quinta-feira, 29 de setembro de 2022

ELEGER LULA CONTRA O FASCISMO: UMA ANÁLISE LAMPEDUSIANA

    



Marcelo Gomes 
Sociólogo e professor




    Há na literatura um princípio popularizado extraído da obra Il gattopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Daí ser conhecido como princípio lampedusiano. Segundo esse, às vezes é preciso mudar tudo para que as coisas permaneçam como estão. 

    Em junho de 2013 o Brasil é sacudido por um terremoto social. Revoltas populares e manifestações gigantes escalam aparentemente do nada. Muitos ficam surpresos, mas ninguém no momento conseguia explicá-las com consistência. Grupos de esquerda juravam que aquilo era a ebulição social de uma condição insustentável que vinha se gestando há muito tempo. Sua retórica inicial era de que finalmente uma insurreição popular havia começado e o céu seria o limite. Detalhe, o mote inicial era 20 centavos na passagem de ônibus. Depois, disseram estes: “não é só por 20 centavos”. Grupos de direita aproveitaram-se para reavivar o movimento “cansei” e seu congêneres. Sim, movimentos típicos de classe média em geral protofascistas, antipetistas e com muito ódio de classe pipocaram ao longo de todo o governo do partido dos trabalhadores. Mas naquele momento, de fato, engolfaram e dirigiram as manifestações. Pautas estapafúrdias apareciam espontaneamente aos milhares, mas duas ganharam o movimento: a primeira era a pauta anticorrupção. A segunda, a derrubada da PEC 371 . 

    Poucos se lembrarão disso, com certeza, mas já à época isso acendeu uma luz amarela em meu radar político. De repente, os cartazes apareciam no mundo inteiro padronizados. Manifestantes de muitos países com os mesmos dizeres, mas cada qual em sua língua nativa. Pareciam orquestrados remotamente como as manifestações da chamada primavera árabe. O mesmo modus operandi parecia estar em curso. E então governos estaduais, presidência e congresso ficaram acuados. Durante um mês inteiro pareceram perdidos, e tanto quanto a população, sem saber o que fazer ou pra onde ir. O saldo disso já o sabemos. Elas se esvaziaram pouco a pouco e o país pareceu retomar seu ritmo normal. Mas era uma miragem. As placas tectônicas tanto quanto os bastidores da política se movem sem que a superfície perceba. Em 2014 Dilma consegue sua reeleição por pouquíssima margem de votos e entram em cena três personagens nefastos. De um lado Aécio Neves lidera um movimento do PSDB para contestar as eleições, dando início a uma arma política que fissura a institucionalidade republicana. Poucos grupos embarcam nisso. Mas aí entram Eduardo Cunha que controla o congresso para estrangular o poder da presidência e nos bastidores do judiciário, uma operação política que iria destruir a economia do país em poucos anos e oferecer material farto, ainda que em parte manietado artificialmente, para ser usado pelos grupos políticos opositores. O protagonismo de promotores do Ministério Público em conluio com um personagem sombrio e de fraca expressão e formação como a de Sérgio Moro dá sentido finalmente àquela pauta estranha das jornadas de junho de 2013: a rejeição do PL 37. 

    A grande mídia, os grupos políticos rivais e todas as camadas sociais que cresceram com muito catecismo religioso e catecismo de classe se unem contra a presidência. Uma peça jurídica pífia e que se mostrou uma farsa foi encomendada pelo PSDB e juristas como Miguel Reale Jr., a desconhecida e histriônica Janaína Paschoal e, pasmem, Hélio Bicudo, aceitam o abjeto papel de dar um verniz de seriedade a isso. Não importava. Tudo o que boa parte dos congressistas reunidos em torno de Eduardo Cunha precisava era de uma justificativa. O golpe parlamentar foi dado. O partido dos trabalhadores que preferiu cultivar eleitores em detrimento de militantes foi trucidado. Acostumado ao jogo parlamentar e clientelista entre as elites políticas, Lula tentou negociar por um mês em Brasília. Não surtiu efeito. Sua nomeação foi atacada ilegalmente por Moro e Gilmar Mendes e o PT, não sabendo mais o que é base social a não ser em dia de eleição, se recolheu acuado. A antiga militância petista só ameaçou uma resposta quando a figura de Lula foi alvejada. Graças ao culto à personalidade deste político carismático, desaprenderam a dinâmica da luta de classes. Mas foram às ruas e tentaram impedir a prisão de Lula quando esta chegou. Frustração ao ver o próprio líder se entregar, fugindo dos que tentavam segurá-lo no sindicato. Diz uma versão que foi para evitar um banho de sangue, mas outras dizem que a burocracia petista jurava que a prisão seria muito temporária. Ledo engano. 

