De alguns meses pra cá, como todo bom brasileiro, tenho ficado abalado, todos os dias, com as notícias.
Tá certo que elas não carregam toda a paixão dos âncoras dos telejornais, como aquelas que ouvíamos no tempo do governo anterior, quando opositores, que perderam nas urnas, resolveram parar (sangrar) o Brasil e contaram com apoio maciço da mídia formal e de certos setores da sociedade conservadora, até finalmente tirarem a presidenta de seu cargo e aniquilar seu partido.
Aliás, uma tentativa que vigorou por muito tempo, desde os primeiros anos do Governo de Lula. Já lá, estes mesmos atores, desencadearam o processo do Mensalão e outras tantas coisas mais, que foram se sucedendo, sem no entanto conseguirem arranhar de morte a gestão do Partido dos Trabalhadores. Gestão esta que se mostrou, para a vergonha dos intelectuais e nobres, muito mais competente que as suas jamais foram.
O que se noticia hoje é algo nunca dantes presenciado, pelo menos pelas pessoas da minha geração. A saber, uma coleção de escárnios. Uma piada sem graça de como ignorar o povo, o bom senso, a nossa inteligência.
Se eu for relacionar, demorarei uma noite e ainda me esquecerei de muita coisa.
E na verdade, nem preciso comentar, pois a discussão destas vergonhas está diariamente no Youtube, no Facebook e em diversas outras mídias sociais e portais de notícias livres e isentas.
Ontem mesmo pudemos assistir, em muitos veículos, pela internet, ao desmentido da falsa versão global de que o aumento da energia de agora é culpa do governo anterior.
Também ouvimos por estes dias, o desabafo de tantos que ao ver a nomeação de um tucano para ministro do Supremo e que irá julgar seus amigos, acharam no mínimo trágico. Como foi trágico ver que o crime de responsabilidade (pedaladas) que usaram para tirar Dilma da presidência, deixou de sê-lo no dia seguinte. Ver também que esse ministro foi aprovado pelo Senado Federal onde estão tantos dos que serão julgados (ou deveriam ser), assusta nossa convicção na democracia. Como assustou ao ouvirmos as declarações de cada um dos deputados que votou pelo impeachment em abril do ano passado.
Ridículo... Ridículo como a carta do vice à presidenta que "vazou" para a imprensa. Lembram?
Mas o que é tudo isso, comparado a todo um ministério composto por quase 100% de figuras delatadas, nomeado a seguir de um processo de impeachment que ocorreu para "limpar" o país da corrupção?
E tem mais. Fomos forçados a assistir que os "movimentos de renovação nacional" nada fizeram ou disseram diante da nomeação de um Ministro atolado até os dentes nas delações, coisa que não pôde acontecer com Lula, por exemplo, o que demonstrou como era frágil (ou falsa) a convicção de quem foi para as ruas pedir decência e honestidade.
Diante da morte de alguém, pudemos comprovar que ao invés de se indignar com o corporativismo dos corruptos, algumas pessoas ainda preferiram tripudiar sobre o caixão de uma ex-primeira dama. Chega a dar medo do tipo de gente com quem somos forçados a construir nosso futuro.
A lambuzeira e a roubalheira continuam impunes. E ninguém veste nada, infla nada, bate nada ou canta nada nas ruas. Prova inconteste de que as bravatas patrióticas eram mero "mise en scene" a serviço da Casa Grande.
Os mandatários de sempre, desde as capitanias hereditárias, estão de volta com fôlego e apetite total. Voraz. Não deve sobrar nada, nem para os gafanhotos.
E com todas as maquinações e empenho máximo, ainda não conseguiram a "culpa" de Lula e ao menos que um raio lhe caia sobre a cabeça, voltará nos braços do seu eleitorado, com força total em 2018.
Até onde será que seus adversários, incapazes de vencê-lo nos moldes democráticos, são capazes de chegar para barrá-lo? Será que pensam mesmo que uma certa gama de cidadãos vai deixar que o símbolo dos melhores anos deste país, seja alvejado ou impedido? Sabem que não. Por isso Lula não pega nem gripe. Até os inimigos rezam por sua saúde.
Só que enquanto isso, continuaremos assistindo ainda a valsa dos lordes. Semelhante aquele quadro no qual aristocratas jogam restos de comida aos famintos na rua, pela janela do palácio, para se divertirem com a humilhação popular. Será que esta súcia não se apercebe de que certas coisas não tem mais espaço na história?
Sei lá... tristes dias os que antecedem o novo triunfo da classe trabalhadora.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Falar de coisas boas... sempre.
Embora
cansado e cheio de birra, depois de um dia muito complicado, não resisti e atendi
ao celular na noite de ontem, já passadas as 20 horas.
Reconheci de
imediato o chamador, um colaborador que trabalha no setor comercial da empresa.
Aqui, para
não o melindrar, vou chama-lo de Renato (o que nasceu de novo).
Pois
bem. Ele disse que estava um pouco
preocupado, pois suas vendas, no último mês, não estavam correspondendo às suas
expectativas. Imagine às minhas.
Por isso,
queria alguma dica importante. O que
poderia fazer para dar uma “alavancada” em seus números.
Eu não sou
um mestre. Um professor de vendas. Na verdade, parto do pressuposto que, “quem
não sabe, ensina fazer”. Então, eu não
deveria palpitar muito.
Resolvi amenizar o tom.
Perguntei a ele como estava tudo, fora essa situação.
Sua resposta veio sob medida: “Tirando uma dor de dentes que me acompanha
há alguns dias, está tudo bem”, reclamou-me.
Pedi então
que ele me falasse sobre a dor. Ele disse
que já estava cuidando, que já tinha ido ao dentista e que teria que enfrentar
algumas sessões. Comentou que é um
problema novo, pois nunca ao longo da vida, tinha sofrido com a dentição etc.
Depois disso
eu resolvi perguntar-lhe sobre algo de bom que realmente estivesse acontecendo
com ele neste momento.
Hesitando,
me contou que seu irmão teria um filho.
Com problemas hormonais, sua cunhada fazia tratamento há um certo tempo
e agora, teve a confirmação de que estava esperando um bebê. Acrescentou que seria um primeiro sobrinho,
ou sobrinha, mas que isso não importava.
Queria mesmo era ver a alegria de seu irmão e seus pais com a chegada da
criança.
Após esta rápida conversa eu pedi ainda que me dissesse qual assunto o agradara mais.
Rapidamente
é claro, me falou que falaria a noite toda sobre o filho do irmão e com
alegria.
Foi nesta
hora que emendei e alertei. Os clientes
também gostam de falar sobre coisas boas.
Mas boa parte dos vendedores preferem falar sobre coisas ruins. Preço é ruim.
Concorrência é ruim. Crise é
ruim. Problemas são ruins. Devemos partir sempre de conversas
agradáveis, de situações de conforto e segurança. Que tal, após apresentar uma proposta
perguntar ao cliente: “O que mais lhe agradou nesta minha proposta”? Ou então: “Qual parte lhe atende mais”?
Ele falaria
com alegria sobre isso, mas com desanimo se a pergunta fosse: “Qual é o
problema de minha proposta”? Ou então: “O
que não lhe agradou”? E pior ainda: “Você
tem alguma coisa melhor”?
Eu senti que
ele se chocou. Foi quando me confessou que
faz sempre o contrário do que eu estava recomendando.
Depois de um
papo um pouco mais longo, me agradeceu e disse que “renasceria para as vendas”
esta manhã.
Sei lá se, para
ele, era novidade tudo aquilo. Mas vou
ficar aqui, só olhando no sistema, para acompanhar-lhe os resultados.
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