No último domingo eu peguei um táxi no aeroporto de Guarulhos afim de chegar em tempo a um compromisso na Assembléia Legislativa de São Paulo onde integrantes do PCdoB estavam reunidos para um Encontro Estadual.
Ao ver meu destino, o motorista não hesitou em questionar-me sobre se eu integrava algum partido ou movimento político.
Diante do meu "sim", ele acrescentou na sua pergunta o que eu estava achando do processo eleitoral deste ano.
Acostumado com o termômetro oferecido por taxistas e outros personagens que andam pelas cidades ouvindo a população, preferi devolver-lhe a pergunta.
"O senhor, o que acha"? Perguntei enfim.
E a sua resposta foi fantástica. Pois ela veio confirmar o que eu realmente acredito que esteja acontecendo.
"Está uma bagunça, sabe, na nossa cabeça. A gente não sabe em quem votar. Um tá preso, os outros parecem ser todos sem vergonha. E pra governador é igual. Um deixou a prefeitura na mão para concorrer. O outro era do governo até ontem. Votar nele é mais do mesmo".
A confusão que passa pelas mentes de toda a população brasileira não é imotivada.
Os artífices do golpe que destituíram Dilma não conseguiram emplacar nada. Até agora temos assistido um mar de denúncias envolvendo os principais nomes de oposição ao PT. Por parte do governo Temer, incapacidade e retirada de direitos, desmonte do Estado e entrega do país a forças estrangeiras. Tudo isso não está passando de forma despercebida pelas mentes em geral.
O modelo desenvolvido pelas forças que retomaram o poder é vencido e ao contrário do que se supunha, ninguém viu qualquer melhoria na sua vida, mas ao invés disso, um cenário tenebroso.
Todos entenderam que a corrupção esteve amalgamada em todos os partidos e que aqueles que se apresentavam como "novidade" eram, na verdade e como disse o taxista, mais do mesmo. E isso em todas as esferas do poder. E até em mais de um poder.
Diante deste cenário, duas tendências ganham força. A extrema direita que assusta pelo seu discurso agressivo, excludente e retrogrado e de outro as forças progressistas, ditas de esquerda.
Por mais que tenha sido combatida nas ruas ou discursos, a esquerda é ainda bem vinda por mais da metade da população que entende os avanços conquistados durante os governos de Lula e início da era Dilma.
Em um encontro com pessoas de tradicional visão direitista, um de meus familiares em debate, após ouvir as críticas generalizadas contra a política em geral, apurou que, mesmo os contrários ao PT, votariam em Lula se ele fosse candidato e tivesse como concorrer, reforçando a tendência já apontada por todas as pesquisas de opinião.
Isso demonstra que de fato, quem quiser impedir a esquerda no comando do país, terá que manter Lula preso e evitar que as forças progressistas se unam em torno de um único nome
Afinal, aqueles que desejam o programa neoliberal, até o momento, não conseguiram gerar qualquer nome com possibilidade, aceitação ou moral para representá-los.
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