Os números não são pequenos. Em uma empresa, ouvimos 22 mil. Em outra, eram 15 os milhares a serem
desligados até o final deste ano, segundo o RH.
Fico pensando no tamanho do desastre que tudo
isso vai causar na economia do país e em tão pouco tempo. E bem agora que se fala em recuperação da
crise.
Enquanto isso, frutificam pelo mundo e não só
pelo Brasil, os imbecis que defendem, em nome da “empregabilidade”, o
afrouxamento das leis trabalhistas, como se isto fosse a solução do problema do
desemprego.
No campo, quase que se implanta, novamente, a
escravidão ou o escambo da força de trabalho por um prato de comida e uma cama
desconfortável.
As guerras ocorrem pelo mundo afora em diversas
cores e formas diferentes. Umas com
bombas e atrocidades visíveis, outras com a penetração gradativa na consciência
das pessoas com vistas a leva-los a um suicídio moral irracional.
Claro que a finalidade sempre é a mesma: poder
financeiro. Nada de política, nada de fé
religiosa, nada de etnia, nada de combate a terroristas. Tudo disfarce em fantasia rota.
O segundo modelo de guerra, embora menos odioso
do ponto de vista humanista, chega a crueldade ainda pior, posto que o indivíduo
vira atroz de si mesmo e acreditando estar raciocinando por conta própria.
Eu pensava que o Brasil já estava livre
disso. Após anos de ditadura militar,
com ela vencida e soterrada, vivemos em uma frágil democracia onde ainda resta
vencer oligarquias e coronéis. Ocorreu
que acabamos por ser vítimas do excesso de liberdade. Deixamos muito livre, por exemplo, a mídia,
que operou o ideário de cada cidadão com ardil e astúcia.
A serviço dos grandes mandatários do mundo, os
donos da “informação” realizaram a doutrinação diária, pesada e mascarada que conduziu
o pensamento das massas para o lado que quis.
Está certo que estes grandes artífices da
desconstrução não contavam com a força da internet a combater-lhes o que ocorre
a olhos vistos. Mas este veículo de
alcance e controle popular ainda carece de aceitação por boa parte nesses
rincões de nosso Brasil. Sobretudo onde
a classe média mantém ligados seus aparelhos de televisão que servem de adorno
e companhia nas vidas vazias dos que foram contaminados pelo consumismo
alienante que esvazia neles, a própria alma.
Enquanto isso, corajosos, seguem plantando suas
sementinhas na web, os blogueiros, facebuqueiros e outros guerrilheiros da
modernidade.
Fico a fitar, nas ruas, as manifestações que a
mídia formal não mostra. Os avanços da
direita raivosa que não quer mais perder tempo na voracidade de resguardar sua
ilusória posição de topo da pirâmide. E
entre um lance e outro, vejo aquele mesmo resquício de esperança e luta que
vimos no passado próximo, quando o vermelho, que era apenas sangue sobre a
calçada, foi aos poucos tomando forma até tornar-se pendão das liberdades e do
alvorecer dos novos tempos.
Tombado pelo golpe e pelo descuido que a aparente
vitória de então trouxeram, jaz combalido, mas continua vivo e incandescente como
brasa que aguarda um simples sopro a plenos pulmões dos verdadeiros
brasileiros.
Isso me preocupa muito "Os avanços da direita raivosa que não quer mais perder tempo na voracidade de resguardar sua ilusória posição de topo da pirâmide."
ResponderExcluirEstamos vivendo esse tempo.
Bruno Failli