segunda-feira, 14 de maio de 2018

Empreendimento. O sucesso é sempre consequência?

Ser empreendedor no Brasil não é e nunca foi fácil.
Estes dias fui entrevistado por um jornalista de um jornal de grande circulação da Capital e ao ler a matéria fiquei com a impressão de que tudo foi muito fácil na minha vida.
Claro, a culpa não foi do entrevistador, mas das coisas que eu disse e sobretudo do "como" eu falei.
A matéria dá conta de que meu início foi difícil e que enfrentei muitos contratempos, mas deixa a entender que agora desfruto da tranquilidade de ser um empresário de sucesso.
Mas há que se dizer que tudo foi muito complicado até aqui e mesmo hoje, não há qualquer tranquilidade.
Pagar as contas da empresa e mantê-la viva, continua sendo um desafio hercúleo e permanente. Acrescento mais, não faltam momentos de profundo desânimo, que a gente só consegue vencer por conta da vibração, dedicação e torcida de boa parte dos parceiros.  Gente que deposita em nossas marcas sua credibilidade e esforços.
No início da década de 80 fui trabalhar em uma empresa por grande pressão da família, sobretudo minha avó, que me queria ver "encaminhado na vida".
Ajudado por uma tia, que encontrou o anúncio na porta do estabelecimento (uma financeira), me apresentei e fui contratado como office boy.
Minha rotina era limpar os vidros que davam acesso à rua, passar álcool nas mesas, fazer o café e depois ir e voltar aos bancos umas 30 vezes ao dia. Era no tempo em que cheques precisavam ser "visados" e as filas não eram inteligentes.  Ao invés das infindáveis serpentinas que a gente vê agora, onde se caminha ainda que devagar, se déssemos azar, passaríamos horas em pé esperando o atendimento.  E bastava chegar ao caixa com a pastinha cheia de documentos para ouvir o lamento desmotivante do atendente bancário: "Nossa... outro daqueles".
Por três meses trabalhei sem qualquer remuneração.  Como a empresa tinha sede na capital, o salário não vinha e a desculpa deles é que o registro não saia por estar parado na matriz.
Minha avó então se condoeu e falou com meu tio, proprietário de uma construtora, que logo me convidou para trabalhar com ele.
Aprendi muito ali.  Coincidentemente, o prédio era o mesmo no qual está hoje a sede de minha empresa. 
Na construtora meu trabalho original era o mesmo do emprego anterior.  Só que, além de bancos, eu levava plantas (projetos) à prefeitura, entregava umas duplicatas a clientes e assim por diante.
Mas fui crescendo aos poucos.  Auxiliar de Departamento Pessoal, Auxiliar do Departamento Financeiro, até que meu pai me apresentou para uma seguradora na qual ele trabalhava, mas que estava de saída por que ia montar sua própria corretora.
Foi assim me lancei para o brilhante Mercado de Seguros no qual construí minha história.
Hoje, anos depois e passadas muitas vitórias e derrotas que enfrentei sempre com minha mulher ao meu lado, sou gestor, junto com meu sócio, de nossa Corretora de Seguros, de uma Intermediadora de Negócios Financeiros (ambas franqueadoras) e de uma Empresa de Consultoria, que visa orientar e oferecer subsídios a quem desejar compor sua própria rede de franquias.
De jeito nenhum somos ricos.  O faturamento das empresas pertence a elas e seus parceiros, os franqueados, a quem retorna aproximadamente 70% de toda a receita.
Acreditamos muito neste formato e tentamos construir uma jornada de sucesso, mas um sucesso partilhado com aqueles que confiaram em nós e continuam apostando em nossos ideais e projetos.
Claro que temos orgulho do que fizemos e obviamente temos cabedal para orientar quem necessitar de apoio.  Prova disso é a realização das Universidades Corporativas que estão ao dispor de todos aqueles que precisarem  para oferecer, a seus parceiros e franqueados, conhecimento e luz do seu  negócio.  Exportamos este modelo com muita responsabilidade.
Este aliás é um trabalho do qual temos muito orgulho e cuja propaganda não canso de fazer.
Em todos os empreendimentos trabalhamos sempre com grandes profissionais e gostamos de acreditar que são os melhores.  E são mesmo.
Em todo este tempo, contei sempre com minha mulher, valente e companheira e com meu sócio, um amigo fiel e leal.  Trago em mim os princípios herdados dos pais guerreiros e a garra de ser brasileiro.  Aquele, do tipo que não desiste nunca.
Não sei se isso me fará um homem de posses, mas com certeza morrerei rico de experiências e fortes emoções.
Posto tudo isso, me resta dizer que empreender é saudável, necessário e pode até ser vital se a intenção for sobreviver no mundo dos negócios em nosso país.

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