domingo, 11 de julho de 2010

Beraká II - O jantar de Dilma

Um amigo esteve em minha casa neste último sábado e perguntou-me se eu havia estado presente no Beraká II havido em Rio Preto na última quarta.
Eu que estivera em São Paulo, não entendi a piada e quis saber do que se tratava.
Ele então comentou-me sobre a vinda da ex-ministra e atual candidata à presidência pelo PT, Dilma Roussef a Rio Preto.
A feliz comparação se dá pelo seguinte:
Se na festa católica fica manifesta a presença de membros da direita da Igreja, no Jantar da candidata foi nítida a presença da direita política representada pelos usineiros e outros seletos membros da sociedade riopretense em um destacado lugar de confraternização da elite local.
Fui então tomar pé da situação e saber do que se tratava.
Na verdade, na terça-feira, havia me encontrado com um amigo do PT na esquina do fórum, que comentou-me, por alto, da vinda da "minha" opção de voto para a presidência, no dia seguinte. 
Estranhei um pouco, pois acreditava que se algo assim fosse acontecer (a visita de um candidato à presidência), um verdadeiro barulho aconteceria na cidade, pois é o que eu providenciaria se estivesse na direção do partido ou da campanha de tal candidato.  Todos ficariam sabendo, quilômetros distantes.
Por certo, todos os aliados, possíveis aliados, adversários, fazedores de fofoca e até "inimigos" políticos, seriam chamados por mim para tal evento.  O que mais me agradaria, seria o fato de não ter mais controle sobre a situação.  Gente vazando pelos ladrões, cadeiras faltando, seguranças perdendo a noção, jornalistas atropelando os esquemas... Adversários se comprometendo pela ausência ou pela presença "voluntária". 
Eu ia querer ver tudo isso nos jornais do dia seguinte.
Pensei então, como eu, que embora desligado de algumas notícias, sendo ligado a certos companheiros do PT de Rio Preto, sequer estava sabendo? Recebo e-mails e convites para encontros de jovens, palestras, plenárias, audiências públicas... Logo para manifestar apoio, ainda que pelo lado de fora do evento, à minha candidata declarada, não o seria?  Não que eu faria falta, ou alguma diferença.  Contudo, falo quanto ao fato de haver um cadastro a ser posto em alerta em situações como esta.
Moral da história: deletei a informação.  Devia ser boato.
Agora, vindo da Capital paulista, restou-me apenas acompanhar as notícias.  Mas não foram tão boas.
Lamento pela candidata, que perdeu muito com isso.  Me lembro que em outros tempos, haveria coletivas à imprensa, carreatas, discurso na câmara ou na praça para todo o tipo de gente ver e ouvir e só depois, no final, algum jantar ou encontro mais formal ou fechado.
Não estamos fazendo a Campanha do ACM, mas da candidata do presidente Lula.  Não é o partido Republicano do Tio Sam, mas o popular PT do Brasil.
A candidata, não pertence a este ou aquele grupo ou partido, mas a um grande e amplo arco de alianças, de anônimos e sobretudo de defensores de constantes ataques.  Defensores estes que se valem de internet, e-mails, rodas de amigos. 
Entendo que haja necessidades especiais em uma campanha (como falar para empresários).  Mas cá entre nós... Hoje, aqui e neste momento, isto era, sem dúvidas, o menos importante.
Que pena.  Que erro de avaliação.

4 comentários:

  1. Nesse contexto concordo em número, gênero e grau contigo.

    Nelson Gonçalves

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  2. Alexandre,
    não sei como se postam comentários em seu blog, mas fiquei irritado, em seu lugar, pelo que fizeram com você, independentemente do que você está defendendo, no caso, a candidatura da Dilma Roussef, portanto, uma ex-companheira nossa, agora, a serviço do grande capital internacional e do latífundio (usineiros, pro exemplo)
    O que fizeram com você lembra o que fizeram comigo. Eu estava desenvolvendo um trabalho de envergadura em São José do Rio Preto e Região, cada dia mais sufocado economicamente e com a polícia e elementos do serviço de inteligência, dizendo que eu teria todas as portas fechadas na cidade, por defender posições pró-palestinas.
    Ao invés de me cobrirem imediatamente, ocorreu exatamente o contrário. O Edinho Araújo, talvez, quem mais fosse se beneficiar com minhas ações, no plano dos eternamente candidatos, lavou as mãos e entregou a decisão sobre o meu caso àquela que foi sua vice-prefeita, a Maurren, pessoa francamente medíocre.
    O preço pago foi altíssimo e o projeto da Universidade Aberta parou. Minha vida se transformou num inferno, porque fui vítima de outras ações repressivas do sistema. E sete anos se passaram! Devemos parabenizar os inimigos do povo, em geral, e os oportunistas, em particular. Geralmente, não sabem fazer todas essas articulações a que você se referiu e, apenas, conseguem tentar se inserir no meio mais próximo possível ao candidato. Somente enxergam seus interesses mais imediatos. Porém, nem sempre os que comandam e que já se ajeitaram na vida, percebem aqueles que poderiam ser mais úteis e efetivos a uma causa. Uma das razões estaria na tática utilizada pelos oportunistas que evitam que os verdadeiros militantes se aproximem dos chefes. Isso aconteceu comigo mais uma vez, na cidade onde moro. Só que agora tenho o curso informal que fiz em São José do Rio Preto. A vida é uma excelente escola...
    Um abraço
    Nilson Dalledone, Prof. Dr.

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  3. Eu não consigo postar mais neste blog

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  4. Em se tratando de São José do Rio Preto, O PT não mais existe, e há muito tempo, existe apenas o PR Partido dos Rillo; eles se adonaram do partido na cidade e fazem tudo e um pouco mais para que apenas eles e uem agrade a eles apareça em destaque. Por isso muito gente deixou de ser convidada, muita gente foi solenemente ignorada...

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