quinta-feira, 30 de outubro de 2014

"Uma derrota popular - não do governo"

Na data de hoje, a democracia levou “uns tapas” e vi gente que comemorou.
Eu me lembro quando ocupei uma Assessoria Especial no Governo Municipal de São José do Rio Preto.  A Administração era do Prefeito Edinho Araújo e o fato ocorreu na Secretaria de Governo, que até então era dirigida por Carlos Feitosa.
Resolvemos estabelecer uma interlocução direta com representantes da população para interpretar melhor as necessidades e solicitações, bem como, auscultar, via representantes diretos e escolhidos pelos moradores de determinados lugares, os apelos e angústias das pessoas.
Fomos então de bairro a bairro e encontramos os representantes de Associações de Moradores.  Mas era preciso constatar se aquela representação era legítima ou fruto de simples ausência de participação.
Para encurtar muito, a conversa, resta saber que oficializamos todas, provocando em muitas, novas eleições com divulgação e tempo para registro de chapas.
Em pouco tempo a cidade, de pouco menos que 500 mil habitantes, possuía um fórum de associações.
Logo, fizemos algo parecido com os Conselhos Municipais e sem alterar-lhes a conduta ou a eficiência, criamos mecanismos de ouvi-los mais diretamente.
Em ambos os casos, a Administração Pública se preparou para atende-los com menos burocracias e maior agilidade.  Estas associações e conselhos eram também consultados em eventuais tomadas drásticas de decisões.
Nem tudo era perfeito, mas sem dúvidas aquela foi uma política inovadora da representação popular.
Mais adiante, o fórum serviu para atuar junto ao Orçamento Participativo e na legalização e acompanhamento de loteamentos irregulares, que somavam, até então, mais de 100.  Uma população de praticamente 22 mil pessoas.
O projeto que a Câmara hoje recusou, sobre os Conselhos Populares, tinha princípios bastante semelhantes. 
Não se estavam criando novos conselhos, nem dando a estes conselhos, poderes diferentes dos que já possuem hoje. 
O que se pretendia era se preparar a Administração Federal para auscultar e trabalhar mais de perto, amplificando a consulta dos mesmos e facilitando o alcance de algumas políticas específicas.
Numa atitude compreensiva de quem está com “dor de cotovelos”, a retaliação veio como forma de “vingança” e a derrota foi, na verdade, da democracia e da representação popular efetiva.
Lamento, mas não há o que se fazer.  As manchetes dos jornais ampliaram o fato como “derrota do governo”, como se as eleições não tivessem terminado e este “golpe” restaurasse os ânimos da oposição que fica com o “prêmio de consolação”.
Entende-se no recado de que este é só o começo.  Mas fica a pergunta, de quanto a população e a democracia terão que pagar até que esta fúria inexplicável seja aplacada.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Por um governo de mais avanços.

A governabilidade pede uma grande ginástica por parte de quem deseja administrar um país do tamanho e da pujança do Brasil.
Em nome dela, muitos partidos se descaracterizam e se unem com outros para viabilizar aprovação e apoio nas reformas necessárias.
Os governos de Lula e Dilma não foram diferentes, com uma grande exceção, foram governos que mantiveram um olhar atento nos menos favorecidos e mais necessitados.
Graças a isso, hoje está afastada da miséria uma grande fatia da população.  Jovens podem estudar e competir no Mercado com aqueles que, bem nascidos, detinham sozinhos as vagas nas universidades e bons empregos.
O país cresceu.  Consegue oferecer emprego e moradia para sua gente.
Lá fora, recebeu o reconhecimento e a merecida notoriedade por parte das grandes nações.
Tudo isso e mais um monte de outras coisas, compuseram a somatória de vantagens deste governo perante outras promessas.
Mas agora, com uma vitória apertada no segundo turno que quase provocou uma volta a programas já idos como o que defende o modelo "neoliberal", fica claro que é preciso avançar ainda mais.
E de tal forma faze-lo, que fique claro que daqui pra diante, só se anda pra frente.
Parar e fazer uma autocrítica é aconselhável e reforçar aquilo que moldou o ideário do trabalhador quando o ex-torneiro mecânico se tornou presidente, passa a ter importância indiscutível.
Em nome disso, modestamente e como um cidadão, produzi um texto e melhor que apenas divulgá-lo aqui na forma escrita, passo a reproduzi-lo.
Espero que os companheiros da esquerda e os amigos do Partido dos Trabalhadores o recebam como contribuição ao que chamo de "um governo de mais avanços".