    O antipetismo que perdeu vergonha e assumiu logo sua essência fascista ganhou as ruas. Agora tinham uma cabeça para pendurar em praça pública e festejar. Na esteira dessa onda aparece o mais abjeto político desta tendência fascistóide. Jair Bolsonaro é eleito e sabemos de todas as atrocidades cometidas por ele e seus seguidores e familiares ao longo destes anos sombrios e tristes. E eis que chegamos às vésperas da eleição de 2022 e o tema desse artigo. Lula saiu da cadeia porque seu caso foi anulado dado a mácula de origem fundada na competência do juiz natural. Agora lidera a campanha eleitoral e tem grande chance de ganhar no primeiro turno. Mas nada disso foi fácil. Muitas outras coisas ocorreram que não constam aqui. A vaza-jato, a prova da ação do departamento de Estado norteamericano no treinamento e condução das investigações daqui, o desastre da gestão de Paulo Guedes na economia, o genocídio trágico de uma gestão criminosa da pandemia da Covid, a frente ampla formada em torno de Lula que congregou antigos e iminentes personagens que apoiaram ou conduziram o golpe de 2016 e até Alckimin, o antigo rival do partido golpista, que se tornou o vice de Lula. A elite financeira que abandonou Dilma quando esta ameaçou seus lucros ao usar a Caixa e o Banco do Brasil para atacar o mercado de juros volta a abraçar Lula na certeza de que o mercado financeiro assim como todos os negócios da burguesia estarão em melhores mãos do que as do apedeuta e fascista Bolsonaro. O povo trabalhador, que durante quatorze anos de governo do partido dos trabalhadores jamais foi chamado para um referendo popular ou plebiscito, agora é convocado para trabalhar e votar novamente. A estes é oferecida uma saborosa retórica populista de que voltarão a comer churrasco e tomar cerveja. De fato, esse gozo popular é bem menor agora do que foi outrora. Mas em geral lhes é oferecido mais palavras do que fatos. O paraíso da classe trabalhadora é, desse modo, reduzido a este gozo dominical. E ainda que ela chegue a esse paraíso, o que teremos é a manutenção desta classe de forma subserviente. Lula edulcora a exploração capitalista e realiza com picanha (ainda que não passe de maminha) o pacto social tão almejado pelas elites econômicas. Esta mesma elite que ainda é ideologicamente colonialista, escravocrata e não pensa duas vezes em abraçar o fascismo contra o governo dos trabalhadores, também chega assim ao seu paraíso. O tiro saiu pela culatra. Bolsonaro era bárbaro demais, mesmo para essa nossa odiosa e nefasta elite e ela se viu obrigada, após tê-lo prendido, a soltar Lula e aceitar o seu retorno. 

    Enfim, não queria votar em algo que sempre critiquei. O projeto que defendo não tem chances eleitorais. Ciro Gomes defendeu um projeto capitalista tanto quanto o de Lula, mas um pouco mais à esquerda e parecia palatável frente ao neoliberalismo envergonhado do PT, mas como lhe faltou alianças e se viu isolado, adquiriu uma retórica tão tacanha quanto daquele que nos governa atualmente. À sombra do fascismo qualquer tempo a mais nas mãos do candidato a déspota ignorante se revela temerário. A tática do PT de esvaziar os movimentos pró-impeachment deu certo. Quando muitos de nós fomos às ruas e pedimos impeachment de Bolsonaro, a burocracia partidária do PT fez o cálculo político frio de preferir sangrar Bolsonaro e levar até às eleições. Funcionou. Votaremos em peso em Lula para tentar acabar com esse governo criminoso que assedia toda semana a frágil democracia burguesa brasileira. E com isso, fecharemos o ciclo lampedusiano. Muita coisa foi feita para que tudo permanecesse como estava. Com dois agravantes: agora a classe trabalhadora amarga uma reforma trabalhista e uma reforma previdenciária que aumentaram a superexploração do trabalho no Brasil.

___________________________________________________________________________________

 1 As manifestações conseguiram pressionar os parlamentares que rejeitaram esse projeto de emenda constitucional que visava limitar poderes investigativos do Ministério Público. Poderes que se tornaram decisivos para todo o movimento antipolítica que se operou a partir de então. Confira: https://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/camara-derruba-pec-que-tentava-limitar-o-poder-deinvestigacao-do-mp.html.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Um final de semana para se lembrar no futuro


Nasceu em 1945 no interior do Pernambuco. Viajou por 13 dias em um caminhão "pau-de-arara" com toda a família para o litoral paulista.

