terça-feira, 11 de novembro de 2008

A dança das cadeiras

Quem não se lembra de ter brincado assim? Um número de cadeiras menor que o número de participantes da brincadeira era colocado no meio de uma sala. Uma música embalava uma dança meio bobinha enquanto a gente circulava em volta das cadeiras até que a música parasse. Todos então deviam sentar-se. Quem ficasse sem o lugar para sentar, estava fora.
Saudades das brincadeiras de outrora... Quão sadias, não? No entanto, elas parecem ressurgir em algumas pessoas, mesmo em idade adulta. E, claro, não há crime algum nisso. São os políticos no pós-eleitoral, tentando encontrar um lugar melhor para ficar e se preparar para o próximo pleito. Saem divulgadas algumas especulações e principalmente por parte daqueles que ainda podem gozar do que sobrou dos refletores. É uma maneira de “sentir o chão” por onde se quer pisar.
Na análise vale tudo. Analisar a potencialidade do partido, o grupo que acompanha este ou aquele, os vínculos com o governo recém eleito ou até com outras camadas e esferas de poder.
Repito. Não estou recriminando. Faz parte da sobrevivência política. É um jogo que, muitas vezes, precisa ser jogado. Felizmente para todos nós, não mais pelos agraciados com a vitória nas eleições. Graças ao bom senso da legislação vigente, uma vez eleito por um partido, cumpre-se o mandato todo naquele partido. Mas quem não venceu pode “repensar” sua militância. Analisar onde se “sente melhor”.
Neste contexto olhares se voltam para partidos como o PMDB, surgido em 1981 como herdeiro do MDB, partido de histórica oposição à ditadura militar e onde se encontravam a maioria dos integrantes da esquerda brasileira. Hoje, o partido detém a administração do maior pedaço de orçamento no país e de uma saudável soma de prefeituras. Em Rio Preto, um pouco abalado, mas nada irrecuperável. É sem dúvidas ainda um grande partido.
Um outro exemplo é o atualmente fragilizado e, no caso de Rio Preto, “dividido” PDT. O partido que foi criado por um grupo liderado por Brizola e que reivindicava a herança política de Vargas, tem muito a oferecer ainda à luta política brasileira.
O PV também entra na análise dos “buscadores”. Encontra-se bastante fortalecido em decorrência da campanha limpa e séria de Gabeira, frente à prefeitura do Rio de Janeiro. Defensor das questões ecológicas, o partido está “on line” com um dos principais problemas do mundo.
E por aí seguem as siglas, pequenas e grandes, cadeiras diante de dançarinos, uns indecisos e outros um tanto experientes, tentando aquilo que chamaríamos de “lugar ao sol” ou quem sabe “à sombra”.
Só não vale usar partido como legenda de aluguel, nem confundir a cabeça das pessoas saindo hoje de um extremo para o outro como se um homem público não devesse nenhuma satisfação a ninguém.
Brincar de dança das cadeiras “pode”, mas que seja brincadeira de adulto.

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