Click no link:
https://www.youtube.com/watch?v=8vDosaA-syc&feature=youtu.be

Forte abraço.


sábado, 25 de outubro de 2014

Enfim, às urnas

Que bom... Graças a Deus é véspera das eleições presidenciais.
E fiz o que sempre faço... Me manifestei.  "Abri o bico".  Gritei aos quatro ventos.
Já não aguento mais.  Quantos parentes e amigos, clientes e parceiros de negócios me restam por perder nas redes sociais, ou rodas de botequim?
E tudo em nome de que?  Em nome de um arremedo de debate sério.
Digo arremedo porque o que ocorre está longe de ser uma discussão verdadeira, embasada na ideologia ou na formação política de cada um.
De repente, metade do Brasil se viu com uma estranha vontade de mudança.  Vontade que não se fez presente quando, no primeiro turno, havia alternativas para tal e foram desprezadas.
Afinal, mudar com as propostas já tradicionais do PSDB que deve, sem dúvidas, ressuscitar o neoliberalismo já vencido, se parece muito com andarmos de sapato plataforma, costeletas e calças boca-de-sino, num discurso de lançar uma nova moda.
As provas do que estou dizendo estão por aí, nas declarações dos eleitores tucanos que não conseguem explicar direito sua escolha, falando um pouco de tudo e um tudo de nada. 
Quando muito eloquentes, afirmam que desejam o “fim da corrupção”, como se tivessem tido o carinho e a paciência de examinar as dezenas de casos de corrupção tucana, esquecidos ou prescritos e cujos valores são extremamente mais extravagantes que o dito “mensalão do PT”.  Ou será que pensam mesmo que gente como eu ou você aceitamos e toleramos corrupção?  Chega a ser ofensivo, né?
Também é prova de que não se quer mudar confiar no apoio de certos setores como a Revista Veja, a Rede Globo e algumas figuras como Malafaya, Bolsonaro, dentre outros.
Só quem realmente nunca se preocupou com o tema “política” é capaz de ignorar o que representa uma edição de Veja como esta às vésperas da eleição.  Um Jornal Nacional com suas meias verdades e que vai se aproveitar dessa munição sem que haja tempo para direito de respostas.
Como eu disse ontem, citando o Rio Centro, estamos num cenário muito parecido com 64.  Só que, sem armas por agora.  Sem AI5 ou desaparecidos políticos.  Mas um golpe se verifica.  Vamos retroceder nos acertos junto ao BRICS, nos investimentos dos Royalties do Petróleo, no combate à miséria e sobretudo no fim da ascensão de uma nova classe média que começou a ocorrer para a tristeza geral da “antiga classe média” que sempre se achou rica.
Tenho pena de quem hoje vende ou depende comercialmente desta nova fatia da população que vai deixar de existir.  E falo isso sem medo.
Enfim, deu pra cansar.  Mas deu também pra anotar numa caderneta alguns nomes para excluir da agenda a partir de segunda.  Esta higiene fará, de alguma forma, com que parte de nossas vidas realmente seja diferente em qualquer um dos casos. Ganhe quem ganhar.
Mas até lá, tem matéria no jornal da noite e provavelmente muita água para passar por debaixo da ponte.  Vamos ver no que dá.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O escândalo da capa - o novo Rio Centro