Fez ensino fundamental e cursou preparatório técnico se tornando metalúrgico. Nunca, portanto, foi analfabeto.

Em 1975 foi eleito por 92% dos votos, presidente do maior sindicato da sua categoria, então com mais de 100 mil membros. Foi reeleito em seguida, já por 98% dos votos, o que atesta a relevância de sua atuação e a satisfação de seus respresentados.

Fundou, no início dos anos 80, o Partido dos Trabalhadores, o PT, com apoio de sociólogos, intelectuais e Igreja Católica.

Em 1982 o partido já estava organizado em todo o território nacional. Constituiu-se mais tarde no maior partido de massas da América Latina.

Até hoje ele foi homem de um único partido.

Em 1983 ajudou na fundação da CUT - Central Única dos Trabalhadores e em 1984 foi líder importantíssimo no movimento pelas Diretas Já.

Em 1986 foi o Deputado Federal mais votado do país para a Assembléia Constituinte com quase 700 mil votos.

Incansável militante, candidatou-se várias vezes até vencer as eleições em 2002 para a presidência da república do Brasil. Novamente eleito para um segundo mandato na sequência.

Na terceira eleição consecutiva, elegeu sua candidata, a primeira mulher presidenta do país.
Ao sair, Lula deixou o governo com aprovação recorde.

Perseguido desde sempre e odiado por muitos, permanece atuante e influente no Brasil e no mundo de hoje.

Foi acusado e com vícios nos processos que culminaram com sua prisão, teve restabelecidas sua inocência e liberdade.

O Grande historiador Eric Hobsbawn, dele afirmou, por ocasião da sua eleição no início deste século, que “agora é possível se acreditar no restante do século XXI".

De volta ao cenário eleitoral, lidera, com folga, as pesquisas de preferência e reúne em torno de sua candidatura, artistas, intelectuais, políticos e outras figuras de destaque em todo o mundo.

O povo mais humilde, as mulheres, minorias, nordestinos e trabalhadores, são seu maior eleitorado.
Com tudo isso, ainda tem gente que o chama de "molusco", "meliante", "analfabeto", “cachaceiro”, “ladrão” e outros adjetivos depreciativos.

Gente que tem discurso de “cidadão de bem”, cristão, moralista, anti-corrupção, mas vota e apoia candidatos corruptos, fichas sujas e de partidos conhecidamente fisiologistas.

Descarregam o ódio permanente ao petista, talvez por frustração pessoal ou por desconhecimento de pertencimento de classe.

Pessoas que nutrem "certezas" absolutas contra Lula e os seus companheiros e que insistem em ignorar a indecência do atual governo, com escândalos de fio a pavio.

Militantes anti-Lula, bradam agressiva e apaixonadamente contra a reeleição dele. Provocam atos de violência nas ruas e ressoam “fake news” sem filtro.

O país transborda de discussão política e esse final de semana, ao contrário do que se imagina, não encerra a participação popular, mas talvez inicie um processo de entendimento nunca dantes experimentado.

Não é necessário brigar. Basta cada um cumprir seu papel e apostar naquilo que acredita.
Vejamos o que o tempo tem reservado pra todos nós.

sábado, 24 de setembro de 2022

Não parece... é urgente!

 



Prof. Dr. Nilson Dalledone
nilsondalledone@gmail.com





A situação é gravíssima! 

Entenda o que está acontecendo...

Há risco iminente de os EUA e seus aliados da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte - lançarem um grande ataque nuclear de surpresa contra a Rússia e contra a China Popular, para o que contariam com um escudo antimísseis que cerca ambas as potências. Da parte da Rússia e da China Popular, devido à mudança das condições geopolíticas globais e devido ao agravamento das tensões mundiais em todos os âmbitos, em níveis nem mesmo atingidos durante a Guerra Fria, existe a possibilidade de ações preventivas, seja usando armas convencionais de alto poder destrutivo, das quais os russos usaram apenas uma na Ucrânia, seja usando armas nucleares táticas que poderiam levar ao recuo os 30 países membros da OTAN e de seus aliados. E poderia ocorrer uma escalada geral. A única alternativa para impedir o desastre final seria a mobilização dos povos do Ocidente contra suas burguesias que se negam a aceitar que o mundo não mais é unipolar e que já não têm mais o domínio mundial. Entretanto, a realidade não é essa. As multidões dos países ocidentais, exceto poucas exceções, continuam caminhando como ovelhas para o matadouro.

Contagem regressiva para a destruição do planeta Terra! Vamos contar juntos? 

