quarta-feira, 3 de maio de 2017

Brasa Viva. Ressurgirá a esperança.

Os números não são pequenos.  Em uma empresa, ouvimos 22 mil.  Em outra, eram 15 os milhares a serem desligados até o final deste ano, segundo o RH.
Fico pensando no tamanho do desastre que tudo isso vai causar na economia do país e em tão pouco tempo.  E bem agora que se fala em recuperação da crise.
Enquanto isso, frutificam pelo mundo e não só pelo Brasil, os imbecis que defendem, em nome da “empregabilidade”, o afrouxamento das leis trabalhistas, como se isto fosse a solução do problema do desemprego.
No campo, quase que se implanta, novamente, a escravidão ou o escambo da força de trabalho por um prato de comida e uma cama desconfortável.
As guerras ocorrem pelo mundo afora em diversas cores e formas diferentes.  Umas com bombas e atrocidades visíveis, outras com a penetração gradativa na consciência das pessoas com vistas a leva-los a um suicídio moral irracional.
Claro que a finalidade sempre é a mesma: poder financeiro.  Nada de política, nada de fé religiosa, nada de etnia, nada de combate a terroristas.  Tudo disfarce em fantasia rota.
O segundo modelo de guerra, embora menos odioso do ponto de vista humanista, chega a crueldade ainda pior, posto que o indivíduo vira atroz de si mesmo e acreditando estar raciocinando por conta própria.
Eu pensava que o Brasil já estava livre disso.  Após anos de ditadura militar, com ela vencida e soterrada, vivemos em uma frágil democracia onde ainda resta vencer oligarquias e coronéis.  Ocorreu que acabamos por ser vítimas do excesso de liberdade.  Deixamos muito livre, por exemplo, a mídia, que operou o ideário de cada cidadão com ardil e astúcia.
A serviço dos grandes mandatários do mundo, os donos da “informação” realizaram a doutrinação diária, pesada e mascarada que conduziu o pensamento das massas para o lado que quis.
Está certo que estes grandes artífices da desconstrução não contavam com a força da internet a combater-lhes o que ocorre a olhos vistos.  Mas este veículo de alcance e controle popular ainda carece de aceitação por boa parte nesses rincões de nosso Brasil.  Sobretudo onde a classe média mantém ligados seus aparelhos de televisão que servem de adorno e companhia nas vidas vazias dos que foram contaminados pelo consumismo alienante que esvazia neles, a própria alma.
Enquanto isso, corajosos, seguem plantando suas sementinhas na web, os blogueiros, facebuqueiros e outros guerrilheiros da modernidade.
Fico a fitar, nas ruas, as manifestações que a mídia formal não mostra.  Os avanços da direita raivosa que não quer mais perder tempo na voracidade de resguardar sua ilusória posição de topo da pirâmide.  E entre um lance e outro, vejo aquele mesmo resquício de esperança e luta que vimos no passado próximo, quando o vermelho, que era apenas sangue sobre a calçada, foi aos poucos tomando forma até tornar-se pendão das liberdades e do alvorecer dos novos tempos.

Tombado pelo golpe e pelo descuido que a aparente vitória de então trouxeram, jaz combalido, mas continua vivo e incandescente como brasa que aguarda um simples sopro a plenos pulmões dos verdadeiros brasileiros. 

Um comentário:

  1. Isso me preocupa muito "Os avanços da direita raivosa que não quer mais perder tempo na voracidade de resguardar sua ilusória posição de topo da pirâmide."

    Estamos vivendo esse tempo.

    Bruno Failli

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