O escândalo da capa.  Assim já está sendo chamada a tentativa de golpe desta sexta-feira, 24 de outubro.
Repetindo o triste e fatídico episódio do Rio Centro, ocorrido em 1981, em que um grupo de militares insatisfeitos com a abertura política organizou um atentado a bomba em um show com diversos artistas da MPB, que marcava as celebrações do Dia do Trabalhador, uma nova tentativa de golpe se verificou na noite desta quinta para a sexta-feira.
O objetivo dos militares de então, era espalhar o pânico e culpar a esquerda pela desordem.  No entanto, uma bomba explodiu ainda quando estava sendo transportada e além de entregar o plano “sujo”, acabou por causar a morte de um soldado.
Segundo consta, além dos militares envolvidos, havia também civis.
Mesmo diante das evidências indiscutíveis, o exército declarou que radicais de esquerda teriam a culpa pelo atentado.
Não encontrando provas e não podendo explicar as evidências que apontavam para si, o Ministro da Casa Civil, um militar, renunciou ao cargo e o caso “foi arquivado”.
No entanto, o episódio do Rio Centro serviu para acelerar a queda do regime militar.
Semelhante a isso, a mídia irresponsável e a serviço da direita, lança mão de uma “bomba”, cujas provas e evidências não possui, depositando-as nas declarações de um criminoso, não corroboradas, e a bem da verdade, também não negadas pelo próprio advogado do mesmo.
O fato não é este, costumeiro invencionismo da revista em questão.  Mas estão em pauta, os meandros deste processo, desta maquinação.
Às vésperas da eleição, sem tempo para os devidos desmentidos e direitos de respostas, o semanário já de baixa credibilidade, antecipa a edição para hoje, dois dias antes do normal (domingo) e municia o candidato da oposição, não por coincidência seu favorito já declarado nas matérias impressas ou divulgadas em seu portal e blogs dos principais articulistas.
Além disso, ocorre hoje um importante debate, já marcado sem os cuidados das equipes dos candidatos, encerrando a campanha, o que favorece demais a poderosa Rede Globo, manipuladora de campanhas anteriores como confessou seu próprio “guru”, José Bonifácio em entrevista.
Podendo citar a revista em seus editorias, telejornais da emissora e campanha opositora irão dançar a valsa da vitória antes mesmo da eleição ocorrer.
Qual é o papel da imprensa neste país desde os tempos de Chateaubriand?  Um quarto e iminente poder, consegue hoje em favor de algumas famílias, definir quem vence e quem perde o poder central do país, a serviço exatamente de quem?
Se não fazemos estes questionamentos, não terminam os desmandos e vence a mentira, a maldade e a sujeira, sobre a verdade, o bem e o saneamento dos “inputs” que alimentam nossas mentes e almas.
Ao contrário, se realizarmos um processo sério de avaliação destes veículos e a devida cobrança do cumprimento rigoroso de seu papel na sociedade, com certeza mudamos, aí sim, a história deste país como querem os que clamam por mudanças.
Mas ninguém pensou.  Será que este golpe, esta “canalhice” não corre o risco de estourar antes da hora e no colo de quem o orquestrou?  Não poderá, de repente esta ação mal feita e de improvável sustentação, repetir o que foi o Rio Centro e ocasionar na derrocada da campanha imoral que está sendo imposta no extremo baixo nível deste processo eleitoral?

Enfim, temos dois dias para conferir.  Que Deus nos ajude.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

San Martin e os novos franqueados

Na próxima semana começa mais um treinamento gerencial para novos franqueados da San Martin Corretora de Seguros.
A San Martin é uma das marcas próprias da World Brasil Franquias que formata e negocia redes de franquias com competência e reconhecido sucesso.
A outra marca é Maria Brasileira, responsável pelo fornecimento de serviços de limpeza, recrutamento de domésticas, cozinheiras, passadeiras, cuidadores de idosos, babás e baby sitter, passeadores de cães e cuidadores de animais domésticos, limpadores de piscinas e profissionais terceirizados.
O fato é que a World Brasil reúne excelentes profissionais do franchising que aliam uma larga experiência no ramo, com pensamento inovador.
É neste espírito que a corretora virou rede de franquias.  A San Martin Corretora possui uma unidade piloto em funcionamento há 19 anos e que traz consigo um excelente portfólio de produtos nos mais diversos ramos do Mercado de Seguros.
Além disso, a San Martin apresenta parceria em 30 companhias seguradoras, todas sólidas e sérias em atuação no Brasil.
Se tiver que apresentar um grande diferencial, a San Martin se orgulha de dizer que trabalha pelo atendimento personalizado a clientes,  Mas não fica por aí.   A San Martin também trabalha com a formação de franqueados que se habilitam como corretores profissionais (SUSEP) e ainda se responsabiliza pela produção, mantendo a centralização desta produção e sendo responsável pelo relacionamento com as companhias de seguros.
Ou seja, um trabalho sério, digno e competente, que tem ajudado na mudança de vida de seus franqueados que, com esforço próprio, realizam a prospecção e negociação de clientes com orientação, treinamentos, suporte e apoio técnico de uma equipe bem preparada.
O treinamento inicial para os novos franqueados é de uma semana e ocorre na sede da franqueadora.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

