá como for o mundo espera por esta transição e especialmente o Brasil, o maior país católico do mundo.

Os meus respeitos ao papa e votos de um repouso merecido, mas a lembrança de sua missão na Terra fica nas palavras do próprio Cristo: “Só a verdade vos libertará”.

Um comentário:

  1. Realmente intrigrante, pratico da mesma ideia a qual tiram "um" para salvar todos , acredito que nos bastidores há muita coisa não revelada, e que jamais se revelará, ah não ser se formar um clã de mordomos ( rsrsrs)

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