quarta-feira, 15 de outubro de 2014

POR MAIS RESPEITO, ÉTICA, CIDADANIA E RESGATE DA VERDADE

Apesar de acreditar que as redes sociais são um grande mecanismo de transmissão de nossos pensamentos, tudo aquilo que se escreve está passivo de interpretações, mesmo lá.
Assim, por mais que eu deixe claras minhas convicções e a forma respeitosa como as defendo, na questão política atual, tenho visto e recebido em resposta, desaforados “esculachos” e acredito que até posso ter perdido alguns valorosos companheiros pelo caminho.
O fato é que tenho uma vida engajada politicamente. Já participei de inúmeras eleições.  Pelas minhas contas, umas 14.  Mas nunca, jamais, assisti ou vivi um período eleitoral tão forte, tão concreto e tão marcado como este.
E esta parece ser uma constatação geral.
Antigamente, em cidades muito pequenas do interior, os processos eleitorais dividiam a população em dois lados.  Famílias ficavam repartidas.  Em certas ocasiões saiam tiros, de tão fortes e definidos os lados.
O que estamos vivendo hoje, me parece repetir em larga escala este fenômeno e me enxergo num Brasil que se aparenta a uma pequena cidade, em proporção nacional.
Amigos estão divididos, filhos e pais separados pela opinião divergente e mais que isso, uma onda de violência e agressividade se instalou.
Carros adesivados são depredados, postagens e comentários são grosseiramente respondidos, quase sempre com afrontas pessoais ou comparações desmerecidas. 
Posso até dizer, de certa forma, de ambos os lados.
Penso que devíamos nos lembrar que as eleições passarão e nós ficaremos aqui.  Uns perante os outros, para convivermos e trabalharmos. Negociarmos e sofrermos as consequências da escolha, seja ela qual for.
Ao contrário, aos herdeiros do poder, sejam eles quem forem, pouco irá importar nossa ira, se for o caso, posto que jamais se preocuparam com nossa capacidade de mobilização e luta por direitos, que afinal de contas, não existe e quando se apresenta, termina assim que surge qualquer festa ou feriado prolongado.
Claro, eu tenho um lado.  Não sou afeito a não ter posição. E minha posição é clara.
Mas quero externa-la com o direito de quem o faz em verdade, com argumentos e sem qualquer tipo de agressão, mentira ou simples ódio.
O ódio que se verifica é uma grande tristeza, pois não é esse o caminho dos debates.  E é o ódio pelo ódio.  Sem maiores explicações.
O debate deve servir para reforçar nossas convicções ou mostrar onde estão os erros de nossas avaliações.
Uma chuva de postagens, notícias, fotos e outras provas, verdadeiras ou falsas têm aparecido nos computadores, programas políticos, manchetes de jornais e revistas.  É pelo debate que somos alertados de tudo isso, cabendo a cada um de nós a investigação e também a propagação daquilo que for factual.
Porque ganhar as eleições, não é ver nosso candidato vitorioso... É ver a verdade, a ética, o progresso, o bem comum... Estes sim vencerem.
E não está difícil, pois temos duas alternativas muito claras. 
De um lado Dilma, representando os últimos 12 anos de governo federal.  De outro, Aécio, representando os anos de Fernando Henrique e os seus próprios, a frente do Governo do Estado de Minas Gerais.
Então cada um de nós deve avaliar e defender seu lado, mas sem ficar cego a tudo aquilo que permeia a candidatura de sua escolha.
Eu, por exemplo, faço minha avaliação e apesar de identificar motivos para críticas pesadas ao governo do PT, não aceito o retorno, o retrocesso, a volta de um passado que se mostrou inadequado.  Afinal, mudança ocorre pra frente, não pra trás.
Dilma tem aliados.  Aliados bons e aliados ruins.  Esta tal de governabilidade é mesmo uma desgraça.   Mas também e por outro lado, Aécio tem os seus.  E os seus parecem não ter nenhum compromisso com o avanço: Bolsonaro, Levi Fidelix, Pastor Everaldo e Malafaya, juntam entre si preconceitos dos mais variados.  Tem também Marina, a aliada de última hora e suas contradições já desprezadas por muitos no primeiro turno.  Fora os aliados de sempre.  Aqueles da privataria, do mensalão tucano, do PSDB que todo mundo já conhece e está ciente de tantos casos mal explicados.  Isso tudo sem falar no seu aliado favorito e o já escolhido  para homem forte, Armínio Fraga com seus métodos conhecidíssimos de arrocho, juros altos, inflação e achismos.