Os EUA mantêm o dedo no gatilho nuclear desde que criou a estratégia declarada de “guerra nuclear relâmpago”, agravada pela chamada “guerra das galáxias”, dos tempos de Ronald Reagan, o presidente norte-americano, ator de filmes de bang bang. A primeira ministra inglesa Liz Truss declarou, há pouco, que é parte da função de seu cargo, apertar o botão do juízo final. A Rússia sabe que se não tomar as medidas necessárias, há o risco de que não restem mais do que uns poucos russos em diáspora rumo a lugar nenhum, já que as elites do Ocidente pregam o genocídio total contra os povos da extinta União Soviética e não têm intenções melhores em relação aos povos da China Popular. 

Em 21 de setembro, enquanto amanhecia, Vladímir Putin discursava para toda a Rússia... Avisava que a Rússia não permitirá qualquer ataque a sua soberania e que usará de todos os meios necessários, para defender sua integridade territorial. A Rússia enfrenta a 30 países membros da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, e outros aliados desse bloco militar imperialista, comandados pela alta burguesia dos EUA. O dirigente russo não estava blefando, segundo especialistas em linguagem corporal britânicos. Acabou a “brincadeira”. A Rússia não cederá diante de um possível ataque da OTAN. E, com certeza, está tudo articulado com a China Popular, também, sob risco de ser agredida pelos EUA e por seus aliados, devido à questão de Taiwan, território que é parte natural da China, entendido desse modo, desde os tempos de Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA. A razão verdadeira, evidentemente, é outra. A China Popular é a maior concorrente global para a alta burguesia norte-americana, que em seu “esplendor” neoliberal não quer concorrência.

Ao mesmo tempo, V. Putin atendeu à solicitação do Ministério da Defesa e do alto comando militar da Rússia e convocaram-se cerca de 300 mil reservistas, para garantir a segurança dos povos da Rússia, sua soberania e das regiões liberadas, na Ucrânia, de modo que se complete a Operação Militar Especial que consiste em desmilitarizar esse país, impedindo que se transforme em base da OTAN, e em desnazificá-lo, porque tal como aconteceu com a Alemanha, em tempos passados, é governada atualmente por um regime pró-nazista e pró-norte-americano. Adolf Hitler, ao contrário do que muitos pensam, admirava, especialmente, o modo como os negros eram segregados nos EUA e V. Zelensky, presidente da Ucrânia, é um judeu colaboracionista, não só admirador do nazismo, mas também defensor das mesmas práticas da GESTAPO e das tropas SS alemãs, tanto que é mancomunado com as quadrilhas nazistas ucranianas.

A Rússia tem capacidade para mobilizar 25 milhões de efetivos, representando essa primeira convocação de 300 mil efetivos não mais que 1,1% do total. Somente estão sendo chamados aqueles que têm até 35 anos de idade, que já serviram nas Forças Armadas da Rússia e que tenham experiência militar relevante, inclusive, com experiência em combate. Antes de serem enviados à linha de frente, receberão instrução adicional. Terão os mesmos direitos que militares da ativa em tempos de guerra. Trata-se, portanto, de mobilização parcial, posta em ação com todo o profissionalismo.

Na contrapartida, relembre-se que, em tempos desesperados, é preciso tomar medidas desesperadas, principalmente, se um país é invadido por forças de uma grande potência militar, tal como aconteceu com Vietnam, Iugoslávia, Afeganistão, Iraque, Síria, Líbia e muitos outros. No caso desses países, houve bloqueio por parte dos atacantes norte-americanos e só eventualmente conseguiram expulsá-los. Supostamente, com a Ucrânia, a situação é um pouquinho diferente, porque conta com o apoio somente dos EUA e de outros 29 países membros da OTAN, além de uma dezena de países ao redor do mundo. Por isso, pode-se dizer que está quase sozinha. 

Ao contrário de outros países, tinha o segundo maior exército da Europa, se considerada a Rússia, mas isso seria irrelevante. Também, ao contrário de outros países, não se impôs nenhum bloqueio ao fornecimento de armas ao regime pró-nazista ucraniano e lhe fornecem montanhas de armamentos, a ponto de se esvaziarem as reservas europeias e de se comprometerem seriamente as reservas de armamentos norte-americanos. Mas isso nada significa... E tudo sem problemas, mesmo que a dívida ucraniana já tenha alcançado 100 bilhões de dólares, o equivalente a 75% de seu PIB – Produto Interno Bruto - de pré-guerra. Na verdade, esse é outro dado irrelevante, porque há aquele ditado ucraniano que diz: “ganhe agora e perca depois”. 

