Na última quinta-feira, 27 de novembro, viajei praticamente 900 km
até a cidade paranaense de Foz do Iguaçu.
O que me moveu até lá, além de um enorme prazer por me encontrar com
pessoas ligadas a mim, foi o evento denominado III UFOZ 2014 – VI Fórum Mundial
de Ufologia, organizado e coordenado pelo editor da Revista UFO A.J. Gevaerd.
Como sou quem sou e como sou, escrevo sobre algo para satisfazer
duas necessidades: Satisfazer a vaidade pessoal (vontade reprimida de ter feito
jornalismo no passado) e deixar minha opinião sobre algo. Sou daqueles que gostam
de “declarar o voto”.
Minha curiosidade sobre o assunto UFOs, já me acompanha desde a
infância.
Me lembro bem, por exemplo, quando próximo a 1983, tomei
conhecimento dos relatos de um vigia de uma indústria desativada, próxima ao
município vizinho de Mirassol, que fora vítima de uma abdução, termo diferente
pra mim, então e que chamou minha atenção.
Logo a seguir, fui tocado também por uma matéria no jornal, para o
qual eu desenhava uma “tirinha de humor” sobre a proximidade do planeta
Herculobus da Terra e suas consequências.
A mesma foi por mim recortada e arquivada. Possuo este recorte até os dias atuais.
Não demorou e logo outra notícia me uniria ao tema. Eu e
amiguinhos avistamos uma estranha luz no céu em pleno dia e conseguimos, por
meio de telefonemas, fazer com que uma matéria fosse estampada nos jornais do
dia seguinte, trazendo a foto do objeto e a informação de que se tratava de um
balão meteorológico. Outro recorte que
detenho até hoje num arquivo particular.
Pouco tempo antes de tudo isso, o filme Guerra nas Estrelas de
George Lucas, já havia aberto as mentes de minha geração para a vida
inteligente em outros planetas. Isso, se
desconsiderarmos os milhares de eventos relatados e produções cinematográficas das
décadas anteriores.
A infância passou e o assunto, colocado em repouso por mim.
Pouco tempo atrás, contudo, em conversa com alguém de minha total
confiança, até devido a sua condição acadêmica, fui levado de volta à curiosidade,
que se tornou com o passar do tempo, um estudo sério.
Pronto. Por conta deste
estudo sério, inscrevi-me no Fórum.
Sou um empresário tranquilo, à medida que meus negócios caminham
bem. E não me considero
irresponsável. Assim, sair da empresa
por dois dias e deixar a família pelo mesmo tempo, não deixa de ser prova de
que encarei isso com bastante seriedade.
Meus estudos autodidatas ocupam os momentos livres de meu
tempo. Geralmente a noite, ou finais de
semana. Meus filhos e mulher aceitam
este meu “hobby” com grande respeito e carinho.
Geralmente o partilho com todos.
Não há por que envergonhar-me de algo, do qual sou convicto, ainda que
teoricamente.
Bem, mas o que me levou tão longe?
Gastar com passagem e tudo o mais?
Foi a esperança de encontrar uma discussão sensata, inteligente,
não dogmática e sobretudo crítica, que separasse o joio do trigo nesta questão
tão polêmica e tão cheia de “lados”.
No geral, o encontro foi muito bom. Pessoas qualificadas mantiveram o grau “científico”. Sobretudo no último dia.
Mas não posso deixar de fazer severas críticas às presenças de alguns
palestrantes e bons vendedores de livros que “arrastaram” o assunto para o
campo da espiritualidade, demonstrando clara desinformação tanto de ufologia,
quanto de kardecismo. Em que pese
aceitar isso ou aquilo, sou bem eclético, “cada qual no seu quadrado”. Misturar Coronéis, Doutores e Mestres de
universidades do Brasil e de outras partes do mundo com “doutrinadores”
religiosos foi um erro.
Também não posso descartar um certo grau de imposição de “verdades”
aos ouvintes, promovida por pessoas de questionável saber, que acabam por
levantar os ânimos dos sequiosos do “fantástico”, que acabaram ovacionando de
forma desproporcional a estes, com relação a palestrantes muito bons.
Elogio o organizador.
Talvez pela sua prática democrática, ou mesmo empreendedorismo, já que
também é um empresário, soube mesclar muito bem o show e a transmissão de
informações.
Continuarei o respeitando como símbolo vivo da ufologia
brasileira. Dá até pra dizer que carrega
o estandarte do assunto de forma guerreira.
Gevaerd é respeitado no meio e não deixaria de sê-lo por ser gente
como nós, vítima às vezes, da necessidade de manter o encontro aberto para as
variadas correntes e garantir-lhe a sobrevivência.
Mas quero sobretudo saudar os palestrantes questionadores, os que
apresentaram documentos, provas físicas que vão além do que eu possa achar
sozinho na internet (vasto campo de pesquisas) e que deram justificativa ao III
UFOZ.
Montada com uma riqueza de figuras internacionais, a programação
foi interessante na sua maioria, mas só se esqueceu de abrir para perguntas e questionamentos,
frustrando um pouco a mim e a alguns que se sentaram próximos e que deixaram
escapar, vez ou outra, algum lamento neste quesito.
Por fim, cumprimento-os.
Espero inclusive estar no próximo.
Mas o excesso de assuntos paralelos e voltados muito mais à
religiosidade do que à busca por esclarecimentos, precisa dar lugar a fatos
concretos e objetivos.
Esta é minha opinião.