POR MAIS RESPEITO, ÉTICA, CIDADANIA E RESGATE DA VERDADE

Apesar de acreditar que as redes sociais são um grande mecanismo de transmissão de nossos pensamentos, tudo aquilo que se escreve está passivo de interpretações, mesmo lá.
Assim, por mais que eu deixe claras minhas convicções e a forma respeitosa como as defendo, na questão política atual, tenho visto e recebido em resposta, desaforados “esculachos” e acredito que até posso ter perdido alguns valorosos companheiros pelo caminho.
O fato é que tenho uma vida engajada politicamente. Já participei de inúmeras eleições.  Pelas minhas contas, umas 14.  Mas nunca, jamais, assisti ou vivi um período eleitoral tão forte, tão concreto e tão marcado como este.
E esta parece ser uma constatação geral.
Antigamente, em cidades muito pequenas do interior, os processos eleitorais dividiam a população em dois lados.  Famílias ficavam repartidas.  Em certas ocasiões saiam tiros, de tão fortes e definidos os lados.
O que estamos vivendo hoje, me parece repetir em larga escala este fenômeno e me enxergo num Brasil que se aparenta a uma pequena cidade, em proporção nacional.
Amigos estão divididos, filhos e pais separados pela opinião divergente e mais que isso, uma onda de violência e agressividade se instalou.
Carros adesivados são depredados, postagens e comentários são grosseiramente respondidos, quase sempre com afrontas pessoais ou comparações desmerecidas. 
Posso até dizer, de certa forma, de ambos os lados.
Penso que devíamos nos lembrar que as eleições passarão e nós ficaremos aqui.  Uns perante os outros, para convivermos e trabalharmos. Negociarmos e sofrermos as consequências da escolha, seja ela qual for.
Ao contrário, aos herdeiros do poder, sejam eles quem forem, pouco irá importar nossa ira, se for o caso, posto que jamais se preocuparam com nossa capacidade de mobilização e luta por direitos, que afinal de contas, não existe e quando se apresenta, termina assim que surge qualquer festa ou feriado prolongado.
Claro, eu tenho um lado.  Não sou afeito a não ter posição. E minha posição é clara.
Mas quero externa-la com o direito de quem o faz em verdade, com argumentos e sem qualquer tipo de agressão, mentira ou simples ódio.
O ódio que se verifica é uma grande tristeza, pois não é esse o caminho dos debates.  E é o ódio pelo ódio.  Sem maiores explicações.
O debate deve servir para reforçar nossas convicções ou mostrar onde estão os erros de nossas avaliações.
Uma chuva de postagens, notícias, fotos e outras provas, verdadeiras ou falsas têm aparecido nos computadores, programas políticos, manchetes de jornais e revistas.  É pelo debate que somos alertados de tudo isso, cabendo a cada um de nós a investigação e também a propagação daquilo que for factual.
Porque ganhar as eleições, não é ver nosso candidato vitorioso... É ver a verdade, a ética, o progresso, o bem comum... Estes sim vencerem.
E não está difícil, pois temos duas alternativas muito claras. 
De um lado Dilma, representando os últimos 12 anos de governo federal.  De outro, Aécio, representando os anos de Fernando Henrique e os seus próprios, a frente do Governo do Estado de Minas Gerais.
Então cada um de nós deve avaliar e defender seu lado, mas sem ficar cego a tudo aquilo que permeia a candidatura de sua escolha.
Eu, por exemplo, faço minha avaliação e apesar de identificar motivos para críticas pesadas ao governo do PT, não aceito o retorno, o retrocesso, a volta de um passado que se mostrou inadequado.  Afinal, mudança ocorre pra frente, não pra trás.
Dilma tem aliados.  Aliados bons e aliados ruins.  Esta tal de governabilidade é mesmo uma desgraça.   Mas também e por outro lado, Aécio tem os seus.  E os seus parecem não ter nenhum compromisso com o avanço: Bolsonaro, Levi Fidelix, Pastor Everaldo e Malafaya, juntam entre si preconceitos dos mais variados.  Tem também Marina, a aliada de última hora e suas contradições já desprezadas por muitos no primeiro turno.  Fora os aliados de sempre.  Aqueles da privataria, do mensalão tucano, do PSDB que todo mundo já conhece e está ciente de tantos casos mal explicados.  Isso tudo sem falar no seu aliado favorito e o já escolhido  para homem forte, Armínio Fraga com seus métodos conhecidíssimos de arrocho, juros altos, inflação e achismos.