O problema é que, mesmo enviando montanhas de armas e grande número de mercenários, chamados, “por brincadeira”, de “voluntários” pelo regime ucraniano, a Ucrânia, diariamente pede armas e recruta novos soldados. Segundo informam os ucranianos, não sofreram baixas até agora, depois de sete meses de guerra... Só que uma das primeiras ordens de V. Zelensky, por decreto, foi proibir a saída de homens em idade militar e solicitar a seus aliados europeus que deportassem qualquer homem ucraniano sadio, entre 18 e 65 anos, que tenha fugido. Com muita criatividade, V. Zelensky ordenou a criação de patrulhas de vigilância permanentes em todas as cidades e vilas com a incumbência de localizar e prender todo e qualquer indivíduo em idade militar e não envolvido em atividades essenciais, para ser recrutado voluntariamente ou à força.  Mas poucos meses depois, mesmo depois de todas essas medidas inteligentes, homens começaram a escassear. Então, usando de sua grande perspicácia, V. Zelensky mandou recrutar todas as mulheres entre 18 e 65 anos... 

E como teriam surgido novos problemas internos, V. Zelensky informou que “comunistas” poderiam se infiltrar em qualquer parte da Ucrânia, passando-se por civis. Nada melhor, nesse caso, do que incitar as crianças, nas escolas, a delatarem seus pais, se notassem algo estranho em casa, como pais se mostrando contra o esforço de guerra ou se ouvirem pai ou mãe falando mal do presidente. E, depois da “maior ofensiva militar” que a humanidade já conheceu, V. Zelensky mandou interrogar todos os habitantes da área recuperada e revistar todas as suas casas, para não permitir que nenhum russo ou pró-russo escape ou permaneça na região de Kharkov, assim como que algum “comunista”, “bolchevique” ou agente dos malvados russos escape à prisão. 

O que importa, mesmo que a guerra dure muitos anos, é manter no governo ucraniano, representantes dos valores democráticos do Ocidente. Para isso, a RADA (parlamento) aprovou uma lei para impedir que qualquer “comunista” chegue ao poder no país, permitindo que o Estado possa cassar o registro e tomar os bens de qualquer organização que se considere oposição ou contrária aos interesses da Ucrânia, como, por exemplo, partidos “pró-russos”, dispostos a negociar com o “comunista” V. Putin. É desse modo que a Ucrânia pretende vencer a Rússia. Seriam medidas extremas em tempos desesperados. Isso lembra a Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, que adotou medidas muito similares em sua incansável luta contra o “comunismo”. 

Apesar da grande tragédia que representa qualquer guerra ou conflito maior, relaxe um pouco e ria, ria, ria, ria e continue rindo. Ligue seu aparelho de som e coloque uma música de circo, aquela, quando está entrando o palhaço ou o comediante...

Voltemos à realidade!

A Ucrânia perdeu metade de suas forças armadas, cerca de 61 mil efetivos, contra 5935 efetivos russos e aliados. Em nenhum dos dois casos, estão incluídos os feridos e outros casos, segundo informações do Ministério da Defesa da Rússia. Serguei Shoigu, Ministro da Defesa da Rússia, explicou que o país, não só enfrenta a Ucrânia, o que não seria um grande problema, mas o Ocidente coletivo, comandado pelos EUA. De acordo com o ministro, não se trata, apenas, das montanhas de armamentos enviados pelos países da OTAN que são usadas imediatamente contra a infraestrutura da região do Donbás – Luhansk e Donetsky -, e que a Rússia tem conseguido eliminar, mas de todo um gigantesco sistema de comunicações e de processamento de dados, mantidos e alimentados por cerca de 70 satélites militares que se somam a outros 200 civis, o que permite levantar informações sobre a posição e situação das unidades russas e aliadas. A Rússia e a China Popular já têm meios de neutralizar esses satélites.

A tensão, entretanto, aumentou, quando os líderes das áreas liberadas da Ucrânia anunciaram que entre 23 e 27 de setembro será realizado um referendum que decidirá se Luhansk, Donetsky, Zaporozhia e Kherson se integrarão à Rússia. Ato seguido ao anúncio, aqueles que pretendiam exterminar a população de cultura russa do Donbás, aumentaram seus ataques contra todas as regiões que pretendem se separar da Ucrânia. O Parlamento russo – a Duma – tomou a decisão de que, se o referendum confirmar o desejo das populações dessas regiões de se unir à Rússia, logo em seguida, qualquer ataque a esses territórios será considerado ataque à Rússia e a resposta será proporcional.  

