domingo, 17 de maio de 2020

Depois de ler, pode me criticar. Mas leia tudo antes. Seja sincero(a) consigo mesmo(a).


Ninguém gosta de ser chamado de iletrado.  Mas o fato é que as pessoas não gostam de ler.
Poderíamos dizer o contrário, pois hoje, mensagens nas redes sociais são lidas o tempo todo.
Contudo, são lidos textos curtos, pequenos toques ou então vistos imagens, vídeos e ouvidos áudios.
Os chamados “textões” são logo ignorados.
Assim também se dá com artigos e matérias jornalísticas.
Não é à toa que as “fake News” se espalham.  As pessoas leem um tópico ou manchete e já compartilham.  Muitas vezes porque a “chamada” diz aquilo que acreditam, ou algo com que concordam.
Não há aprofundamento.  Uma leitura ampla.  Uma pesquisa da origem ou veracidade do que está exposto. E ao divulgar, causam danos irreparáveis ao mundo.
Foi assim com o combate agressivo contra as vacinas que trouxe de volta ao Brasil a infestação de sarampo, por exemplo.
Vejo isso o tempo todo nos grupos de WhatsApp dos quais faço parte.
Coisas que já foram desmentidas com provas, continuam a prosperar e a serem pregadas com certeza total por seus divulgadores.
E ainda enviam com a defesa do indefensável.
As mais graves são ressonância das asneiras de um presidente ou de seus ministros tresloucados, divulgadas como verdades absolutas.
O mais atual exemplo é o caso da cloroquina, obsessão do cara.
Com efeitos colaterais que vão de distúrbios da visão, problemas gástricos, alterações cardiovasculares que levam a óbito, até problemas neurológicos sem retorno, o remédio é empurrado pelo chefe do executivo que por conta da resistência de dois médicos que ocuparam o ministério da saúde, preferiu trocar os ministros.
Ninguém se perguntou por que Bolsonaro quer tanto o uso desse remédio que o resto do mundo já interrompeu, sobretudo por não dar certo?
"Ah, se o mito falou..." - pensam.
Mas não para por aqui.
Ao desmotivar a quarentena e valorizar as campanhas de retorno ao trabalho e à reabertura do comércio, parte da população com apoio de algumas autoridades estão demonstrando total irresponsabilidade.
Com números reduzidos pela subnotificação (só faz parte dela os testados e o Brasil é um dos países que menos faz testes), já atingimos mais de 15 mil mortos.
No mundo, o número supera os 313 mil falecidos de um universo de 4 milhões e 600 mil infectados até o momento.
Os Estados Unidos, com todo seu arsenal médico, perderam mais de 89 mil vidas até agora.
Todos sabemos das implicações sociais de ficarmos fechados em casa e do comércio parado.  Conhecemos as crises, principalmente nós brasileiros que já vivemos inflação de 80% ao mês nos anos Sarney.
Mas pior que a crise econômica é enterrar entes queridos. Ver amigos e familiares deixando a vida antes da hora por simples descrédito ao perigo iminente.
Só passa a dar valor ao isolamento, aquele que perdeu alguém. 
Diariamente temos visto gente arrependida na TV deixando seu recado para que fiquemos em casa e nos cuidemos. Diariamente.
Dizem que a mídia quer derrubar o governo.
Engraçado que a mídia que falava "a verdade" contra os governos anteriores é a mesma que "mente" com relação ao atual, né?
Bom, mas enquanto isso, em Brasília e outras metrópoles, cidadãos que estão fartos de ficar em casa e “com medo” de perderem seu negócio, fazem balbúrdias e atacam aqueles políticos que, pela primeira vez, estão defendendo pessoas ao invés de pensarem só no capital.
É preciso lembrar que em guerras ou outras situações semelhantes, os governos se uniram para dar cabo da situação e evitar a quebradeira geral ou a fome. Historicamente há muitos casos.
Isso sim devia estar sendo cobrado por todos.
Os governos de nosso país, acostumados a ajudar banqueiros e a fazer média com as elites, possuem mecanismos e dinheiro para socorrer a sociedade.
Sobretudo minimizando os desvios da corrupção, poderiam ajudar muita gente. 
Já o que vemos agora mesmo é a compra de deputados do centrão para se evitar o impeachment. 
E nossos familiares e amigos debatem isso nos grupos?
Não.  Criticam quem leva esse tema.  Não leem os “textões” e nos empurram mais fake News.
Nos chamam de petralhas, nos mandam pra Cuba e dizem que temos ladrão de estimação.  Um repeteco de 2014.
Cansa, né?  Ah, cansa.
Por conta disso, peço minhas mais sinceras desculpas a todos os amigos, colegas, companheiros, familiares presentes nos diversos grupos, mas estou me retirando da maioria deles
A coisa ficou séria demais para “tocar tambor para maluco dançar”.
Preciso me manter lúcido, desperto, com a mente ativa e toda energia voltada para combater meus próprios problemas que não são poucos.
Sim a crise econômica e o vírus estão direta ou indiretamente mexendo com todos nós e prejudicando nossos negócios, empregos, estudos e convivência.
Melhor eu seguir meu caminho sem brigar de novo, sem agredir ou ser agredido por gente querida.
Fica aqui apenas a despedida educada com minha justificativa dos motivos pelos quais estou deixando os grupos de debates nos quais não se prioriza a verdade e sobretudo o respeito pela vida.
Grupos profissionais, de parentes, de futebol, os mais diversos, onde se fala de tudo e por isso mesmo alguém sempre aparece com uma fala de especialista em política, economia ou pandemia para deixar seu extremo saber sem qualquer traço de humildade para ouvir o contrário.
Sempre defendi a liberdade, mas não posso, até por isso, aceitar o fascismo, mesmo entre os de minha relação próxima.  
Sempre defendi a igualdade, mas não posso, até por isso, aceitar a defesa do ter em detrimento do ser, do dinheiro em detrimento ao humano.
Já que sou o discordante, melhor deixar o grupo para o deleite de quem melhor fará uso dele.
Enquanto isso, fiquem todos bem.  Se cuidem e aproveitem o fato de estar em casa para lerem as coisas antes de clicar no “compartilhar”.
Por você, seus queridos, seu país, pelo mundo enfim.
Abraço fraterno.

Proletarier aller Länder, vereinigt Euch!

FOTO - BRASIL DE FATO Nilson Dalleldone nilsondalledone@gmail.com   Edição do riso A OTAN caiu numa armadilha... Divirta-se! A Rússia ridicu...