Nenhum brasileiro está livre da responsabilidade de refletir, investigar a verdade e avaliar bem sua escolha. 
Em nome de implantar o medo nas pessoas, os oposicionistas acusam o PT de comunista, bolivariano.  Se fosse assim, contariam com o apoio da esquerda.
A verdadeira esquerda não está feliz com o governo petista.  Queriam um governo mais avançado.  Mas está aí algum progresso.  Os mais necessitados estão sendo assistidos.  Foram feitos investimentos, antes nunca praticados na saúde, na educação e em moradias.  A ascensão social foi notória e nossa relação com o exterior caminhou largos passos.  Conquistas foram obtidas no campo da distribuição de renda (mesmo que não ideal) e a redução da miséria elevou o padrão de tratamento do povo como em mais de 500 anos não se havia visto.
Você pode gostar ou não do atual governo, mas não se pode negar o que aí está, pra todo mundo ver.
As pessoas são inteligentes, mas existem os ressonantes da mídia irresponsável.  Aqueles que apenas repetem o que os fabricantes de heróis produzem ao sabor das suas necessidades próprias.  Aqueles que não tem compromisso conosco, pois precisam garantir seus privilégios na forma de contratos assinados por  governantes e suas empresas de comunicação, verdadeiros tesouros para as famílias detentoras.
Há gente séria e trabalhadora na classe média, mas boa parte é ingrata.  Esta gente que hoje estuda os filhos em universidades, antes inacessíveis para eles.  Faz cursos técnicos, viaja de avião, dirige melhor, come melhor, se veste melhor e mora melhor.  Mas boa parte destes é incapaz de reconhecer que não foram sozinhos os autores desta ascensão ou os promotores destas conquistas.  Precisaram de um cenário favorável garantido pelas facilidades de acesso, de crédito, de atenção que nunca haviam tido.
Não me deterei aqui ao combate exclusivo das privatizações criminosas, pois cada um dos brasileiros já sabe o que perdeu com elas.  Se não sabe, deve ter notado, pelo menos, que a cada privatização, milhares de pessoas vão pra rua, demitidos pelos empresários que só visam lucro.
Existe uma farta produção, um monte de vídeos, revistas e jornais velhos da própria mídia irresponsável que não conseguiu esconder isso tudo e que está disponível para quem quiser confirmar.  Existem livros, contando os bastidores de todo o cenário.
Mas por fim, seria pelo menos prudente falar de Minas Gerais, um Estado cujos professores e servidores estão vindo a publico dizer e lastimar como tudo ficou após o governo do candidato do PSDB.  É o que se tem de mais recente e o mais diretamente ligado ao opositor candidato. 
A corrupção, estampada no dia a dia de todos nós, nunca foi aceita pelas pessoas de bem. Não seria agora que a poderíamos aceitar.  Mas há que se questionar porque aparece tanto neste momento, e mesmo assim sendo julgada e tendo seus envolvidos a cumprir pena, enquanto que as outras tantas e mais pesadas ocorridas no governo do partido de Aécio foram esquecidas, arquivadas, prescritas e envolvendo gente que está solta e é candidatíssima. 
O projeto que está aí fazendo oposição ao atual governo é um projeto de quem está alinhado a interesses outros que não vê com bons olhos nossa presença no BRICS.  Que não vê com bons olhos nossa amizade aos irmãos e vizinhos da América do Sul, pois essa ligação entre Venezuela, Brasil, Bolívia, Argentina, Uruguai etc., prejudica o controle absoluto daqueles que sempre brincaram nos quintais da América Latina.
Sabe, podemos defender nosso ponto de vista.  O que não podemos é perder o brio. O respeito entre nós. 