Os serviços secretos norte-americanos e, em particular, o MI6 britânico alertaram V. Zelensky, o governante judeu ucraniano pró-nazista, para que não caia na armadilha de continuar atacando essas regiões, após o referendum. Mesmo tendo bombardeado as cidades do Donbás, desde 2014, sem cessar, durante oito anos, e tendo continuado a fazê-lo agora, mesmo com a presença russa, essa tática de extermínio das populações de cultura russa, após o referendum, dará o motivo para a Rússia tomar medidas que seriam catastróficas para a Ucrânia, como bombardeios estratégicos em todo o país, inclusive, contra a segunda metade restante da infraestrutura elétrica que continua funcionando, exatamente, às portas do terrível inverno europeu. 

Com as novas regras impostas à guerra por V. Putin, é praticamente impossível que a Ucrânia tenha alguma possibilidade de vencer, não importa o apoio que receba de países colonialistas e imperialistas ocidentais, liderados pela alta burguesia dos EUA. Segundo esses mesmos serviços de inteligência, V. Putin teria autorizado às forças armadas da Rússia a utilizarem armas nucleares táticas, caso não haja alternativa, para obrigar a Ucrânia a se render, mas nada que se aproxime da catástrofe provocada em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, por duas bombas atômicas lançadas pelos EUA, sem necessidade militar, ao final da Segunda Guerra Mundial, com a intenção de intimidar e submeter o mundo todo aos interesses da classe dominante norte-americana. 

A Ucrânia não tem alternativa, exceto deixarem os russos irem em paz e unirem-se de novo à Rússia. Cerca de 90% dos habitantes dessas regiões já declararam que querem retornar à Rússia e que não suportam mais a violência de que têm sido vítimas por quase uma década, a partir do momento em que os serviços de inteligência norte-americanos levaram ao poder pró-nazistas. Após 27 de setembro, qualquer mínima provocação do regime pró-nazista ucraniano levará a Rússia a aplicar medidas de autodefesa. Seria o fim para a Ucrânia, no médio prazo, ainda que haja muita incerteza sobre o desfecho dessa guerra que já dura sete meses.

As continuadas ameaças e agressões contra a Rússia Soviética, logo após a vitória da Revolução Socialista, em 1917, quando catorze países capitalistas atacaram o país, aliando-se a contrarrevolucionários, os chamados “brancos”, foi seguida de agressão em escala inimaginável,  por parte da Alemanha, comandada, à época e até hoje,  pela alta burguesia imperialista alemã que se utilizou, então, de bandidos nazistas, para concretizar seus objetivos, o que custou à União Soviética 27 milhões de vítimas, 40 mil empresas destruídas e destruição impossível de resumir. Provocações e agressões parecem não ter fim. 

Quando parecia que a humanidade entraria numa era de paz, com a derrota do nazismo alemão, do fascismo italiano e do militarismo japonês, o imperialismo norte-americano e seus aliados iniciaram a Guerra Fria, utilizando-se da OTAN, criada em 1949, com o que confrontaram o sistema socialista mundial, nos países em que a classe trabalhadora tinha tomado o poder, enfrentaram os movimentos de libertação nacional, quando os povos dominados lutavam, para se libertar do colonialismo e do neocolonialismo e tentaram desarticular os movimentos pacifistas e movimentos de trabalhadores, no mundo inteiro. 

Finalmente, em 1991, aproveitando-se de problemas internos na extinta União Soviética que tinha caído em mãos de burocratas corruptos que, estranhamente, tinham alcançado altas posições dentro do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), como os traidores M. Gorbatchov e Boris Yeltsin, que entregaram o país a administradores neoliberais norte-americanos e de outros países da OTAN, a União Soviética seria levada ao colapso e à desintegração. Mesmo que, à época, a China Popular tenha conseguido se salvar de destino semelhante, graças à resposta decidida da parte sadia do Partido Comunista da China, tendo derrotado a contrarrevolução interna e externa, mantendo, assim, a democracia popular, sob o controle de sua classe operária e de seu campesinato, em seu território, não lhe foi possível socorrer a União Soviética.  

O desastre que se seguiu, nos territórios da ex-União Soviética, foi uma das maiores tragédias humanas de que se tem notícia. O padrão de vida, relativamente alto, despencou e a miséria tomou conta do país. A humilhação que se seguiu é difícil de descrever. Talvez, sirva de exemplo simbólico, as gargalhadas de Bill Clinton, provocadas pelo alcoólatra Boris Yeltsin que comparecia bêbado, cambaleando, a grandes eventos internacionais. Enquanto isso, as repúblicas, tanto federadas, quanto autônomas que até há pouco compunham a União Soviética, passaram a se confrontar entre si e algumas caíram nas mãos do imperialismo norte-americano e de seu braço armado, a OTAN, como Lituânia, Letônia, Estônia, Moldávia, Geórgia, entre outras. É nesse quadro que se insere o caso ucraniano.

