Embora
cansado e cheio de birra, depois de um dia muito complicado, não resisti e atendi
ao celular na noite de ontem, já passadas as 20 horas.
Reconheci de
imediato o chamador, um colaborador que trabalha no setor comercial da empresa.
Aqui, para
não o melindrar, vou chama-lo de Renato (o que nasceu de novo).
Pois
bem. Ele disse que estava um pouco
preocupado, pois suas vendas, no último mês, não estavam correspondendo às suas
expectativas. Imagine às minhas.
Por isso,
queria alguma dica importante. O que
poderia fazer para dar uma “alavancada” em seus números.
Eu não sou
um mestre. Um professor de vendas. Na verdade, parto do pressuposto que, “quem
não sabe, ensina fazer”. Então, eu não
deveria palpitar muito.
Resolvi amenizar o tom.
Perguntei a ele como estava tudo, fora essa situação.
Sua resposta veio sob medida: “Tirando uma dor de dentes que me acompanha
há alguns dias, está tudo bem”, reclamou-me.
Pedi então
que ele me falasse sobre a dor. Ele disse
que já estava cuidando, que já tinha ido ao dentista e que teria que enfrentar
algumas sessões. Comentou que é um
problema novo, pois nunca ao longo da vida, tinha sofrido com a dentição etc.
Depois disso
eu resolvi perguntar-lhe sobre algo de bom que realmente estivesse acontecendo
com ele neste momento.
Hesitando,
me contou que seu irmão teria um filho.
Com problemas hormonais, sua cunhada fazia tratamento há um certo tempo
e agora, teve a confirmação de que estava esperando um bebê. Acrescentou que seria um primeiro sobrinho,
ou sobrinha, mas que isso não importava.
Queria mesmo era ver a alegria de seu irmão e seus pais com a chegada da
criança.
Após esta rápida conversa eu pedi ainda que me dissesse qual assunto o agradara mais.
Rapidamente
é claro, me falou que falaria a noite toda sobre o filho do irmão e com
alegria.
Foi nesta
hora que emendei e alertei. Os clientes
também gostam de falar sobre coisas boas.
Mas boa parte dos vendedores preferem falar sobre coisas ruins. Preço é ruim.
Concorrência é ruim. Crise é
ruim. Problemas são ruins. Devemos partir sempre de conversas
agradáveis, de situações de conforto e segurança. Que tal, após apresentar uma proposta
perguntar ao cliente: “O que mais lhe agradou nesta minha proposta”? Ou então: “Qual parte lhe atende mais”?
Ele falaria
com alegria sobre isso, mas com desanimo se a pergunta fosse: “Qual é o
problema de minha proposta”? Ou então: “O
que não lhe agradou”? E pior ainda: “Você
tem alguma coisa melhor”?
Eu senti que
ele se chocou. Foi quando me confessou que
faz sempre o contrário do que eu estava recomendando.
Depois de um
papo um pouco mais longo, me agradeceu e disse que “renasceria para as vendas”
esta manhã.
Sei lá se, para
ele, era novidade tudo aquilo. Mas vou
ficar aqui, só olhando no sistema, para acompanhar-lhe os resultados.
Vendas é uma constante, se deixar de sair com conhecimento, vontade, alegria e pronto para ser persuasivo, esqueça, você nunca venderá.
ResponderExcluirQuanta coisa boa pode sair de um bate papo
ResponderExcluirComo sempre um excelente texto.
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