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| Imagem - ICL Notícias |
A Venezuela é um país soberano. Não é quintal,
não é laboratório, não é peça de xadrez em tabuleiro alheio. Seus conflitos,
contradições e escolhas pertencem antes de tudo ao povo venezuelano. Quando
potências estrangeiras tentam “corrigir” nações por meio de sanções, bloqueios
econômicos e chantagens diplomáticas, não estão defendendo democracia. Estão punindo populações inteiras para
preservar interesses geopolíticos.
A política externa dos Estados Unidos,
especialmente na América Latina, insiste em uma lógica antiga, já gasta pelo
tempo. A do imperialismo travestido de tutela moral. Uma lógica que não
reconhece seu próprio esgotamento. O mundo mudou. O eixo do poder se desloca. A
unipolaridade dá sinais claros de fadiga, enquanto novos centros de decisão
emergem. Persistir em intervenções, cercos econômicos e desestabilização
política é negar a realidade histórica e aprofundar o isolamento.
Lula compreende algo essencial: não há
democracia imposta de fora, nem direitos humanos que sobrevivam à fome
causada por sanções. Defender o diálogo com a Venezuela não é endossar
governos, é respeitar nações. É apostar na diplomacia, na integração
regional, na solução política construída entre iguais. É recusar a hipocrisia
de quem fala em liberdade enquanto estrangula economias inteiras.
A América Latina já pagou caro demais por
golpes, ingerências e “ajudas” interessadas. Cada país tem o direito de errar,
corrigir, avançar e decidir sem bloqueios, sem ameaças, sem porta-aviões no
horizonte. Apoiar a soberania venezuelana é, no fundo, defender a soberania
de todos nós.
O imperialismo não percebeu, ou se recusa a
aceitar, que o século XXI exige cooperação, não dominação. Multipolaridade, não submissão. Respeito, não
tutela. O declínio não está apenas no poder econômico ou militar, mas na
incapacidade de ouvir o mundo como ele é.
Por isso, nossa posição é clara e sem
hesitação. Repudiamos a política imperialista norte-americana e
reafirmamos nosso apoio ao caminho defendido por Lula. O caminho do diálogo, da soberania dos povos
e da autodeterminação das nações. Porque a história não caminha para trás. E a
América Latina já aprendeu a levantar a cabeça.