Insisto no debate.  Mesmo que discordemos.  Mas tentemos parar com as agressões diretas e pessoais e partir para o debate sério.  Só assim ganhamos.  Só assim ganha o Brasil.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Emocional ou racional?

Eu sabia que não seria tarefa fácil, defender a reeleição de Dilma.  
Primeiro porque eleição carrega consigo, aquele desejo de todos de uma “renovação”.
É tipo ano novo em que, por melhor que o ano tenha sido, todo mundo deposita novas esperanças, em sonhos que ainda não se realizaram.
Mas eu também não imaginava que estaria presente tanto ódio.  Gratuito, inexplicável, sem sentido.
No último domingo, enquanto acompanhava os primeiros números da apuração e de quebra, olhava as postagens nas redes sociais, que hoje refletem muito bem o que pensa cada um sem “máscaras”, remontei na mente a imagem de um certo domingo em família, quando alguns membros da minha, que é um tanto extensa, discutiam sob uma frondosa árvore em casa de meus pais. 
Falávamos de futebol.  Em pouco tempo a plateia já estava dividida entre não corinthianos (torcedores de outros times e pessoas que odeiam futebol) e os corinthianos (eu e meu pai).   Quer dizer, havia gente que não torcia para nenhum time, mas por um destes fatores sem nenhuma justificativa, não gostava do Corinthians de jeito nenhum.
Tentei argumentar e perguntar qual a razão desta aversão infundada.  E mesmo assim não chegava a nenhum tipo de conclusão.  Não há um fato concreto para ser anti-corinthiano.  A paixão dos torcedores pelo clube irrita os que não partilham dela.   É assim e pronto.
Pensei em um comparativo meio bobo, mas que de certa maneira me fez compreender.  Quando não estamos em uma festa, na casa do vizinho, o barulho alto nos incomoda.  Mas se estamos lá, nem percebemos que estamos também incomodando os demais que não foram convidados.
Fiquei feliz por ser corinthiano. 
Não tardou e a conversa migrou para a política, tema quase obrigatório entre nós.  Pronto.  Nova aversão.  Desta vez ao PT.  
Quase todo mundo defendeu o governo Lula e as mudanças que ele proporcionou.  Não houve quem não concordasse com as melhoras visíveis.  Mas ouvi por mais de uma vez que “o PT isso, o PT aquilo” etc.
Havia professores na roda.  E deles mesmo ouvi: “Até gosto da Dilma, mas o PT...”
Pronto.  Já entendi.  Assim como existem anti-corinthianos, existem anti-petistas.
Era a melhor visão que eu podia ter para não ficar emburrado.  Pois assim como havia gente que sequer ligava para futebol e falava ardorosamente mal do Corinthians, também havia aquele ou aquela que nunca sequer se deteve, por um segundo, a entender política e “descia a lenha no PT”.
Sei lá... Talvez fruto de um tempo, não muito distante, em que o vermelho causava mal estar na classe média.  Ou então fruto de um tempo em que as pessoas gostavam mais de Kennedy do que de Juscelino.  Fruto, quem sabe, de um tempo em que era chique, parecer chique.
Hoje se vai ao shopping e a empregada do casal está fazendo compras na mesma loja.  Quem sabe, comendo no mesmo restaurante.  Funcionários se encontram no aeroporto, no final de semana.  Ah, isso os "nobres" não podem aceitar.  Uma afronta.
Não vale pra mim vir com esta de corrupção.  Afinal, ela existe aqui desde as caravelas.  Sem querer justificá-la, basta afirmar que pela primeira vez estão sendo acusados, presos, demitidos, os que dela são suspeitos.  
Não vale vir com esta de que o PT traiu os trabalhadores.  
Ao longo de minha história de vida, só vi trabalhadores serem “chifrados” pelos sindicatos, partidos e religiões a que pertencem.  
Não vale vir com esta de que o PT está instituindo uma ditadura de esquerda no país.  Este é, sem dúvidas, o argumento mais ignorante que alguém possa lançar.  Já vi esta gente antes defendendo ardorosamente o Collor, porque Lula ia acabar com a poupança. Lula era "comunista".  Conta outra.
Pare todo mundo.  Simplesmente são anti-petistas e pronto.
Votariam na Marina, no Aécio, no Pastor Everaldo ou no capeta, para não deixar Dilma voltar ao Planalto.
