sexta-feira, 28 de setembro de 2012

E-mail e corporações


Um dos maiores desafios da administração moderna é poder identificar as pessoas certas para comporem o quadro de Homens de confiança da empresa.

Geralmente há pessoas com qualidade de caráter, mas lhes faltam profissionalismo e eficiência.   Outras são ótimas no que fazem, mas sua índole é horrível.   Ou seja, não é raro existir certa dificuldade de se encontrar alguém que é ótimo profissional e ao mesmo tempo, uma pessoa de bom caráter.

Avaliar diariamente o comportamento do segundo escalão era fácil antigamente, quando se tinha um contato mais direto com o funcionário.

Hoje, com o advento do computador, tudo é tratado por e-mail. 

Colegas se falam num mesmo prédio, sem levantar de suas mesas e não é pelos ramais telefônicos, onde pelo menos a voz era sentida.

A relação ficou completamente desumana e conseguimos despedir uma pessoa sem que essa sequer saiba se estamos suando frio ao faze-lo, ou gostando da atitude.

Há quem defenda que a comunicação está presente 80% nos gestos.  Imagine quanto se perde num e-mail onde só há palavras escritas.  Sem voz, sem olhar, sem gestos.

Mas o e-mail está em ordem.

Em certas corporações, o bom funcionário é aquele que responde rápido e a todos os seus e-mails.  Ele nem precisa ter opiniões formadas, desde que apresente respostas prontas e curtas para mostrar a todos e aos chefes que está lendo e acompanhando as determinações.  Um “yuhuu” já o coloca na frente daqueles que preferem debater melhor o assunto antes de simplesmente assentir ou concordar com tudo.

Mas qual é o grande diretor (se verdadeiro profissional) de um negócio que não gosta de ser contrariado?  Não é na dialética que se aperfeiçoam as ações e muitas vezes se afiam as opiniões?

Jack Welch, o CO mais respeitado do mundo corporativo afirma categoricamente que prefere contratar pessoas inteligentes, que pensam, que debatem e que, vez ou outra, o fazem mudar de idéia. 

Claro que nem sempre estão certos, mas o projeto nunca fica como o original, segundo ele e recebem acréscimos pra lá de interessantes.

É o próprio Welch que rebate o uso do e-mail pra tudo.  “Falta o olho no olho entre os colegas e para com os clientes.”

Eu enfim concordo plenamente com ele.  Hoje, ninguém mais fala com ninguém ou telefona. 

Em que pese a tecnologia ser indispensável, se você quiser se destacar como profissional deve estar atento para entender as ferramentas disponíveis no campo da informática e sobretudo, evitar ao máximo rebater ou prolongar discussões.

Uma pena, já que as pessoas não são eletrodomésticos ou aparelhos pré definidos para dizer isso ou aquilo, mas mentes brilhantes e com potencialidades inimagináveis.

Se o líder souber aproveitar essas potencialidades, sua equipe jamais será igualada.

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