domingo, 31 de agosto de 2014

Reflexões do Cenário Político Eleitoral

Dentro de alguns dias tem início a primavera de 2014. Que legal.  Chuvas, flores um clima gostoso.
Junto com ela, surge também um novo momento em nosso país.  É quando vão se estreitando o tempo e a decisão da grande massa quanto ao voto para o próximo pleito.
Decidiremos como compor um novo Congresso Nacional, ou se vamos repeti-lo, deixando como está e sem muitas renovações, o que não seria nada recomendável.
Também vamos escolher os membros das Assembléias Legislativas dos Estados e os Governadores.  Pelo menos em São Paulo, sou pela renovação do Governo do Estado.  Além das "sombras" que pairam sobre o grupo que ocupa o Palácio dos Bandeirantes e adjacências, sou filho de pai e mãe professores e sei bem o que o PSDB fez, ou melhor, não fez pela Educação.
Por fim, tomaremos a grande decisão.  Quem substituirá Dilma no Palácio do Planalto, ou se vamos reconduzi-la.
Eu já estou decidido e não é de hoje.  Meu voto é claro e declarado.  Apaixonado pela política desde tenra idade, sou capaz de olhar para o tempo pretérito e recordar o que não quero mais.
É bem verdade que meu sonho era outro, mas diante das opções e do que se mostra em outras propostas, não é bom arriscar.  E verdade seja dita, o governo do PT fez em 14 anos o que todos os outros não foram capazes de fazer em 502.  Assim, sou contra o retrocesso e voto Dilma novamente.  Mas fico preocupado quando vejo as oscilações e mais ainda, quando percebo gente lúcida em dúvida.  Isso não é normal.
Hoje vi estarrecido que uma das grandes formadoras de opinião deste país, a Revista Veja, que não assino e não leio, salvo as capas que forçosamente se impõe nas bancas de jornal, fez sua opção.
Talvez, decepcionada com seu antigo candidato, a revista coloca na capa deste domingo, um insinuador desenho e comentário pra lá de parcial e que diz tudo.  Sua opção é Marina Silva.
Não bastassem seus fortes financiadores de campanha, Marina conta agora com parte da mídia, ou talvez com ela toda, pelo menos com o PIG, como os jornalistas da imprensa de esquerda denominam a mídia reacionária e a serviço de certos "patrões".
Pode ser que isso (crescimento da candidata do PSB) passe.  Que as pessoas ainda estejam movidas pela comoção causada pelo acidente que tirou, prematuramente, o candidato Eduardo Campos do jogo.  Pode ser também, que diante do fraco desempenho de Aécio, Marina reúna seus eleitores insurretos.
Mas não é bom facilitar.  Em um segundo turno, as forças contrárias estarão bem unidas contra Dilma.  A presidente que sempre teve força, não se curvou a muitos dos seus opositores aguerridos de sempre (dentre eles a poderosa Rede Globo).  Claro, isso irrita.  Não vão deixar barato.
E avaliando este cenário, sou forçado também a olhar para outros aspectos.
Na sua visita a Jales, no último final de semana, a candidata Dilma se reuniu a portas fechadas com Dom Demétrio Valentini, um dos bispos mais avançados da Igreja Católica e que não deixa de lembrar a todo instante a opção da Igreja pelos pobres e desfavorecidos. Esse ainda é o tipo de apoio que alimenta minhas esperanças no governo atual.
Perto dali, em minha cidade, parte do PSDB acompanhava seu candidato ao Governo de São Paulo.  No encontro tucano, Aloysio Nunes, que é vice na chapa de Aécio, talvez até pela falta de uma boa composição, afirmava aos quatro ventos que o Governo de Dilma é um governo de corrupção.  Fico me perguntando onde está o espelho do tucano "riopretense" que há pouco tempo recuou no pedido da CPI da Petrobrás assim que os membros do PT incluiram na mesma ação a abertura de CPIs para casos em que o PSDB estava envolvido.
Fica evidente como são diferentes estas candidaturas, num simples ato de visita e diante dos acompanhantes de um e de outro.
Mas antes fosse só isso.  Há coisas acontecendo que não encontram lógica para mim.
No Rio de Janeiro, o candidato ao Governo (Lindiberg Farias) que devia estar apoiando Dilma, está declaradamente com Marina.  E em São Paulo,  Skaf do PMDB, não faz sua declaração em favor de Dilma, nem com Michel Temer, o poderoso cacique do PMDB, sendo vice da presidente na chapa.
Mera falta de disciplina partidária ou medo de aderir a quem possivelmente pode perder?
São configurações de um cenário pra lá de estranho e que ainda há de dar muito "pano pra manga".
Ao mesmo tempo, fico torcendo para que o eleitor brasileiro não fique apenas focado na candidatura majoritária e se esqueça de que o Congresso Nacional é força tão importante quanto, no nosso formato de República e preste atenção no horário político e no histórico dos vários candidatos que se apresentam de novo, ou pela primeira vez.

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