domingo, 6 de março de 2016

O cavaleiro da esperança - 7 de março.

No dia 7 de março, lembramos a morte de Luis Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança.

Prestes nasceu em janeiro de 1898.

Era engenheiro militar, formado no Rio de Janeiro na Escola que hoje recebe o nome de Academia Militar das Agulhas Negras.  Mas muito mais que isso, foi um grande líder político brasileiro.

Aos 26 anos, já capitão, foi o líder da revolta tenentista no Rio Grande do Sul, exigindo reformas políticas e sociais.

Em Foz do Iguaçu, no Paraná, uniu-se aos paulistas e formou um grupo rebelde que recebeu o nome de Coluna Prestes.  Com cerca de 1.500 homens, durante mais de dois anos, percorreram mais de 25 mil quilômetros no país.  A marcha terminou em 1927 com o exílio dos revoltosos na Bolívia.

Do exílio, Prestes mergulhou em leituras nas quais buscou entender o atraso e a miséria que encontrou pelo interior do Brasil.  Foi aí que entendeu que as soluções não viriam unicamente com a substituição de governantes e ocupantes da presidência da República.

Procurado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), Prestes foi convidado a firmar uma aliança com o proletariado revolucionário e as massas populares, principalmente a camponesa.  Embora não tenha aceitado, foi colocado a par da Revolução Russa e do movimento comunista que formou a União Soviética.

Na Argentina, onde viveu depois, viria a ler Marx e Lênin, entendendo melhor a causa.

Foi convidado para assumir a chefia militar da Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, mas mais uma vez se negou.

Mudou-se finalmente para a União Soviética em 1931, convidado pelo Partido Comunista Uruguaio onde dedicou-se ao estudo aprofundado do marxismo-leninismo.

Foi eleito para a Comissão Executiva da Internacional Comunista, regressando clandestino ao Brasil com a identidade portuguesa de Antônio Vilar, cuja esposa Maria Bergner (Olga Benário), cuidava de sua segurança pessoal, já que era membro do Partido Comunista Alemão e morava em Moscou.

No Brasil, tornou-se presidente de honra da ANL - Aliança Nacional Libertadora, uma organização liderada pelo PCB e que se caracterizava por ser uma frente ampla com participação de socialistas, comunistas, católicos e democratas.

Ainda na ANL, escreveu um manifesto exigindo o fim do governo de Getúlio Vargas, o que fez Getúlio declarar a ANL ilegal.

Neste momento ocorre a Intentona Comunista (uma tentativa de derrubar o governo, apoiada pelo PCB e por lideranças do Partido Comunista em Moscou).

Perseguido, Prestes e Olga foram presos em março de 1936.  Olga foi entregue a agentes do governo nazistas e deportada para a Alemanha onde nasceu a filha do casal Anita Leocádia.

Uma campanha levada adiante pela mãe de Prestes, trouxe Anita de volta, mas Olga foi morta em uma câmara de gás no campo de concentração nazista de Bernburg, em 1942.

Prestes foi anistiado após o fim do Estado Novo e eleito Senador, mas meses depois o registro do Partido Comunista Brasileiro foi cancelado e Prestes foi obrigado a retornar para a clandestinidade.

Tempos depois Prestes caminhava afinado com as propostas de João Goulart, mas foi cassado pelo governo militar após o golpe de 1964.  Acusado de reorganizar o PCB no Brasil, foi condenado à revelia a 15 anos de prisão.

Em 1971, foi para a Argentina, França e de lá Moscou.  Só voltou para o Brasil após a anistia de 1979, mas não tinha mais liderança sobre o PCB sendo considerado pela maioria como rígido.

Em 1982, após uma tentativa vã de reconstrução do PCB por meio de uma "Carta aos Comunistas", retirou-se do partido sendo seguido por diversos membros.

Mesmo tendo pregado durante muito tempo a ineficácia do voto como instrumento de mudança, agora Prestes acreditava que a "luta pelo socialismo pressupunha o voto" e o encarava como instrumento de mudança.

Sem partido, apoiou a candidatura à presidência de Leonel Brizola nas eleições diretas de 1989.

Em início do ano seguinte, foi internado, falecendo no dia 7 de março no Rio de Janeiro, tornando-se definitiva e legalmente membro do PCB.

Prestes teve uma segunda companheira com quem teve muitos filhos.  Anita Leocádia continua como uma grande militante.


Um comentário:

  1. Estou a tentar visitar todos os seguidores do Peregrino E Servo, e verifiquei que eu estava a seguir sem foto, por motivo de uma acção do google, tive de voltar a seguir, com outra foto. Aproveito para deixar um fraterno abraço.
    António Jesus Batalha.

    ResponderExcluir

Obrigado por contribuir com sua opinião. Nossos apontamentos só tem razão de existir se outros puderem participar.

FEDERAÇÃO

  Diferente, até para os mais experientes militantes da política, o modelo da Federação Partidária, aprovado pelo Congresso em 2021, autoriz...