Que domingo excepcional!
Bacalhoada na casa da “mama” com filhos, mulher, pais e
padrinho.
Antes disso, uma celebração religiosa na Basílica de
Aparecida na Boa Vista, onde aliás fui batizado, marcou o Domingo de Ramos e
início da Semana Santa.
Com estas frases acima fica evidente que sou do tipo
religioso, familiar e antiquado. Imagine
domingo com missa, almoço em família e conversa em roda pro cafezinho.
Tudo de bom, né? Mas como
anda raro.
Agora o que pesa nisso tudo é o teor da conversa que sempre
faz parte dessa roda dominical.
Em que pese a origem católica romana, fortalecida agora pela
escolha de um Papa decente e diferente, falamos de crianças índigo e
cristal. Falamos de avanços tecnológicos
que vão da cura da AIDS e impressora tridimensional até a cura do câncer, tão
esperada e de um mundo no qual haverá um único governo e uma única religião.
Falamos de história, passando pelas maldades e equívocos de
Stalin ao mesmo tempo que pela grande e avançada visão de Marx. Do Cirque Du Soleiul que vou ver com minha
mulher daqui há duas semanas, até o império Chinês que toma conta silenciosa do
Mercado Mundial.
Enfim, a gente cresce um bocado.
No final do dia, coroado por uma caminhada no meu delicioso
bairro com a mulher e o filho mais novo, ainda conseguimos falar um pouco sobre
criação de filhos e Facebook.
Adoro isso... Conversa boa.
Gente inteligente. Bem dizia um
sábio que ao casar devemos procurar alguém com quem valha à pena conversar,
pois com o passar dos anos só sobrarão os bons papos.
Ainda não chegamos a isso, eu e minha mulher, ainda fazemos
muitas coisas juntos, mas os bons papos, sempre teremos.
E você que lê estas linhas.
A quanto tempo não tem um bom papo com alguém?
Tenho amigos bons e alguns são bem acima da média no quesito
“cabeça”. Mas também tenho alguns com
quem não valha à pena me encontrar.
Falei disso com minha mulher.
Me irrito muito quando me encontro com algumas pessoas que
não só pensam diferente de mim, pois pensar diferente é super natural, mas que
são entregues à mais pura alienação.
Gente que reproduz o que dizem as mídias serviçais do grande
capital sem jamais questionar. Não há
raciocínio além do emprego ou faculdade que façam. Consumistas inveterados na exibição
permanente de novas aquisições materiais.
Eu queria ir além. Na
minha oração desta noite, vou pedir a Deus que me dê luz para progredir cada
dia mais, mental, intelectual e espiritualmente.
Ah, claro. E também
financeiramente. Afinal é por conta
desta corrida permanente por dinheiro para pagar contas, comprar instrumentos de
vida do dia a dia, pagar escolas e saúde num país sem o básico do que é de
direito, que deixamos de lado a instrução, ainda que autodidata.
Também é por conta disso tudo que não nos sentamos mais nas
calçadas para conversar com vizinhos, ou que não visitamos mais nossos
compadres para trocar bons momentos.
Trabalhamos e trabalhamos, assistindo nas horas vagas os
jornais (teleproduzidos) para nos (teleguiar) e deixamos de lado o
acompanhamento da vida dos filhos e de nós mesmos.
Dormimos cansados nos sofás cada dia mais confortáveis e ao
mesmo tempo distantes, para acordar e recomeçar a lida.
Tudo para manter uma estrutura de vida que nos faz
escravos. Comprar coisas e adquirir
outras tantas coisas sem necessidade.
Pagar contas que não precisamos, mas insistimos em ter como fone fixo e
celular, TV a cabo e a prestação do DVD, rodas novas pro carro e mais sapatos
para caminhadas que não faremos.
E daí, temos que trabalhar mais e mais... E com isso, nos
distanciarmos dos filhos, pais e cônjuges etc.
Por isso este domingo tão maravilhoso. Esta reflexão toda em meio a momentos ímpares
de convivência e boa conversa.
Crescimento d’alma e de coração.
Ah, como queria mais dias como este...