Além do Reino Unido que funciona como quinta coluna norte-americana na Europa e não tem nenhum respeito próprio, a estratégia da OTAN inclui França, Alemanha, Polônia e Ucrânia como pilares estratégicos, na guerra híbrida para enfraquecer, desintegrar e pilhar a Rússia e demais ex-repúblicas soviéticas, para depois capturar a China Popular. 

Em cinco ondas de cerco anteriores, depois da desintegração da União Soviética, a OTAN tinha chegado às fronteiras da Rússia, faltando, no leste europeu, dominar a Ucrânia. Esse passo perigoso foi dado em 2014, por meio de golpe de Estado, articulado pelos serviços de inteligência norte-americanos e de outros países da OTAN. Levaram ao governo a extrema direita ucraniana e, especialmente, agrupamentos neonazistas. A partir desse momento, dado o ódio que as elites norte-americanas e europeias nutrem contra o povo russo e sua cultura, os bandos neonazistas ucranianos, financiados pelos EUA, iniciaram o genocídio contra a população de cultura russa que vivia na Ucrânia, ao mesmo tempo em que se destruíam as organizações de trabalhadores. Sindicalistas foram queimados vivos em Odessa, assassinaram mais de 14 mil pessoas, houve estupros, torturas e prisões em massa de pessoas de nacionalidade ou de ascendência russa. 

A Rússia tentou, por todos os meios diplomáticos, como os acordos de Minsk (2014) frear os massacres, no leste da Ucrânia, mas foi em vão, porque o regime pró-nazista ucraniano não cessou um dia sequer de atacar os quase 10 milhões de ucranianos de ascendência russa. O fim dessa tragédia, silenciada pelos meios de comunicação dos países da OTAN e de seus satélites, entrou em sua fase derradeira, quando os serviços de inteligência russos confirmaram que a região do Donbás seria alvo de uma grande ofensiva final, patrocinada pela OTAN e o genocídio de milhões de pessoas se tornaria fato consumado. Poucos dias antes da ofensiva ucraniana, os líderes das regiões de Luhansk e Donetsky anunciaram que ambas as regiões estavam se separando da Ucrânia. Declararam independência e pediram ajuda à Rússia. Horas antes do início da ofensiva das forças armadas da Ucrânia e de forças paramilitares neonazistas contra o Donbás – Luhansk e Donetsky – terem início, um operativo militar russo especial e pequeno cruzou a fronteira em 24 de fevereiro de 2022 e frustrou o que se converteria numa das maiores tragédias da humanidade. 

A Ucrânia tinha, até aquele momento, as forças armadas mais poderosas da Europa, o que de pouco lhe adiantou. E mesmo recebendo apoio de 30 países membros da OTAN e de outros aliados, como Israel, dia a dia, durante sete meses de combates, as poucas unidades militares russas, tchetchenas, mais as milícias de Luhansk e Donetsky foram ganhando terreno. Liberaram de unidades militares neonazistas ucranianas Luhansk, cerca de 70% de Donetsky, a maior parte da região de Kherson e da região de Zaporozhzia, onde se encontra a maior usina nuclear da Europa, atacada constantemente pela artilharia ucraniana. 

Também, tinha sido liberada uma parte da região de Khakov, retomada por forças ucranianas, por mercenários e por tropas de países da OTAN que somavam oito vezes mais efetivos do que os russos posicionados nessa área. Eram oito contra um. Nessa onda de contra-ataques, as perdas da Ucrânia, das forças de mercenários e dos efetivos da OTAN atingiram cifras astronômicas, com cerca de 10 mil mortos e 30 mil feridos, considerando-se que o regime pró-nazista ucraniano, apenas, conseguiu retomar 1% do território que perderam e que, ao que tudo indica, nunca mais terão de volta.  Essa onda de contra-ataques, numa linha de frente que se estende por mais de 1000 km, de Kharkov até Mikolayev, organizada pelo alto comando militar norte-americano e britânico, alertou os povos da Rússia. Tinha chegado a hora. Não seria mais possível manter uma guerra de “faz de conta”. Inclusive, o Partido Comunista da Federação Russa, segunda força política do país, exigiu medidas urgentes.

Como você já sabe, a qualquer momento, a Operação Militar Especial russa na Ucrânia que tinha por objetivo desmilitarizar e desnazificar esse país, poderá ser transformada em guerra total, para o que ainda falta a declaração de guerra oficial. No momento, a OTAN, comandada pelos EUA, trava uma guerra híbrida de grande envergadura contra a Rússia, mas que pode se transformar em guerra real. 

