segunda-feira, 14 de novembro de 2016

OUTPLACEMENT

Imagine a situação:
Todo mundo falando em crise e notícias de corte para todo o lado.  Você pensa que, se fosse seu caso, possivelmente amargaria um bom tempo na fila de desempregados, pois a idade, aos poucos, o colocou em uma situação não tão vantajosa.  Mas por que isso aconteceria com você, tão dedicado? Melhor nem pensar.  
Ao chegar no escritório, bastante acostumado com a rotina, cumprimenta uns e outros e se dirige para sua mesa, sem perceber que os olhares estão um pouco diferentes, como se algo houvera acontecido e só você não sabe.
Pois bem, foi isso mesmo.  Segundos depois de se sentar, você é chamado para a sala do seu superior. Entre abraços e elogios à sua última postagem no Facebook, ele se senta constrangido, mexendo na gravata de forma incontida.  Como tudo não parece natural, você já sabe, mas ora em silêncio para que Deus lhe garanta estar errado na suspeita.
De repente, "consummatum est".
Você está na rua.  Simplesmente isso.
A crise, o inchaço no departamento, os baixos resultados nas vendas e claro, seu alto salário, seu tempo de casa.  O que deveria ser motivo de garantia da sua manutenção é agora desculpa para a demissão.
Da noite para o dia, diante de todo este cenário sombrio, você tem que acordar pela manhã do dia seguinte, sem a menor ideia de pra onde se dirigirá.
Como contar para sua esposa?  Como cancelar a viagem com os filhos?  Como devolver o carro que acabou de comprar?
Para evitar ou minimizar traumas como estes, as empresas alimentam a ideia cada dia mais forte de comporem um departamento de "outplacement".  Uma forma de agradecer e retribuir ao funcionário, por tudo aquilo que ele proporcionou enquanto dedicou seu tempo ao trabalho.
Recentemente, fui buscar maiores informações e nosso Gestor de Inteligência me trouxe uma matéria completa sobre isso.
Não tenho dúvidas.  Impossível transformar um momento tão doloroso para alguém em algo bom. Mas com certeza esse tratamento ameniza, ilumina um pouco mais a cabeça e aplaca o desespero que geralmente leva às atitudes impensadas do recém desligado.
Ajudar na composição de um bom "curriculum".  Inscrever este agora ex-funcionário em um programa de palestras para melhorar o seu marketing pessoal, a motivação, a auto-estima e sobretudo dar-lhe ferramentas de atualização.  Prorrogar por algum tempo o cartão de refeições e o plano de saúde. E principalmente, dar-lhe uma boa carta de recomendação e alguns contatos de executivos sempre prontos a pescar novos talentos.
Não é tão complexo assim e evita muita coisa.  Dentre elas, a destruição moral e emocional de um pai de família.  E claro, dá a ele a sensação de que a empresa se sente grata e só tomou esta atitude de desligá-lo por não ter outra alternativa.
Há empresas especializadas neste tipo de serviço.  Mas dentro do RH de nossas corporações, eis um tipo de atitude que faz muita diferença.
Com o "outplacement" a relação, sempre muito boa com todos os colaboradores, permanece intocada, mesmo diante do pior dos momentos.
Vamos implantar e breve.

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