sábado, 28 de fevereiro de 2015

Meu trabalho vai de vento em popa e enquanto leio notícias sobre crise e problemas na economia, aumento o movimento e as contratações.
Não sou diferente de ninguém e nem descreio do que está se passando no cenário nacional e mundial, mas não tenho tempo de ficar amaldiçoando a escuridão.  Melhor então, acender uma luz.
Foi neste sentido que ontem, em uma reunião que participei (Encontro Regional da ABF), provoquei os presentes, para o fato de que alguns empresários de nosso setor às vezes se posicionam na mídia como se o "mundo estivesse acabando".  Desfilam números ruins que não sei aonde vão buscar.
A quem ajudam comentários do gênero?  Afugentam investidores e dão insegurança às equipes que trabalham  arduamente nas franqueadoras país afora.
Sim é bem verdade de que tudo está muito confuso.  Os jornais, em todos os seus formatos, apresentam o caos absoluto na economia e na política.  Tumultuam os debates sobre as reformas que o governo precisa empreender e também criam rusgas e picuinhas para desfocar pontos importantes dos ajustes necessários ou não, mas de qualquer modo apresentados.  Toda atenção e alerta são pouco para que não deixemos nada passar sem nossa mais severa posição.  Deste modo, inteligente seria desanuviar as informações deixando-as mais claras e objetivas.  Pois, assim como administrar um negócio qualquer, administrar um país pede a tranquilidade mental e o uso da razão.
O Brasil tem mais de 30 partidos políticos, todos eles brigando por espaço, desejando seu quinhão no "bolo do poder".  Aliado a isso, e muito bem colocado por um político que ouvi esta manhã, vivemos num país presidencialista que está sob a batuta de uma "constituição parlamentarista". Então haja jogo de cintura desta presidenta e do centro do poder, no qual ela confia.
Os irresponsáveis e pessimistas de plantão fazem coro aos que acreditam que qualquer coisa seria diferente se a eleição tivesse sido ganha pelo adversário tucano. Por conta disso, organizam passeatas, bravatas, textos de autoria partilhada e por aí vai.  Puro esperneio.   Mas o fato é de que tudo isso que hoje assusta, já estava por acontecer e a nós, povo, cabe o trabalho e a esperança pra driblarmos as dificuldades.
Basta ver a administração de alguns estados como São Paulo e principalmente o Paraná, que estando sob a égide tucana, está sem condições de cumprir seus compromissos com os próprios servidores e oferecendo riscos de sucatear toda a coisa pública.  Lá o "caos" é mais visível.
O Brasil é um país forte, viável.  Tantos outros empreendedores do mundo gostariam de estar aqui, onde estamos.   Então seria correto mantermos o "nível" do debate sem seguir certas "modinhas" e simplesmente acompanhar o "vai da valsa".  Fico triste ao ver gente de certa consciência, replicar convocações de protestos sem fundamentos e propósitos duvidosos.
Não há que se falar em impeachment ou qualquer outro tipo de golpe.  Mas em trabalho duro.
Em outra ponta, a mobilização popular fica desorientada.  Grevistas e outros grupos necessitam de organização e pauta.  Antes ditadas por alguns partidos e pessoas com formação política e preparo, estas pautas são difusas.  Os movimentos são hoje praticamente mistos de uma série de reivindicações juntas e portanto, desajustadas.  Como atende-los?  Como apoiá-los?
Tive que ouvir, engolindo seco, um cidadão chamar-me de "esquerdoide".
Não dá nem pra ligar.  Ele é daqueles que, embora junto com companheiros que, teoricamente deviam dar sustentação ao governo, se unem fora da agremiação política a que pertencem, aqueles que desejam a "limpeza" da coisa pública, se esquecendo que é justamente isso o que está ocorrendo com o desnudar de todos os envolvidos nas maracutaias medonhas que dão corpo às manchetes.
Eu o conheço bem e sua história na militância também.  Tanto o conheço que gostaria de chamá-lo de "diretóide", mas não há como... é direitão mesmo. Vivendo num discurso fechado e mórbido, sempre, esperneia por ver que a tese do 15 de março tende ao esvaziamento.
São pessoas assim, eivadas de uma melancolia profunda, que por não contribuir para a ordem, desejam o caos.
Bem.  Desabafos à parte, melhor voltar ao que nos une.  "Bola pra frente, que atrás vem gente".

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