Não sei se
posso ajudar, mas queria meter meu “bedelho” numa discussão que estou
assistindo no facebook sobre comunismo, socialismo, capitalismo etc.
Como sempre
acontece, as pessoas têm o hábito de usar como exemplos falhos do comunismo, ou socialismo, países como
Cuba, a extinta União Soviética, a China ou a Coréia do Norte.
Antes de
tudo eu gostaria de comentar um pouco sobre os autores das ideias que fizeram
boa parte da população mundial, lutarem pela distribuição das riquezas, pela
justiça social e outros avanços, nas várias revoluções socialistas que tiveram
lugar na história.
Marx e
Engels com O Capital fizeram uma avaliação detalhada da sociedade capitalista,
redundando numa nova visão de mundo baseada na luta de classes.
O Manifesto
Comunista, que serve de fonte para todos os partidos que se dizem de esquerda, reúne
o que seriam os fundamentos de uma luta pelo fim da opressão de uns sobre
outros, tendo por opressores os proprietários dos meios de produção e que
empregam o trabalhador assalariado e por oprimidos os que não tendo meios
próprios de produção, vendem sua força de trabalho em troca de um mínimo para
tocarem suas vidas.
Em outras
palavras, buscam os comunistas, constituírem uma classe trabalhadora
(proletária) que tenha direito a conquistar o poder político e por consequência,
democratizar os meios de produção.
Só por isso,
fica claro que não existiu neste mundo, até o presente momento, nenhuma experiência
verdadeiramente comunista.
Mas ainda
tem mais. Para a obtenção deste objetivo
principal é necessária a derrubada de todos os limitadores do livre pensamento,
quais sejam os dogmas, as verdades eternas, a dominação midiática e tudo o mais
que impede a formação e ampliação da consciência desta classe trabalhadora. Coisas que não ocorreram em nenhum lugar da Terra.
Sobre
socialismo, visto como uma etapa anterior ao comunismo, penso que ninguém
conceitua melhor que o escritor Oscar Wilde: “A vantagem principal da consolidação do
Socialismo está, sem dúvida, no fato de que ele poderia nos livrar dessa
imposição sórdida de viver para outrem”.
Ao buscar o
fim da propriedade privada, não só os latifúndios ou fábricas passariam ao
controle do Estado, mas diversas instituições controladoras perderiam um pouco
sua “razão de ser”.
Sendo assim,
não dá pra pressupormos que o socialismo chegue naturalmente. Provocador e promotor de rupturas, o
socialismo precisa ser construído.
Desde que o
Capitalismo passou a vigorar, foram muitas as tentativas de revoluções
socialistas, todas elas caracterizadas pelas condições objetivas de onde estavam
centradas.
Contudo é
impossível se conceber, de maneira correta, a Revolução Socialista, se ela não
for precedida de uma população organizada com clareza e conhecimento para
determinar os rumos políticos desta sociedade.
Mais uma vez
me forço a dizer que também não conhecemos neste mundo nenhuma experiência real
de socialismo.
O que nos
cabe perguntar é: Por que a sociedade tem tanto medo de socialismo ou comunismo,
se é composta, por sua maioria de pessoas que seriam beneficiadas?
A resposta
não é difícil.
Em todo o
mundo, há um número muito limitado, de cerca de 1% da população mundial que
dominga e detém 80% das grandes riquezas (capital, meios de produção etc.).
Fortes e
poderosos, eles não desejam nunca perder este poder e esta força. Assim, cercam-se de todos os mecanismos que
podem para evitar qualquer ameaça ao seu “lote” do “bolo mundial”. Não tem pátria, não tem raça e não tem religião. São apenas os "dominadores" que usam pátria, raça, religião e outras diferenças, para exercerem seu domínio absurdo e inaceitável.
Criam uma
casta de “nobres”. Mas bem inferior. Ricos que os
paparicam e sonham em ser como eles. Vivem de suas migalhas. Vice-poderosos que ajudam a distrair as “hordas” em caso de algo dar
errado, levando a culpa. Na sequencia, constituem governos que criam, julgam e executam leis que os mantém protegidos e com “direitos”
garantidos.
Logo na “camada”
seguinte, vem a força policial, sempre consciente ou inconsciente, defensora
dos postulados mantenedores do “status quo”.
Religião é
outro marco. População dócil, carente de
salvação e misericórdia, não incomoda... não atrapalha e não se vinga à espera da justiça eterna que virá algum dia.
O controle
da educação é outra grande estratégia.
Ao manipular os meios de comunicação, afastam o poder de pensamento e
análise de todos, enquanto os distrai com jogos, entretenimentos vazios, numa
versão estratosférica de “pão e circo” dos antigos romanos.
A classe
média, confusa e sonhadora, tem sua consciência trabalhada pelas castas acima.
Contribui muito para isso a imprensa, que a classe média consulta a todo momento nos telejornais e jornais impressos (inclusive revistas) promotores, quase 100%, de inverdades, da
incerteza e do medo. O jornalismo já foi
chamado de “o quarto poder”, mas hoje há quem o enquadre como “o primeiro”.
Diante desta
“cascata” de proteção aos pouquíssimos poderosos e da contra-propaganda permanente contra o comunismo e o socialismo, que inclusive ridiculariza e empobrece quem pratica parte de seus postulados, como fazer as pessoas compreenderem os benefícios e vantagens desta visão avançada?
Nesta época
de “internet” e de boa comunicação podemos nos livrar um pouco das amarras
acima. Mas não o faremos se ficarmos
olhando de longe. Escrever, debater e se envolver no processo político é uma das armas a utilizarmos.
Há algum
tempo, bastava a “eles” combaterem os políticos de esquerda pelas ideias
baseadas em Marx e Engels. Agora, apelam para a destruição definitiva de
toda a classe política para garantir. Fazem a sociedade crer que o mundo será
melhor se ficar livre dos políticos, afastando assim do exercício da política todos os que se
acreditam “de bem”, deixando espaço para os que não se importam em participar
da súcia em que se tornaram os partidos e as instâncias de poder.
Os gregos
afirmavam que a política está no centro da construção da sociedade. Assim sendo, se quisermos humanizar a
sociedade, não podemos excluir a atividade política.
A questão é
que, a atividade política precisa se respaldar na orientação e consciência de
classe daqueles que estão, completamente fora do processo de poder
estabelecido, ou seja, os trabalhadores (proletários) que vivem na ponta mais
baixa e esmagada da pirâmide que citei acima.
Parabéns pelo Post.
ResponderExcluirRoberto De Mingo.