sexta-feira, 6 de julho de 2018

Vamos juntos, vamos. Pra frente Brasil. De todas as cores.


Ninguém pode dizer que é patriota porque desfilou com a camiseta da CBF nas manifestações de 2014.  Mas também nenhuma outra camiseta, vermelha ou com cores e frases diferentes, delega o título de patriota a qualquer pessoa.
Ninguém pode dizer que é patriota porque torceu avidamente para a Seleção Brasileira na Copa do Mundo.  Mas ninguém que torceu contra tem credencial para reivindicar condição de patriota também.
Patriotismo não tem nada a ver com essas coisas.
Dá pra entender a angústia do empresariado pequeno burguês que fica aflito ao ter que dispensar seus funcionários em pleno dia útil por ocasião dos jogos.  Afinal ainda estamos diante de uma crise que amedronta e ameaça a continuidade de muitos negócios.  Mas também dá pra entender a sanha do proletariado cansado, explorado e ansioso por uma alegria, ainda que pequena.  Que queria ver triunfar seu time ao mesmo tempo em que ganha mais um dia de folga para estar com os seus.
E tem empresário que torceu a favor do time brasileiro e empregado que torceu contra.  Porque classe também não tem nada a ver com isso.
Futebol é um esporte e no caso do Brasil, um esporte adorado pela grande maioria de sua população.
Justamente por isso, claro que milhões de pessoas estão tristes, hoje, com a derrota da seleção para outro time.  Naufragam com ela sonhos de conquistar o hexa,  de vibrar nas ruas e tantos outros planos caem por terra do mesmo jeito que os jogadores que voltarão pra casa sem a "nossa" taça, rebaixarão a admiração de alguns garotos apaixonados por seus ídolos. 
Só que também não se pode negar que a política do panis et circenses precisava ter fim neste país.
Era assim, na antiguidade, quando os tiranos queriam deixar apática e sem reação as turbas famintas e injustiçadas.
Mas acho até que a reação dos brasileiros não seria diferente, mesmo que não existisse copa.  Afinal, nossa gente já mostrou, diante de tantos desmandos sofridos, que é pouco reativa às investidas de um governo corrupto, sempre respaldado por uma mídia inebriante e recentemente por um judiciário "confuso", pra não dizer outra coisa.
Só que com as distrações propostas pela propaganda dos jogos, da festa e da alegria, fica mais fácil para os abutres sem caráter executarem suas maldades ensaiadas e engavetadas para momentos assim.
Pra se ter uma ideia, nestes poucos dias de copa, viu-se de tudo contra o povo.
Mais distribuição de partes de nosso Pré-Sal, a entrega disfarçada de parceria de mais da metade da Embraer, a proibição da venda de orgânicos nos supermercados em favor dos agrotóxicos e mais aumentos de combustíveis, como o gás de cozinha, por exemplo.
Libertação de presos envolvidos em crimes, prescrição de investigações e processos de corruptos, vieram também nesse pacote de horrores.
Um país sequioso de justiça, de liberdade, de assistência social assistiu, entre os intervalos dos jogos, a volta de doenças já banidas de nossos prontuários médicos. Sabe por que?  A diminuição assustadora do número de vacinações infantis nos postos de saúde, que eram obrigatórias como contra-partida a quem recebia Bolsa Família, deveu-se em grande parte a mitigação do número de famílias assistidas pelo programa, desligadas atualmente pelo governo ilegítimo numa redução que também devolveu o país ao mapa da fome.
Não foi só no futebol que não ganhamos.  Diante deste cenário sombrio, não há vitórias para nenhum de nós.  Eleitores de A ou de B, torcedores ou não dos canarinhos, fomos todos vítimas do pior governo de nossa história, protegido e abençoado pelas outras esferas de poder da república.
Por isso, me uno solidariamente aos que hoje estão tristes com o fim da Copa para nós.  Nesse meio estão familiares queridos, amigos preciosos e tantos brasileiros de luta diária que precisavam deste lenitivo para sua compensação.  Mas ao mesmo tempo, me junto também aqueles que desejaram bradar por atenção, enquanto a copa acontecia.  Afinal, queriam alertar nossa gente para os atos sub reptícios praticados pelo Congresso, Governo Federal e Judiciário.  Abafados então pelos berros já enferrujados e pouco convincentes de um Galvão Bueno ultrapassado e a serviço do "maligno".
Quem sabe nos unamos todos agora?  Acho que é hora de um novo time entrar em campo.  Um time de verdadeiros patriotas sem qualquer cor de camisa, quem sabe até descamisados, mas famintos de corpo e de alma, para recuperar sua nação, sua pátria, seu valor e suas riquezas, dons gratuitos nos dados por Deus, pela natureza generosa com esta terra ou nem tão gratuitos, uma vez que oriundos inclusive do suor de homens e mulheres que construíram o Brasil com suas próprias vidas.

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