Nesse caso, a Inglaterra, por exemplo, pode sumir do mapa em dois minutos e os EUA em mais alguns poucos minutos. Nenhum país tem meios para interceptar os mísseis russos. Na Ucrânia, somente utilizaram uma de suas seis armas modernas, mas sem usar cargas nucleares. No entanto, mesmo que a Rússia intercepte a maior parte dos ataques da OTAN e risque do mapa os EUA, Inglaterra e França, imediatamente depois do início da catástrofe que se tornará global, morrerão cerca de 5 bilhões de pessoas. O restante não durará muito, tamanha a contaminação que se espalhará pelo planeta. Mas pode acontecer de a Terra se partir em pedaços que seriam lançados na escuridão do universo. Será o fim da humanidade. Os povos da Rússia e da China Popular não aceitarão mais humilhações de forças imperialistas e colonialistas de países que se acostumaram a viver às custas dos outros, aconteça o que acontecer.

Desculpe estragar suas noites de sono. Não adianta ficar olhando para o céu 24 por dia. Você não verá mísseis chegando, até porque se algum chegar, estará voando a uma velocidade doze vezes mais rápida que o som, isto é, a 4.100 metros por segundo... Você, na verdade, somente sentirá os efeitos da radiação e, possivelmente, os efeitos de armas biológicas terríveis, tendo sido uma insignificante amostra o coronavírus criado em laboratórios norte-americanos; ou sentirá os efeitos de armas químicas usadas por países da OTAN, já que a Rússia as aboliu de seu território, ou sentirá o efeito de armas radiológicas... Se o planeta Terra não se desintegrar no espaço, nem é garantido que baratas sobrevivam.

Grande abraço! Continuemos, enquanto estivermos vivos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Os preços dos seguros explodiram!

 

Os mais variados fatores que influenciam os preços a serem pagos pelos segurados para protegerem seus veículos, vão das características dos automóveis até o perfil do condutor.  Nesse quesito faz diferença onde mora, onde "roda", como e com o que trabalha.

Ter filhos menores de 26 anos que possam dirigir o carro ou apenas morar com pessoas muito jovens, afeta também.  Como influencia se o carro fica em uma garagem convencional, em um estacionamento monitorado ou na rua.

Pois é.  Tudo isso é fácil de compreender e até de explicar para os clientes.  O que é mais difícil são fatores ligados ao Mercado em geral.

Estatísticas de indenização de sinistros, dificuldade na aquisição ou reposição de peças, oscilação da tabela FIPE e mesmo questões ainda mais ocultas como as ligados ao aumento do dólar, interferem muito mais nos custos do que se imagina. E isso não é simples de justificar na hora de apresentar uma proposta.

Estamos vivendo exatamente esse momento no qual as pessoas estão se reinventando para enfrentar a crise financeira, agravada pela COVID.  Se por um lado, no ano passado, os preços para renovação dos seguros estavam mais convidativos e interessantes, por outro a aparente reposição de possíveis perdas para as seguradoras, se dá agora de maneira extremamente agressiva.

Dobram-se as franquias, diminuem-se as coberturas e inclusive a remuneração do corretor que é quem exerce o papel mais dedicado no processo de contratação e administração de uma apólice.

Enquanto cumpre á seguradora cobrar e indenizar os contratos, ao corretor cabe prospectar, encantar, orientar, negociar e depois passar o ano inteiro debruçado dobre o risco, fazendo com que o atendimento das companhias e seus prestadores terceirizados ocorra de maneira ágil e correta. Sem falar na permanente atualização de dados que se fazem necessários como mudança de endereço, estado civil ou mesmo o uso do veículo.

O consumidor final, pouco ou quase nada valoriza o trabalho desse profissional, que na verdade evita que ele pague mais, por menos garantias, ou seja, como consultor, o corretor encontra o produto ideal para suas necessidades e sem deixar furos.

É esperada uma reação do Mercado no sentido de devolver às tabelas, um pouco mais de coerência com a situação atual.  Mas isso pode não ocorrer tão cedo.  Enquanto isso, o pujante mercado securitário que não para de crescer pode sofrer arranhões perigosos, sobretudo com ofertas variadas e nada garantidas aos segurados, por parte de aventureiros ou marcas obscuras, que mesmo sem força, obnubilam a visão do público por preços atraentes e extremamente chamativos.

O mais importante então é não deixar de pesquisar e não abrir mão da intermediação do profissional habilitado, o corretor.


Proletarier aller Länder, vereinigt Euch!

FOTO - BRASIL DE FATO Nilson Dalleldone nilsondalledone@gmail.com   Edição do riso A OTAN caiu numa armadilha... Divirta-se! A Rússia ridicu...