domingo, 16 de dezembro de 2018

Torcer? Pra quem mesmo?

Completando 50 anos de sua publicação, o pavoroso AI-5 parece ainda encontrar algum louco simpatizante por aí. Graças a Deus, não conheço nenhum.  E se conhecer, vou fingir que não.
Censura prévia de opiniões, perseguições e prisões liberadas, restrição total de liberdades ao bel-prazer dos opressores, foram apenas alguns dos reflexos do Ato Institucional que solidificou o Golpe Militar acontecido em 1964.
Claro que a falta de leitura e informação mais apurada, faz com que nem todos conheçam as implicações desse episódio nas vidas das pessoas e mesmo no desenvolvimento do Brasil de então.
Mas esperava-se que, com o passar do tempo, um censo crítico fosse brotar das massas a não aceitar a repetição de fatos semelhantes.  Teria um certo grupo de pessoas involuído?
Repetindo os mesmos discursos de outrora: corrupção, ameaça vermelha etc. os simpatizantes do autoritarismo ressurgiram.  Parece que não aprenderam nada com as eras de Vargas, Jânio, Collor e agora Bolsonaro.  Não foi preciso nem criar um novo modelo de manipulação, bastando repetir os mesmos chavões da moral (família, tradição e propriedade).
Eita nós.  Que falta faz uns dez minutos por dia de boa leitura, né?
Bom.  O fato é que hoje assistimos a uma montagem de poder bastante próxima a daqueles tempos idos. Com militares em todas as esferas de poder, temos uma configuração "de fato" respaldada, até o momento, pela "democrática" escolha via voto.
Mesmo assim, discursos relembram momentos que deveriam permanecer no limbo da história, como os que pregam a perseguição ao comunismo e às tendências esquerdistas, como se representassem ameaça.
Só que pra piorar, temos um governo que nem posse tomou e já mostra uma série de contradições.  Ministros envolvidos em denúncias, membros da família do presidente eleito com suspeita de alimentar assessores fantasmas e receber devolução de salários, salvo a apresentação de um patrimônio de 6 milhões pra quem tem vivido apenas de política.
Não bastasse, a escandalosa nomeação para ministro do indivíduo (Moro) que podou o maior concorrente e preferido nas pesquisas de intensão de votos (Lula), praticamente garantindo a eleição do presidente (Bolsonaro).
Com propostas que prometiam governar com autonomia, o presidente eleito teve nomes barrados e outros forçados pelas bancadas da bala, da bíblia e do boi.  Tendo com isso de absorver pessoas que divergem totalmente do que seria uma "nova visão" para governar.
Partidos notoriamente envolvidos em escândalos, já tem seus "lotes" reservados na composição do governo e MDB e PSDB, artífices do impeachment, apoiadores de Temer, já completam a "mão" nesse jogo de cartas sempre marcadas.
Conhecidos meus que, de certa forma, defenderam a eleição de Bolsonaro com todas as forças, acusando-me de petralha, possuidor de bandido de estimação e outras besteiras mais, hoje estão silentes e envergonhados. Afinal, nem eles supunham que, em tão pouco tempo, já se manifestassem tantas incoerências.
Mas o ódio ainda se mantém.  Os que restaram fiéis à sua defesa, agora acusam quem critica ou cobra postura menos incorreta dos eleitos, de não torcer pelo Brasil.  Como se torcida fosse suficiente.  Ao torcer contra ou a favor, não mudamos nada, ao passo que ao eleger alteramos a vida de todos e foi o que fizeram.
Sim a economia deu uma reativada.  Mas isso não tem nada a ver com Temer, Bolsonaro, Dilma ou qualquer outro.  Os estudantes da matéria conhecem os ciclos e as tendências.  Sem descartar é claro, a força da influência sobre a credibilidade do país e o vigor dos salários na economia.
Fim de ministérios, fusões de outros e mesmo a nomeação de figuras altamente desprovidas de competência como o caso de uns 3 ou 4, não serão tão prejudiciais como será a manutenção da política de privatizações e entreguismo promovida por Temer e que se encontra privilegiada nos planos do "guru" de Bolsonaro.
Viveremos sim anos de trevas na educação, nos avanços tecnológicos, na promoção de emprego e outros índices.  Quem sabe com isso, fazendo a população acordar, depois, para uma nova visão de politica.
Se sobrevivermos a tudo isso, pode ser que em 20 anos recuperemos os estragos. Mas ainda restam os riscos da passagem de Nibiru e da Terceira Guerra eclodir.  Catástrofes só não tão possíveis quanto o iminente flagelo da Terra via aumento da temperatura e outras desgraças que o "novo" governo parece não crer possíveis.
Sei lá.  Quando se fala em fim dos tempos... Brasil parece estar fazendo uma forcinha extra.


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