As energias que brotam no final de ano são fantásticas e a força que geram, perdura pelo ano seguinte inteiro.
Não sei dizer se é por influência do solstício de inverno, no hemisfério norte, ou pelo de verão, no nosso hemisfério, mas que algo realmente acontece com o emocional, já não há dúvidas.
Há quem defenda que é resultado dos shows do Roberto Carlos, infalível todo ano. Mas, brincadeiras à parte, o fato é que cristãos ou não, todos param nessa época do ano, em várias partes do mundo. Dão um tempo nas suas atribuições.
Seja para descansar ou viajar, visitar ou receber visitas, fazer festas ou só refletir. Encher a casa, a mesa ou enfeitá-las. No nosso caso, quase sempre com símbolos que não tem muita relação com nosso clima e cultura. Presépio mesmo, muito raramente se vê um.
Uns trocam mensagens, outros presentes, outros as duas coisas.
Há também quem aproveite para criticar o consumismo, isolar-se por um tempo afim de curtir sua saudade. Sim, saudade. De quem não veio ou não virá esse ano, ou de quem não virá nunca mais.
Diferente de quando éramos crianças a esperar pelos primos distantes ou pelo papai noel, que era sempre mais gentil com os outros, os natais de hoje são mais gastos em bebidas e discussões, do que propriamente em abraços e orações.
Cantigas de natal já não se veem muitas. E o colorido das ruas, quase sempre dá lugar a multidões com sacolas cheias e corações esvaziados.
O que me leva a lembrar que tanto eu, quanto qualquer outra pessoa não podemos fingir que a época em si é igual pra todos, ou achar que desperta em todos os mesmos sentimentos.
Pra mim, em especial, essa época do ano sempre foi inesquecível. Claro. Infância normal, cercado de afeto, o que me restava a não ser celebrar as "festas" com alegria infantil?
Velhos jingles natalinos ainda ressoam na memória até hoje, como a musiquinha do "Quero ver, você não chorar..."
Mas pra outros é também momento de depressão pesada, abandono e dor. Principalmente para aqueles que justamente nessa época relembram tragédias pessoais ocorridas em outros anos nessa data. Grandes perdas, talvez.
Sem falar nos que não tem lar, ou tem lar desfeito, desarmonioso, famílias rompidas, desestruturadas. Os que passam todo o ano com necessidades imensas, mas que ficam praticamente indisfarçadas agora em que fogos e música alta, despertam essa desigualdade de maneira ostensiva.
Justo seria então afirmar que a mesma grande energia que gira para um lado, divide espaço no tempo com a energia tão intensa quanto, para o lado inverso. Um gigantesco ying-yang.
Então, repito, as energias ainda estão lá.
E sendo assim, acho conveniente aproveitar dessa imensa vibração que renova pensamentos, gera proposituras de mudança e amolece sentimentos. Quem sabe, promovendo reconciliações, reaproximações ou mesmo perdão silencioso e distante, que no fundo, tem o mesmo efeito.
Receber essa energia e dar-lhe vazão, ecoa no infinito. Pode crer.
Se movidos pela fé, a manifestação de tudo isso poderá convergir em paz. Se movidos exclusivamente pela crença no Homem, a energia então se manifestará como força propulsora para grandes mudanças.
E em ambos os casos, a inércia dará lugar a ação. Quiçá, transformadora e dignificante.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Proletarier aller Länder, vereinigt Euch!
FOTO - BRASIL DE FATO Nilson Dalleldone nilsondalledone@gmail.com Edição do riso A OTAN caiu numa armadilha... Divirta-se! A Rússia ridicu...
-
Não sei se o autor autoriza eu usar seu texto, mas vou citar a fonte. Seus textos são tão convidativos à leitura e promotores de reflexão, ...
-
Em todas as eleições, sobretudo ao conversar com algumas pessoas nas ruas sobre as opções de votos, não é raro ouvirmos frases como: “Co...
-
Se tem uma coisa que eu não posso negar é a presença da Graça sobre minha vida. Sempre. Do meu nascimento até hoje, não houve um só inst...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por contribuir com sua opinião. Nossos apontamentos só tem razão de existir se outros puderem participar.