terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cidade Maravilhosa


Depois de enfrentar o clima quase desértico de Rio Preto, estou curtindo uma garoa de pequenas proporções na capital carioca e o clima está ameno, bastante agradável.

Com alguns instantes de folga, ficar apenas fitando da janela o que seria a continuação da pista do Aeroporto Santos Dumont, pareceu-me perda de tempo.  Resolvi então tomar um expresso na rua e comprar o jornal do dia.

O passeio pelo bairro do Castelo foi glorioso.  As obras de arte em bronze espalhadas pela cidade são fantásticas, como as de Joaquim Nabuco e Manuel Bandeira defronte ao Palácio de Austregésilo de Athayde.  Me fizeram lembrar da escultura de Fernando Pessoa, defronte ao café A Brasileira no bairro do Chiado em Lisboa onde estive com minha mulher e meu querido primo Miguel.  Incrível como pega bem e o povo admira e respeita.  Quase tirei fotos para meus filhos, mas prefiro traze-los a ver pessoalmente.



Ontem me deparei com a escultura de Brigitte Bardot na praia da Armação em Búzios, onde os amigos e guias Renato e Ruddy me levaram pra jantar, no início da noite. 

Mas esta mostra da arte carioca não é estranha.  Todos que estão a ler este "post", por certo conhecem, ainda que por foto, a famosa estátua de Carlos Drumond de Andrade na Av. Atlântica na orla da praia de Copacabana.  Esta ainda não vi de perto e pelo jeito, não será hoje.

A cidade do Rio, a despeito das centenas de milhares de reportagens que a transformam num cenário de guerra e assustador para as figuras quase distantes do interior brasileiro, continua linda.

Só pra constar, andei pelas ruas com meus trocados no bolso, de relógio barato à mostra, carteira contendo meus sempre surrados cartões de crédito e débito e ninguém me molestou.  No máximo recebi alguns sorrisos e cumprimentos desta gente carinhosa e receptiva.

Se existe por aqui criminalidade, isso não a faz do Rio uma metrópole diferente de nenhuma outra, em todo o mundo.

A cidade exala cultura, respeito à história e sobretudo entendimento político.

A capital que sedia a Rede Globo, mídia famosa pela permanente manipulação política do Estado e do País, tem também um povo crítico e que discute política nos bares.

Enquanto tomava um café em uma padaria na Cinelândia, não entendi como Marcelo Freixo – candidato a prefeito pelo PSOL, só está em segundo lugar e com menos da metade das intenções de voto.
 
Além de seu fervoroso e verdadeiro discurso, Marcelo é apoiado em diversas partes por onde andei. 
Ontem, um taxista já dava conta disto me afirmando: “Não tem comparação entre o Freixo e o Paes.”
Hoje, no café, as pessoas diziam umas para as outras se referindo a ele: “Mas não dá pra deixar quieto... Temos não só que votar, mas pedir para os amigos”.

Militância voluntária e consciente são capazes de alterar os rumos de uma eleição no dia do pleito.  Já vi isso acontecer quando elegemos em Rio Preto, Liberato Caboclo, terceiro colocado, contrariando as pesquisas que davam eleição garantida a Marcelo Gonçalves.

Enfim, os diversos palcos de grandes discussões do Brasil, continuam alvoroçados por aqui. 

O Rio de Janeiro é capaz de despertar na gente, aquele sentimento de pátria, que faz falta nas cidades pequenas do interior.

 
Direito a uma passadinha defronte a Academia Brasileira
de Letras pra ver se está tudo em ordem.
 
 
Só voltei pro quarto mesmo, quando olhei no horizonte e em meio aos prédios e com céu nublado, pude ver ao longe, abençoando a Cidade Maravilhosa, o sempre presente por aqui, Cristo Redentor.

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