Isso não vale.  Este sentimento não tem nada de patriota.  Nada de racional.  Não é responsável.
Sabe, eu adoro debater.  Gosto de escutar contra argumentos para mudar se estiver errado, ou para afiar minhas convicções.  Por isso montei no facebook um grupo chamado de “autocrítica” para tentar fazer a minha.  Mas o debate tem que ser forrado de argumentos, não de paixões cegas.
E está difícil.
As pessoas insistem em reproduzir este rancor irrefletido, difundido pela mídia, assim como foi difundido pela mídia esportiva o estranho rancor entre brasileiros e argentinos.  Dois povos irmãos, muito parecidos e que se amam, mas cuja mídia insiste em colocar como inimigos nas piadas, nos bordões, hoje tão repetidos nos botequins, barbearias e trens urbanos.
É preciso, quem sabe, uma sessão coletiva de psicanálise para entender este problema que faz do brasileiro em geral um ressonante das TVs, das revistas de quinta, um adorador dos EUA, um bajulador de ricos, um amante de patrões.
Complexo de Estocolmo?  Herança de ter sido colônia?  Descendência escravista?  Síndrome de vira-latas?
Amigos mais próximos e tolerantes, ainda acham válido manter comigo um bom relacionamento, então tentam me explicar suas escolhas.  “Quero mudança”. 
Eu só digo que seria justo se seu voto fosse para Luciana Genro, o antídoto do capitalismo presente também no PT.  Seria justo se fosse em Eduardo Jorge, um homem sincero que segue à risca os preceitos de seu partido Verde em prol da visão ecológica e não consumista.  Mas ao defender a mudança, voltando alguns anos atrás, não cola.
Pra mim, continuará sendo, sempre, o velho e injustificável antipetismo.
Que pena. 
Eu poderia pedir que todos lessem a verdadeira história do Plano Real, para ver quem é o pai do Real no lugar de FHC.  Este parece ser o único benefício que reputam a este "carinha" sem merecimentos outros.  
Queria pedir que lessem a Privataria Tucana ou o Príncipe da Privataria para entenderem o maior escândalo da história deste país em artimanhas e valores envolvidos.  Mas penso que não acreditariam nos jornalistas que os escreveram.  Não são a Veja, nem a Isto é.  Não são a Folha, nem O Globo. Queria pedir que acompanhassem a imagem do Brasil lá fora.  Repito, lá fora.  Não em Miami.
Mas não vou pedir mais nada.  Não adianta argumentar.
O ódio inexplicável é mais forte.
Eu gostaria de poder juntar alguns que a quem respeito e dizer-lhes que eu estou tranquilo.  Em paz.  Afinal, eu lutei pelo que acho justo.  
Além disso, eu tenho emprego, escola particular para os filhos, plano de saúde, pago previdência privada.  Não me orgulho de nada disso, mas me garanto.  
Ainda, tenho primos nascidos e que moram em Portugal insistindo para  eu me mudar para lá com toda família. Em há como fazer isso, pois meus negócios vão bem por aqui e não conhecemos nenhuma crise, nem conosco e menos ainda com os franqueados que estão indo bem, com raríssimas exceções.    
Enfim, estou bem.  Não precisava brigar tanto e com todos como tenho feito.
Só que gostaria de informar que a classe C tem crescido.  Consumido mais.  É com ela que eu lido de perto.  Ouço, encontro, vejo ascendendo cada novo dia.
Gostaria de informar, sobretudo aos mais jovens, que pouco tempo antes do PT assumir, as taxas de juros eram maiores, o desemprego era maior, a inflação era maior.  
Que a Petrobrás valia infinitamente menos.  Que nossa imagem no exterior era a de “lambe botas”.  Que as micro empresas não passavam de 2 anos de vida.  Que os desvios do governo eram assombrosos e que ninguém ficava sabendo porque a mídia era altamente paga por contratos milionários.
E mesmo assim nada disso iria adiantar.  Simplesmente porque ódio é ódio. Não precisa ter maiores razões. 
Que pena.  Que trágico.
“Mas Carlos, ainda não acabou... Ainda tem o 2º turno.” - poderia dizer um companheiro.
No entanto eu digo: É mesmo?  Sem em 12 anos não se conseguiu provar o óbvio, não será em 20 dias que alguém o fará.

