quarta-feira, 1 de abril de 2009

Todo mundo sabe, mas lembrar é sempre bom.



O Brasil é um país com área de 8,5 milhões de km2. Sua população em 2000 estava estimada na casa dos 170 milhões de habitantes. Como todo país capitalista, está dividido em duas classes típicas, a saber, capitalistas modernos e trabalhadores assalariados. Como se dizia no passado, burgueses e proletários.
Tem gente que não sabe como isso funciona. Ainda fica se perguntando a que classe pertence etc. e tal. Mas na verdade, quem não está numa das pontas, está sendo esmagado por ambas no que seria a “turma do meio”, que se tivesse que escolher um lado, melhor seria escolher o lado dos proletários pois “os do meio” também colaboram para o enriquecimento assombroso dos “burgueses”. Mas como eles conseguem enriquecer ainda mais enquanto outros ficam cada dia com menos dinheiro? Veja:
Há um esquema que distancia estas duas classes (burgueses e proletários) diariamente. Este esquema é conhecido por “mais valia”, descoberto por estudos realizados pelo filósofo Karl Marx.
A mais valia é calculada com base no seguinte processo:
Imagine um produto fabricado numa fábrica, que ao terminar é oferecido por 100%. Deste total, nós teríamos, por exemplo, 30% do valor deste produto utilizado para custear o que seria o “meio de produção”, composto pela matéria prima, energia utilizados e demais despesas da fábrica. Ainda, 10% do valor do produto seria destinado para custear a “força de trabalho”, ou o salário dos operários. Se ainda descontarmos impostos e outros custos que muito bem poderiam compor o “meio de produção”, não passaríamos de 10%. Assim, sobraria cerca de 50% ou mais do valor do produto, que é obtido, podemos dizer, sem divisão, ficando todinho para a fábrica, ou melhor, para os patrões (capitalistas modernos). Isto é chamado de “mais valia”.
Diariamente a mais valia distancia patrões de empregados. Mas olha, tudo isto é apenas ilustrativo. Há casos, aqui mesmo no Brasil, em que os meios de produção não passam de 20% e os salários mal chegam a 2% de um produto. Isso mesmo! Bastante pior, não é? E o que dizer dos especuladores? Aqueles cujo dinheiro só financia e não produz? Chega a dobrar ou triplicar em pouquíssimo espaço de tempo sem gerar empregos ou distribuição de renda. E de onde está saindo o dinheiro que aplicam?
Temos um capitalismo absurdo, que vive inescrupulosa e dependentemente quase que totalmente das políticas econômicas externas, principalmente dos Estados Unidos.
Nossa classe dominante é composta por membros da Grande Burguesia Brasileira (banqueiros, grandes industriais e donos de conglomerados da comunicação); grandes bancos e grupos empresariais estrangeiros estabelecidos aqui, latifundiários de toda sorte e pasme, membros do poder político que controlam o Estado para garantir o “status quo”.
Mas não vale ficar bravo. Quando falamos de grandes industriais, estamos falando daqueles que elaboram o esquema da mais valia e não do cara que tem uma serralheria no quintal. E quando falamos de latifundiários, estamos falando do 1% de proprietários de terra, que possui 47% da terra produzível do país.
Dá pra acreditar que isso ocorre hoje, em pleno Século Vinte e Um? E a crise? Qual o contexto que acabará deixando?
Estudar e criar debates é a função deste texto, que não tem intenção de brigar com ninguém, nem evidenciar a luta de classes, realidade inalienável do Capitalismo. Por isso sua opinião e participação é tão importante. Mande seus comentários e abramos as discussões. Sempre com muito respeito.

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