Nenhum brasileiro está livre da responsabilidade de refletir, investigar a verdade e avaliar bem sua escolha. 
Em nome de implantar o medo nas pessoas, os oposicionistas acusam o PT de comunista, bolivariano.  Se fosse assim, contariam com o apoio da esquerda.
A verdadeira esquerda não está feliz com o governo petista.  Queriam um governo mais avançado.  Mas está aí algum progresso.  Os mais necessitados estão sendo assistidos.  Foram feitos investimentos, antes nunca praticados na saúde, na educação e em moradias.  A ascensão social foi notória e nossa relação com o exterior caminhou largos passos.  Conquistas foram obtidas no campo da distribuição de renda (mesmo que não ideal) e a redução da miséria elevou o padrão de tratamento do povo como em mais de 500 anos não se havia visto.
Você pode gostar ou não do atual governo, mas não se pode negar o que aí está, pra todo mundo ver.
As pessoas são inteligentes, mas existem os ressonantes da mídia irresponsável.  Aqueles que apenas repetem o que os fabricantes de heróis produzem ao sabor das suas necessidades próprias.  Aqueles que não tem compromisso conosco, pois precisam garantir seus privilégios na forma de contratos assinados por  governantes e suas empresas de comunicação, verdadeiros tesouros para as famílias detentoras.
Há gente séria e trabalhadora na classe média, mas boa parte é ingrata.  Esta gente que hoje estuda os filhos em universidades, antes inacessíveis para eles.  Faz cursos técnicos, viaja de avião, dirige melhor, come melhor, se veste melhor e mora melhor.  Mas boa parte destes é incapaz de reconhecer que não foram sozinhos os autores desta ascensão ou os promotores destas conquistas.  Precisaram de um cenário favorável garantido pelas facilidades de acesso, de crédito, de atenção que nunca haviam tido.
Não me deterei aqui ao combate exclusivo das privatizações criminosas, pois cada um dos brasileiros já sabe o que perdeu com elas.  Se não sabe, deve ter notado, pelo menos, que a cada privatização, milhares de pessoas vão pra rua, demitidos pelos empresários que só visam lucro.
Existe uma farta produção, um monte de vídeos, revistas e jornais velhos da própria mídia irresponsável que não conseguiu esconder isso tudo e que está disponível para quem quiser confirmar.  Existem livros, contando os bastidores de todo o cenário.
Mas por fim, seria pelo menos prudente falar de Minas Gerais, um Estado cujos professores e servidores estão vindo a publico dizer e lastimar como tudo ficou após o governo do candidato do PSDB.  É o que se tem de mais recente e o mais diretamente ligado ao opositor candidato. 
A corrupção, estampada no dia a dia de todos nós, nunca foi aceita pelas pessoas de bem. Não seria agora que a poderíamos aceitar.  Mas há que se questionar porque aparece tanto neste momento, e mesmo assim sendo julgada e tendo seus envolvidos a cumprir pena, enquanto que as outras tantas e mais pesadas ocorridas no governo do partido de Aécio foram esquecidas, arquivadas, prescritas e envolvendo gente que está solta e é candidatíssima. 
O projeto que está aí fazendo oposição ao atual governo é um projeto de quem está alinhado a interesses outros que não vê com bons olhos nossa presença no BRICS.  Que não vê com bons olhos nossa amizade aos irmãos e vizinhos da América do Sul, pois essa ligação entre Venezuela, Brasil, Bolívia, Argentina, Uruguai etc., prejudica o controle absoluto daqueles que sempre brincaram nos quintais da América Latina.
Sabe, podemos defender nosso ponto de vista.  O que não podemos é perder o brio. O respeito entre nós. 

Insisto no debate.  Mesmo que discordemos.  Mas tentemos parar com as agressões diretas e pessoais e partir para o debate sério.  Só assim ganhamos.  Só assim ganha o Brasil.

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