Carta do PCdoB de São
José do Rio Preto – SP
23 de junho de 2018
Reunidos na manhã deste sábado
na Câmara Municipal, os membros do PCdoB – Partido
Comunista do Brasil de São José do Rio Preto, manifestam sua alegria por verem no evento, pessoas que lhes são familiares, seja pelos bons propósitos que
sempre os uniram, seja pelas lutas e defesas constantes em favor da
população de Rio Preto travadas em comum. Com destaque aos representantes presentes do PT, PSOL e PDT que prestigiaram a conferência.
Abraçando um compromisso
que exige muita responsabilidade e até um pouco de ousadia, esse grupo de
valorosos camaradas está disposto a inserir, no debate e espaços de reflexão desta
cidade e região, as convicções e pensamentos defendidos pelo histórico Partido
Comunista do Brasil.
Ao longo da saga de nossa
gente, são famosos e imprescindíveis à democracia, os episódios protagonizados
pelos comunistas brasileiros.
Esforços e sangue foram
dispendidos por camaradas em incontável volume, para que hoje se possa desfrutar das
liberdades que permeiam as vidas das gerações atuais.
Fique claro, o partido, que
é reconhecido por suas imensas contribuições no cenário nacional, jamais deixou
de existir entre as margens do Borá e do Córrego dos Macacos, ou de ter
militantes sempre prontos a atender os chamados e necessidades da população
rio-pretense.
Mas agora, de forma
bastante concreta e mais explícita, visa ocupar lugar de destaque, tanto por
sua relevância histórica, quanto pelo urgente apelo por igualdade, pelas
liberdades, por justiça e pelo resgate das imensas dívidas sociais acumuladas e aprofundadas no pós golpe.
Flexível no debate, mas
intransigente na defesa de suas claras bandeiras, o PCdoB deverá ser em Rio
Preto, ora ardoroso apoiador, ora sólido opositor, conforme obviamente forem
as posições daqueles que estiverem no comando ou condução das políticas
municipais.
Mas é necessário que se afirme
também que as grandes questões nacionais e por que não dizer, internacionais,
devem estar presentes na pauta desta célula.
Afinal não se pode aceitar e é preciso gritar dos telhados contra agressões absurdas
ao gênero humano nas suas mais diversas versões.
Cenas como as produzidas, nos últimos dias, pela nova política de imigrantes de Donald Trump, que exibiram ao mundo imagens vergonhosas de crianças enjauladas após apartadas dos pais e que são de flagrante escárnio ao sentimento humano, devem ser debatidas
e veementemente combatidas mesmo em nossas casas.
Também não se pode fechar
os olhos ante a conservação de políticas internacionais predatórias e
propagadoras das guerras e da violência, da desigualdade e da morte, como
consequências diretas e indiretas dos efeitos de um capitalismo nefasto.
E se quisermos ficar só
no que envolve diretamente o Brasil, devemos então destacar e atacar toda a
rede de influências danosas estabelecidas no toma-lá-da-cá praticado sem pudores em todas as esferas dos três
poderes da república.
Precisamos ainda dar um
basta no entreguismo de nossa nação via facilidades escandalosas concedidas a
investidores estrangeiros. Sobretudo as
que envolvem nossas riquezas naturais como petróleo, água potável, nióbio e
matas.
Cumpre-nos denunciar sem
cansaço o desmantelar das reservas indígenas, o desmonte das políticas sociais
implementadas e a prática cultural da subserviência econômica da qual tantos se
beneficiam, menos os brasileiros.
Portanto, mesmo que não
sejam fatos imediatamente locais, vamos igualmente trazer à superfície estas contradições
e impregnar nosso ambiente (bairro, igrejas, sindicatos, escolas, empresas,
clubes de serviços, associações de classe ou mesmo círculo de amigos) com
nossas posições claras, combativas e em favor das classes trabalhadoras e dos
menos privilegiados. Essa deve ser
missão urgente e inequívoca de nossa pequena célula.
Sem ingenuidade, temos por certo também que o PCdoB precisa sobreviver apesar da tentativa implementada de prejudicar os pequenos partidos, evidente com a nova legislação eleitoral. Para isso, sabemos, o partido precisa de bons quadros e de quadros elegíveis. Ocupar espaços, principalmente nos parlamentos é vital.
Sem ingenuidade, temos por certo também que o PCdoB precisa sobreviver apesar da tentativa implementada de prejudicar os pequenos partidos, evidente com a nova legislação eleitoral. Para isso, sabemos, o partido precisa de bons quadros e de quadros elegíveis. Ocupar espaços, principalmente nos parlamentos é vital.
Mas esta necessidade
eleitoral para a sobrevivência estará sempre em segundo plano, tendo por
inalienável e principal objetivo, a transformação da sociedade brasileira pela
informação precisa e correta, além é claro do combate diário à manipulação
midiática e de setores destinados à proliferação das sombras resultantes da ignorância.
Sombras que obnubilam a
visão crítica de nosso povo, deixando-o refratário aos avanços de um mundo novo no qual
o Estado desempenhe seu papel e o Homem ocupe o centro de tudo.
A eleição de bons quadros
será consequência deste labor, desta luta, a qual essas mulheres e homens, companheiros
e camaradas, que honrosamente dividem fileiras neste intento, estão aptos a empreender e
abraçar. Já a abraçam, na verdade ao declarar reorganizado o partido no município.
Partido não é
finalidade. É instrumento. E os integrantes do PCdoB de São José do Rio
Preto bem o sabem e abrem suas portas e corações a quem desejar fazer política
com sinceridade e a quem compreender que a velhacaria, o oportunismo e a
manipulação deste instrumento não têm mais vez.