quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Cadeiras? Quantas? Tanto faz.

 






Causou e continua causando grande discussão o aumento de cadeiras no Legislativo Municipal de Rio Preto que no último final de ano aumentou para 23 o número de vereadores na Câmara.






Aparentemente assusta quando se informa que quase R$ 2 milhões a mais de gastos, serão empregados nas contas daquela Casa de Leis do município. 

Número de vereadores e seu salário somados às despesas de gabinete, sempre foram motivo de indignação da opinião pública.  Mas será que esse é o real problema a ser observado quando o tema é política local?

A produtividade e impacto na qualidade de vida da população, dos resultados da atuação de cada um desses edis é que precisa estar no foco principal, ou estaremos apenas reproduzindo a máxima de que políticos são todos iguais e a política é nociva.

O atual engajamento de eleitores em ambos os lados da polaridade que se verificou no último pleito federal não pode ser ignorado e candidatar-se é o meio mais adequado de se exercer esse papel.

Ademais, mais agentes, maior chance de bons projetos.

Sinceramente como cidadão estou menos preocupado com o salário dos vereadores que estaria caso soubesse que estão ajudando a manter privilégios a concessionários de serviços públicos, ou fazendo vistas grossas a desmandos do prefeito e seus secretários. Fatores, esses sim que oneram, vertiginosamente, o bolso do contribuinte local.

Um bom desempenho ao fiscalizar o Executivo e ouvidos atentos às reais necessidades dos munícipes vale cada centavo das despesas do Legislativo.  O que acontece é que continuamos sendo vítimas da desconstrução da ideia de importância do homem público enquanto representante legítimo dos anseios e necessidades populares.  Assim, os ditos “homens sérios” não se metem no jogo, deixando-o para os “picaretas”, ainda que haja exceções,  prática comum há 500 anos na história desse país.

Relutantes em se colocar “ao dispor” da sociedade com medo da mácula de sua imagem, muitos homens e mulheres de pensamento avançado ficam de fora das eleições.  Além disso é cômodo imputar “no outro” os desmandos e responsabilidades de má gestão o que faz com que outra parte de nós também não participe.

Há ainda que se falar da importância de aumentar as vagas a fim de proporcionar maior representatividade entre as classes sociais e profissionais do rio-pretense que hoje é refém do poder financeiro, religioso ou dos arranjos partidários que garantem quase sempre os mesmos.

Mais diversidade e mais competência são o cerne da questão, não o número de cadeiras e o pagamento pelos serviços executados.

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