Lamento muito.

sábado, 4 de outubro de 2014

UTOPIA

Em 1516, o pensador de origem britânica Thomas Morus, publicou Utopia. 
O livro fala de um lugar perfeito onde as liberdades são uma realidade e questões que constituíam a sociedade inglesa da época são colocadas em xeque. Era como se o paraíso divino estivesse presente entre os terrenos, neste Estado Perfeito imaginado pelo autor.
Em plena Inglaterra de Henrique VIII, o escritor humanista apresenta esta verdadeira crítica religiosa, política e social, disfarçada de uma ilha imaginária onde, dentre outras coisas, seus habitantes praticam a harmonia e a posse comum.
Imagine a riqueza de tal pensamento para a época em que a posse individual era praticamente obrigatória e exuberante pela Europa de leste a oeste.
Morus ia além e pregava, já naquele momento, o trabalho de 6 horas diárias e trabalho digno e libertador, não aquele cujo trabalhador vive às custas de ricos dominadores.
Sem perceber, a defesa de muitos socialistas modernos é bastante próxima das ideias do pensador inglês do século XVI.  E como para os de seu tempo, estas ideias também hoje parecem loucura ou mera “utopia” as pessoas que as ouvem.
A busca pelo fim da miséria, do desemprego, das diferenças, das altas taxas e da valorização do trabalhador que já moviam o pensamento daquele escritor, perduram em nossos dias e os poucos que a defendem, sequer são levados em consideração.
Em uma campanha, como a que acabamos de ver, pela presidência do Brasil, estes são deixados pra trás, só participam de debates por força da justiça e quando falam, são tratados como desvairados, insanos ou sonhadores.  Meio que considerados ridículos e “zoados”.
Covardia de uma sociedade que se acostumou com os desmandos, com a prevaricação, com a exploração e a obedecer cegamente os patrões, as elites e a opinião do vizinho (via mídia).
Uma lástima sem tamanho.

Por isso eu recomendo mais uma vez a leitura da obra que não é grande em tamanho, mas ocupa toda uma biblioteca em utilidade. 

Teoria do Medalhão

No final do século IXX, Machado de Assis nos brinda com o conto: Teoria do Medalhão. 
Num diálogo sincero entre pai e filho, após o jantar comemorativo dos 21 anos do rapaz, o pai o presenteia com uma série de conselhos.
A finalidade deles é tornar o jovem um “medalhão”, ou figura importante e respeitada na sociedade de então.
As linhas dos escritos do autor nos mostram a realidade de muitas famílias e “celebridades” do mundo atual.  E até de certas pessoas, que não o sendo, se confundem como tal.
Dentre regras absolutas para tornar-se medalhão, o filho não deveria se esquecer de ter ideias vazias e se manter neutro perante tudo, principalmente em política, pois que assim, não se colocaria contra ninguém.
Deveria deixar de lado seus gostos, adular os ricos e possuir um vocabulário limitado, para manter um humor simples e direto ao invés da ironia, que nos afasta de certas pessoas à medida que as provoca uma reflexão.
Para o pai, o importante é a fama e a riqueza, coisas impossíveis de se conquistar apenas com o trabalho árduo ou mantendo ligação com representantes dos trabalhadores.
Mas tecer aqui qualquer comentário, ou mesmo resumir o texto, seria desonrar a obra de Machado de Assis que deve ser lida por todos e comparada com certas postagens do facebook, onde centenas de milhares de pessoas tentam, com ideias vazias, pouco conhecimento e tentando se parecerem com os “mais abastados”, criticar ou parecerem distantes dos verdadeiros construtores da sociedade.
Recomendo.  Fez muito bem a mim.  Não fará mal a você.
Abaixo, o link da obra:

FEDERAÇÃO

  Diferente, até para os mais experientes militantes da política, o modelo da Federação Partidária, aprovado pelo Congresso em 2021, autoriz...