Por Marcelo Gomes
Toledo - PR
Toda a vida que encerrava em seu peitoLiberdade indomável; flor selvagem;
Águas frias são profundas e turvas;
Águas frias de uma triste viagem.
Estrelado era o céu e os pescadores
Testemunham em canoas silentes
Juventude feliz, ébria de amores
Se apagando como estrelas cadentes.
Na tristeza deste vale de lágrimas
Destas almas a queda; faltou sorte.
Todos sonhos da vida se desfazem;
Traz a marca de um abraço da morte.
Do desterro uma mácula estampada
Retirado do sonho a profissão.
Partiu jovem, feliz e coroado.
Desbotado na volta o coração.
No desfecho diz adeus à elegância
Amparado foi pela hábil mão.
De seu corpo à limpeza se entregava
Balouçando ante o frio da ocasião.
Dos degraus na descida a cantoria;
Melodia de itálica canção.
Na subida o som fúnebre se ouvia
Conduzido sobre os ombros do irmão.
Se mistura essa dor a tantas dores
Deste Réquiem coletivo às paixões.
Infortúnio das mães junto a seus filhos
Agarradas nos tampos dos caixões.
Som dos sinos; um tétrico cenário.
E a mãe diz adeus à flor selvagem.
Junto ao peito o seu filho só levava
Ousadia e esperança na bagagem;
A flor fina se afoga em turvo rio.
Nobre chama que forjara o seu brio
Que luzia tão altiva a coragem
Se perdeu para sempre na viagem.
Essa é uma dor que as pessoas de São José do Rio Preto-SP, vão carregar como uma chaga que nunca fecha. É imensamente dificil.
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